Ex-prefeito afirmou que novo gestou inflou dados para criar uma situação de caos que justifique adoção de medidas impopulares
Foto: Bruno Alencastro /Agencia RBS
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Depois da disputa pelo IPTU, a troca de farpas pública entre o ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunati e o atual gestor, Nelson Marchezan, ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (25), quando o tucano convocou uma entrevista coletivapara apresentar a situação financeira da prefeitura, chamada de "A Porto Alegre que recebemos".
Antes mesmo do evento começar, o ex-chefe do Executivo já usava o Twitter para dizer que o sucessor inflou números para poder espalhar o casos e adotas medias impopulares. Depois da coletiva, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Fortunati afirmou que Marchezan teria mentido sobre o atraso no pagamento de fornecedores.
No evento, a atual gestão afirmou que o governo passado deixou de pagar fornecedores acima de R$ 8 mil desde maio de 2016 e, a partir de setembro, não pagou nenhum dos credores. Apenas para uma empresa de coleta de lixo, maior credora, a prefeitura deve R$ 9,9 milhões, conforme a equipe de Marchezan.
"É mentira. Não pagamos de forma geral, mas os principais fornecedores pagamos mensalmente, principalmente aqueles que prestam serviços para a cidade. A coleta de lixo não é só R$ 8 mil", respondeu Fortunati.
O ex-gestor ainda acrescentou que "os serviços não pararam" na Capital, apenas "algumas obras". O atendimento de saúde, segundo Fortunati, "foi ampliado".
"Houve a queda dos repasses para o SUS, que fechou hospitais do interior, então tivemos que ampliar os atendimentos na Capital. Não houve crise na saúde em Porto Alegre em 2016, não pela falta de atendimento", explicou.
Fortunati também criticou o fato de Marchezan ter dito que a crise financeira da prefeituraé pior do que a do Rio Grande do Sul, sendo que "o secretário da Fazenda vem do Estado". Na coletiva, a atual gestão informou que déficit municipal representa 9,7% da receita, enquanto o déficit do Estado representa 6,2%.
"(A conta) não leva em consideração os saques do caixa único que o Estado faz, além dos saques dos depósitos judiciais. Joga-se números ao ar para criar uma confusão. Como ele (Marchezan) tem dificuldade de administrar, não tem experiência na área pública, que criar a ideia do caos para depois dizer que não consegui fazer por causa do caos", completou.
Assim como em sua conta no Twitter, Fortunati voltou a afirmar na entrevista que o sucessor "inflou" os dados sobre a situação financeira da prefeitura.
"Não vou entrar na polêmica de em quem as pessoas devem acreditar, também estou ancorados em dados. Marchezan ignorou os financiamentos de R$ 250 milhões do BID para a educação e de R$ 280 milhões da CAF para obras da orla do Guaíba e revitalização da Rua da Praia", afirma.
O ex-prefeito ainda disse que as atitudes de Marchezan são políticas e o comparou com Donald Trump, presidente americano que tenta "desqualificar" o antecessor Barack Obama em suas falas. Fortunati ainda completou afirmando que irá ao Tribunal de Contas do Estato (TCE) pedir providências sobre o caso.
Zero Hora e Rádio Gaúcha
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