São Paulo - A precipitação foi 424,2 milímetros (mm) nos primeiros 23 dias do mês. O último recorde para janeiro foi observado em 2011, quando choveu 493,7 mmRovena Rosa/Agência Brasil
Com o volume de chuvas registrado na cidade de São Paulo, o mês de janeiro já é considerado o quinto mais chuvoso dos últimos 74 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A precipitação foi 424,2 milímetros (mm) nos primeiros 23 dias do mês. O último recorde para janeiro foi observado em 2011, quando choveu 493,7 mm.
Segundo Ernesto Alvim, meteorologista do Inmet, as fortes chuvas são provocadas pela zona de convergência do Atlântico Sul sobre São Paulo, que carrega a umidade trazida da Amazônia. A previsão para os próximos dias, portanto, é mais chuvas.
Segundo a Defesa Civil, três municípios paulistas estão em estado de alerta para as consequências da chuva: Francisco Morato, São Sebastião e Bom Jesus dos Perdões.
Mortos e desaparecidos
Na cidade de Atibaia, um morador de rua foi levado pela enxurrada, próximo a um córrego, no último sábado (21) e continua desaparecido. De acordo com a Defesa Civil do município, o nível do rio Atibaia, que transbordou na semana passada, atingiu ontem 3,93 metros e tem reduzido seu volume com a diminuição das chuvas nas últimas 48 horas.
Na manhã de hoje (24), 14 famílias que vivem em área de risco utilizam o abrigo montado pela Prefeitura. No total, mais de 70 famílias tiveram suas casas invadidas pela água.
Além do caso de desaparecimento, a Defesa Civil contabiliza, no estado, oito mortes em decorrência das chuvas desde dezembro do ano passado. Na sexta-feira (20), uma pessoa morreu afogada presa embaixo de um carro no bairro de Perdizes, zona oeste.
No domingo (15), uma mulher morreu afogada após seu carro ser arrastado pela enchente e cair no córrego em Guarulhos.
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Investigação sigilosa de Zavascki
A Justiça determinou que a investigação sobre o acidente aéreo que matou o ministro do STF, Teori Zavascki, seja sigilosa.
A queda do avião, em que morreram outras quatro pessoas, aconteceu em Paraty (RJ), na última quinta-feira. O caso é investigado pela Polícia Federal e Ministério Público.Leia mais
A Justiça Federal derrubou a liminar que impedia o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de disputar a reeleição.
Desse forma, o deputado fica novamente apto para disputar o cargo. Leia mais
O Estado de São Paulo confirmou que desde o início deste ano já aconteceram três mortes por febre amarela. Os casos aconteceram nas cidades de Américo Brasiliense e Santana do Parnaíba.
As informações foram divulgadas pela Secretaria Estadual da Saúde. Leia mais
Seis projetos para construção de presídios públicos no Estado do Rio de Janeiro estão parados ou atrasados. Juntas, elas poderiam abrigar 4.100 detentos e amenizar o déficit de vagas.
Ao menos três presídios ou cadeias que deveriam ter sido concluídos até 2016 ainda não estão prontos. Outros três sequer saíram do papel. Leia mais
Dez comunidades do Rio terão jornal próprio a partir de fevereiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Criado em 2005, o jornal Voz das Comunidades, que até agora só tinha versão na internet, passará a ser distribuído, em fevereiro, em dez favelas do Rio de Janeiro, em versão impressa. A primeira edição, com 10 mil exemplares, terá 24 páginas com reportagens de colaboradores das favelas da Kelson, do Boréu, Formiga, Cantagalo, Pavão/Pavãozinho, Cidade de Deus, Fumacê, Vila Kennedy, da Penha, além do Complexo do Alemão.
Um dos fundadores do jornal, Renê Silva, disse que a novidade é que ele trará informações de muitas comunidades ao mesmo tempo. “A gente está criando conteúdo em todas as favelas. Em cada comunidade há um correspondente que nos ajuda a pensar nas pautas, o que vai ter. Os jornalistas do Voz, da equipe do Alemão, vão às comunidades, porque nem todas elas têm colaboradores”, disse à Agência Brasil.
