"Acordo do Século" prevê Estado Palestino desmilitarizado e controle israelense sobre assentamentos

Plano norte-americano, que pela primeira vez vem com mapa, garante Jerusalém como "capital indivisível" de Israel

Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu esteve presente na apresentação
Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu esteve presente na apresentação 

O presidente norte-americado Donald Trump apresentou nesta terça-feira o chamado "Acordo do Século", o plano de paz dos Estados Unidos para o embate histórico entre Israel e Palestina. A medida, que o chefe de Estado disse já ter sido apoiado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu principal rival, Benny Gantz, daria a Israel controle total dos assentamentos e de sua "capital indivisível" em Jerusalém. Também estabelece um estado palestino desmilitarizado com sua capital em Jerusalém Oriental.
"Essa visão de paz é fundamentalmente diferente das diplomacias passadas. Até os planos mais bem-intencionados eram leves em detalhes factuais e pesados em estruturas conceituais". Ele acrescentou que seu plano tinha 180 páginas, chamando-o de "a proposta mais detalhada de todos os tempos". "Hoje, Israel está dando um grande passo em direção à paz... Netanyahu me informou que está disposto a endossar a visão como base para negociações diretas", disse o presidente dos EUA, explicando que seu conselheiro sênior, Jared Kushner, trabalha há quase três anos no texto.
Trump disse que seu plano inclui "uma solução realista de dois Estados" e que seu governo "trabalharia para criar um território para um Estado palestino contíguo no futuro" que "rejeitaria o terrorismo". "Estamos pedindo aos palestinos que enfrentem os desafios da coexistência pacífica". Isso inclui leis que consagram os direitos humanos, "interrompam as atividades malignas do Hamas, Jihad Islâmica" e outros grupos terroristas e "interrompam a compensação financeira aos terroristas", avaliou.

Confira os principais pontos do acordo:

Estado Palestino:
O plano não inclui o reconhecimento imediato de um Estado Palestino; ao contrário, espera que a vontade de Israel crie um caminho para o estado palestino com base em território específico, que é 80% da Judéia e Samaria, incluindo as áreas A e B e metade da área C. O plano Estado só passará a existir em quatro anos se os palestinos aceitarem o plano, se a Autoridade Palestina parar de pagar terroristas e incitar o terror, e o Hamas e a Jihad Islâmica derrubarem suas armas.
O Estado da Palestina será totalmente desmilitarizado e permanecerá assim. Ele terá forças de segurança capazes de manter a segurança interna e impedir ataques terroristas na Palestina e contra o Israel, a Jordânia e o Egito. A missão será ordem pública, aplicação da lei, contraterrorismo, trabalhando com o Estado de Israel na segurança nas fronteiras, proteção de funcionários do governo e dignitários estrangeiros e resposta a desastres. Essas capacidades específicas não podem violar o princípio de que o Estado da Palestina em todo o seu território, incluindo Gaza, será e permanecerá totalmente desmilitarizado ou derrogará a principal responsabilidade de segurança de Israel, e serão acordados pelo Estado da Palestina e pelo Estado de Israel.
Além disso, o plano americano pede aos palestinos que "abandonem a corrupção, respeitem os direitos humanos, a liberdade de religião e a imprensa livre", para que não tenham um Estado falido. Se essas condições forem cumpridas, os EUA reconhecerão um estado palestino e implementarão um plano econômico massivo para ajudá-lo. Cerca de 50 bilhões de dólares seriam injetados neste novo estado palestino. "Existem muitos países que querem participar disso. A taxa de pobreza palestina será reduzida pela metade e seu PIB dobrará e triplicará".
Fronteiras:
Como parte do plano, Trump revelou um mapa delineando as fronteiras estaduais de Israel e da Palestina. Ele disse que o mapa deixará claro os "sacrifícios territoriais que Israel está disposto a fazer pela paz". Isso marca a primeira vez que qualquer plano do Oriente Médio americano vem com um mapa. Durante as negociações de Oslo, e em Camp David, entre Ehud Barak e Yasser Arafat, não foram apresentados ao público mapas claros e formais que delineavam as futuras fronteiras de Israel e de um futuro estado palestino. 
O mapa que Trump divulgou nesta terça-feira para acompanhar o "Acordo do Século" indica que Israel cederá cerca de 80% da Judéia e Samaria. Israel reteria 20% da Cisjordânia e perderá uma pequena quantidade de terra no Negev, perto da fronteira entre Gaza e Egito. Aproximadamente 97% dos israelenses na Cisjordânia serão incorporados em território israelense contíguo e aproximadamente 97% dos palestinos na Cisjordânia serão incorporados em território palestino contíguo. "As trocas de terras fornecerão ao Estado da Palestina terras razoavelmente comparáveis em tamanho ao território da Cisjordânia e Gaza anteriores a 1967", afirma o documento.
Um conselho de superintendentes (o "Crossing") composto por três israelenses, três palestinos e um Estados Unidos deve se reunir trimestralmente para tratar das preocupações com as travessias. O representante dos Estados Unidos será acordado entre o Estado da Palestina e o Estado de Israel. O objetivo não é interferir nas medidas de segurança nas passagens, mas encontrar formas construtivas de melhorar o fluxo e o tratamento das pessoas que as usam. Este órgão desenvolverá metas e métricas para medir se estão atingindo seus objetivos. Todos os anos, fornecerá, diretamente aos governos de cada Estado, ao Reino Hachemita da Jordânia e à República Árabe do Egito, um relatório sobre desempenho e recomendações não vinculativas de melhorias, juntamente com as metas para o ano seguinte.
Trânsito entre os Estados:
Todas as pessoas e mercadorias atravessarão as fronteiras para o Estado da Palestina através de passagens de fronteira regulamentadas, que serão monitoradas pelo Estado de Israel.  "Autoridades de passagem de fronteira em Israel, usando tecnologia de ponta em digitalização e geração de imagens, terão o direito de confirmar que nenhuma arma, uso duplo ou outros itens relacionados a riscos de segurança poderão entrar no Estado da Palestina. Se um item não tiver entrada permitida, ele também será proibido de ser exportado do Estado de Israel para o Estado da Palestina, a fim de evitar a criação de uma vantagem competitiva para as empresas israelenses", propõe o texto. 
Jerusalém:
Jerusalém deve ser reconhecida internacionalmente como a capital do Estado de Israel. Os palestinos terão uma capital em Jerusalém com base nos bairros norte e leste que estão fora da cerca de segurança israelense - Kfar Aqab, Abu Dis e metade de Shuafat. Al Quds (ou outro nome selecionado) deve ser reconhecido internacionalmente como a capital do Estado da Palestina. Nenhuma das partes deve incentivar ou apoiar os esforços de outros países ou pessoas para negar a legitimidade do capital da outra parte ou sua soberania. Os prefeitos de cada capital estabelecerão mecanismos para consultas regulares e cooperação voluntária em questões de importância para as duas capitais.
A embaixada dos Estados Unidos me Israel permanecerá em Jerusalém. Após a assinatura do Acordo de Paz Israelense-Palestino, a embaixada no Estado da Palestina estará em Al Quds em um local a ser escolhido pelos Estados Unidos, em acordo com os palestinos. Os Estados Unidos reconhecerão o Estado de Israel e o Estado da Palestina em suas respectivas capitais e incentivarão outras nações a mudar suas embaixadas para Jerusalém e Al Quds, conforme o caso.
"Ao contrário de muitos poderes anteriores que governaram Jerusalém e destruíram os locais sagrados de outras religiões, o Estado de Israel deve ser elogiado por proteger os locais religiosos de todos e manter um status quo religioso. Dado esse recorde louvável por mais de meio século, bem como a extrema sensibilidade em relação a alguns dos locais sagrados de Jerusalém, acreditamos que essa prática deve permanecer e que todos os locais sagrados de Jerusalém devem estar sujeitos aos mesmos regimes de governança existentes hoje. Em particular, o status quo no Monte do Templo / Haram al-Sharif deve continuar ininterrupto", lê-se no plano.
Assentamentos:
Israel manteria o Vale do Jordão e todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia, na definição mais ampla possível, significando não as fronteiras municipais de cada assentamento, mas seus perímetros de segurança. Isso também inclui 15 assentamentos isolados, que serão enclaves dentro de um eventual estado palestino, incapazes de se expandir por quatro anos. Para que a parte do plano do acordo entre em vigor, Israel terá que tomar medidas para aplicar a soberania aos assentamentos.
Segurança:
O vale do Jordão, que é crítico para a segurança nacional de Israel, estará sob a soberania de Israel. "Não obstante essa soberania, Israel deve trabalhar com o governo palestino para negociar um acordo no qual as empresas agrícolas existentes pertencentes ou controladas por palestinos continuem sem interrupção ou discriminação, de acordo com as licenças ou concessões apropriadas concedidas pelo Estado de Israel", diz o texto,
Refugiados:
Sob essa visão, Um número limitado de refugiados palestinos e seus descendentes serão permitidos no estado palestino, ou podem optar por se integrar nos países em que vivem atualmente ou se instalar em um terceiro país. Ninguém entrará em Israel.