Os recursos para custear a versão impressa virão de anúncios de comerciantes locais, mas a equipe está buscando patrocinadores externos em agências de publicidade. A primeira edição terá o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O começo
Quando surgiu há quase 12 anos, o jornal se chamava Voz da Comunidade e era restrito ao Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.
Renê Silva conta história do Voz da Comunidade e relembra imagem de quando começou o jornalRachel Soares/Divulgação/Cufa
À frente do grupo de jovens fundadores estava Renê Silva, com apenas 11 anos. A ideia de criar a página em uma rede social surgiu de um trabalho que fez na escola pública. O projeto do garoto era mostrar tudo o que ocorria no lugar onde morava e facilitar a vida de todos do local.
“A gente consegue trabalhar inovação, tecnologia. A gente não fica muito preso ao passado no tradicional. A gente quer fazer coisas novas e tentar mudar a comunidade de alguma forma. Com o passar dos anos, acho que o legado que a gente construiu foi muito de um exemplo de como a gente mora dentro desses espaços e ainda assim consegue fazer coisas muito legais”, contou.
A internet foi fundamental para a divulgação do Voz da Comunidade e o trabalho de Renê ultrapassou os limites do Alemão. Passou a ser conhecido em outras comunidades e a inspirar outros jovens que, como ele, querem aumentar as trocas de informações nos locais onde moram.
Tecnologia e internet
Isso fica evidente toda vez que Renê é convidado para fazer palestras em eventos para contar sua experiência. Um deles foi o Favela On, organizado pela Central Única das Favelas (Cufa), na sede da entidade em Madureira, zona norte do Rio, com o apoio do Sebrae.
No encontro, a internet era o centro dos debates e Renê falou sobre a expansão do jornal que criou. “Há muita curiosidade entre os jovens. Querem saber como começou, quais foram as dificuldades. Muitos me perguntaram como podem criar uma plataforma, como esta, nas suas comunidades. Eu expliquei como utilizo essas ferramentas e como eles também podem usar a internet como uma forma de negócio. Eles não têm noção do que podem fazer e de que isso é possível”, disse.
Uma das fundadoras da Cufa, a ativista Nega Gizza, disse que o encontro mostrou como a internet pode mudar o dia a dia de cada um, desde a comunicação entre moradores até o desenvolvimento de projetos de empreendedorismo. “O jovem de favela, às vezes, é disperso ao mesmo tempo em que é ligado em algumas coisas. A gente vai ter que dar um suporte, por conta dos questionamentos que eles ficaram na mente”, revelou à Agência Brasil.
Os jovens presentes discutiram projetos que pudessem solucionar problemas das favelas. Dois deles, o Tá Ligado e o SOS Empreendedor, terão consultoria do Sebrae para se organizarem e saber como devem atuar para serem rentáveis. “Os dois foram soluções pensadas para comerciantes e empreendedores de favela. O primeiro, muito na linha da capacitação e como melhorar a gestão desses empreendedores para que tenham mais sucesso e renda e o segundo, na linha da comercialização, como divulgar o que existe na sua favela”, disse a coordenadora de Comunidades Sebrae, Carla Teixeira.
Morador no Conjunto do Quitungo, em Brás de Pina, o fotógrafo Marcelo Souza Dias criou o SOS Empreendedor, com uma jovem de uma comunidade do Lins e outro da Vila Cruzeiro, na Penha, todos na zona norte. O fotógrafo disse que o projeto vai dar suporte para os comerciantes da região e estimular a atividade econômica existente, como bares, academias, restaurantes. “É um mundo dentro de outro mundo. O projeto é para auxiliar as empresas da comunidade, que não têm muito conhecimento de administração financeira e até de gerir o seu comércio. Pode até, por exemplo, no caso de alguém que recebeu uma indenização, quer se tornar um microempreendedor e não sabe o que fazer. Então, o projeto pode orientar”, afirmou.
"Nós temos academias, temos pizzarias, então, porque precisamos ir lá fora para buscar isso? [em outras regiões]. As empresas precisam se organizar na administração para poder praticar preços mais baixos”, acrescentou.
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