Correio do Povo

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Rei saudita afirma apoio "inquebrantável" aos direitos dos palestinos

Governante pediu negociações diretas com os israelenses

Rei saudita declarou apoio ao povo palestino
Rei saudita declarou apoio ao povo palestino 


O rei Salman, da Arábia Saudita, afirmou seu apoio "inquebrantável" aos direitos dos palestinos durante uma entrevista por telefone com o presidente palestino, Mahmud Abbas, informou nesta quarta-feira (28) a agência pública saudita (SPA). O rei está do lado dos palestinos e apoia "suas escolhas e o que representa suas esperanças e aspirações", destacou a SPA.
Mais cedo, o ministério saudita das Relações Exteriores informou que a Arábia Saudita apreciava os esforços dos Estados Unidos para consolidar um plano de paz no Oriente Médio, e pediu negociações diretas entre israelenses e palestinos.
Qualquer desavença com o plano americano deve ser resolvida mediante a negociação "para avançar no processo de paz com vistas a lançar um acordo que reconheça os direitos legítimos do povo palestino", destacou o ministério em um comunicado. "O reino aprecia os esforços da administração do presidente Trump para trabalhar por um plano de paz completo entre as partes palestina e israelense", escreveu o ministério em um comunicado publicado pela imprensa pública. Os palestinos consideram, no entanto, que este plano é parcial e merece terminar na "lata de lixo da história".

AFP e Correio do Povo

Rodoviários e motoristas de aplicativos prometem "parar Porto Alegre" após propostas de Marchezan

Sindicato dos Rodoviários decidiu na tarde desta terça-feira entrar em estado de greve


Taxas sobre carros de aplicativos e emplacados fora de Porto Alegre deve reduzir passagem de ônibus
Taxas sobre carros de aplicativos e emplacados fora de Porto Alegre deve reduzir passagem de ônibus 


Insatisfeito com as propostas apresentadas pela prefeitura, o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (STETPOA) decidiu na tarde de terça-feira entrar em estado de greve. Em reunião com entidades representativas de motoristas de aplicativos, os rodoviários definiram uma série de mobilizações nos próximos dias e prometeram 'parar a cidade' na quinta-feira para impedir que os projetos encaminhados pelo Executivo sejam votados na Câmara municipal. A categoria, que reúne 3,6 mil cobradores de ônibus, garante que os sindicalistas vão ocupar garagens das empresas de ônibus da Capital.
O pacote com cinco projetos que alteram radicalmente o transporte público de Porto Alegre é classificado pelo governo como uma necessidade de ação. Gestado desde maio de 2019, as medidas impactam diretamente na tarifa e visam dividir mais a conta com a população. Para isso as propostas incluem criação de novas taxas voltadas aos motoristas e empresas de transporte de aplicativo, até uma mudança no sistema da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). De acordo com o presidente do STETPOA, Adair da Silva, as medidas propostas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior visam apenas 'a retirada dos cobradores'.

"Após reunião com o pessoal dos aplicativos, decidimos entrar em estado de greve e fazer a convocação da categoria. Quinta-feira provavelmente a cidade vai parar com a participação de movimentos e centrais sindicais", afirma. Silva garante que os rodoviários vão estar unidos aos motoristas de aplicativos durante os protestos que devem tomar conta da cidade até sexta-feira. "Vai haver grande mobilização, pois o prefeito botou o pacote de projetos na calada da noite na Câmara, antecipando a votação", justifica.

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto da Rádio Guaíba, o secretário municipal extraordinário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello, detalhou o plano e como ele foi pensado. O titular da pasta afirmou que a elaboração de uma nova matriz tarifária surgiu no primeiro semestre do ano passado, quando o prefeito Nelson Marchezan Júnior pediu que ele encontrasse uma forma de reduzir em R$ 1 o preço da passagem. Com as medidas apresentadas ontem, e que podem ser votadas nesta quinta e sexta-feira em sessão extraordinária da Câmara municipal, a prefeitura projeta que a tarifa do ônibus seja de R$ 2 a partir de 2021 e não sofra nenhum reajuste neste ano.

Duas das medidas são as mais polêmicas: a que propõe taxação das corridas de aplicativos e a cobrança para motoristas que venham de outras cidades. Sobre a taxação dos aplicativos, Tortoriello afirmou não temer que a medida tire a competitividade ou inviabilize o negócio. Ele garante que não serão os profissionais os responsáveis por pagar R$ 0,28 por quilômetro rodado, mas sim as empresas.

A palavra do secretário não convenceu os motoristas. Para o presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos (Alma), Joe Moraes, o custo vai acabar sendo transferido aos motoristas. “Nós já ganhamos R$0,90 o quilômetro rodado, eles vão dividir essa conta e quem vai acabar pagando somos nós.” Os motoristas prometem realizar manifestações na quinta e sexta-feira a partir das 11h30min. A concentração deve acontecer no Largo Zumbi dos Palmares e eles prometem ocupar as galerias da Câmara dos Vereadores.

Tortoriello explicou ainda que a proposta se aplica apenas aos aplicativos porque os táxis já pagam outras taxas e têm os valores regulamentados pela prefeitura. Ao falar sobre a taxação de veículos emplacados fora da cidade, a chamada tarifa de congestionamento, o secretário disse que o conceito é buscar alguma contribuição daqueles que não pagam impostos diretos ao município. “Vamos tarifar para o uso de 70 mil veículos que entram e não pagam o IPVA.” O dinheiro arrecadado com a tarifa, projetada para ser de R$ 4,70, impactaria diretamente no preço da passagem.

Tortoriello diz que o principal objetivo dos projetos é atrair os passageiros ao transporte público, que vêm sofrendo redução constante nos número de usuários nos últimos anos. “Trazer de volta através da redução de preço e da melhoria gradual da qualidade”, afirma garantindo que além da redução na tarifa serão tomadas medidas para melhorar a frota e o serviço prestado.

O curto prazo para discutir as mudanças foi minimizado pelo secretário, para quem a cidade “precisa passar mais para a ação.” Ele disse que as medidas visam dividir melhor a conta do transporte público. “É necessário que saiamos de um modelo onde a camada mais pobre da sociedade deixasse de ser a única que arque com os custos de transporte”, afirmou explicando que hoje o sistema é totalmente bancado por quem paga passagem.

As primeiras manifestações contrárias aos projetos vieram da própria base do governo, e mesmo de adversários mais recentes como o vice-prefeito Gustavo Paim. Muitos viram nas medidas uma linha menos liberal e mais ligada à esquerda, vinda de um governo marcado pela valorização da iniciativa privada. Tortoriello minimizou as críticas e afirmou que o tema do transporte público vai além de disputas ideológicas. “A discussão tem que passar pelo mérito e não se é liberal, de esquerda ou de direita”, afirmou o secretário.

Correio do Povo

Prefeituras da Grande Porto Alegre pedem retirada de urgência de projeto que cria pedágio em Porto Alegre

Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana teme impactos do imposto aos motoristas com veículos emplacados em outras cidades

Pela proposta, veículos com placas de outros municípios pagariam pedágio para entrar em Porto Alegre
Pela proposta, veículos com placas de outros municípios pagariam pedágio para entrar em Porto Alegre 
*Com informações da repórter Fernanda Bassôa

O pacote da Prefeitura de Porto Alegre batizado de Transporte Cidadão, apresentado nesta segunda-feira e com previsão de ir a votação no plenário da Câmara de Vereadores a partir desta quinta, gerou repercussão não somente nos moradores da Capital. Entre os itens propostos pelo prefeito Nelson Marchezan Jr. para reduzir a tarifa de ônibus para R$ 2 a partir do próximo ano está a criação de um pedágio cujo alvo são veículos com placas de outros municípios.

Segundo a Prefeitura, cerca de 70 mil veículos de outras cidades circulam diariamente por Porto Alegre. A nova cobrança, no valor de R$ 4,70 por dia, reduziria em até R$ 0,50 o preço da tarifa de ônibus.

O prefeito de Cachoeirinha e presidente do Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana (Granpal), Miki Breier, afirmou, por meio de nota, que respeita a legitimidade da gestão pública da Capital, mas sugeriu a retirada do caráter de urgência do projeto. "A propositura não foi avaliada pelos gestores associados da Granpal, não foram medidos os possíveis impactos desta cobrança e também não se sabe quais podem ser as consequências desta medida na mobilidade humana em nosso aglomerado urbano", pondera. Ele também pediu uma reunião do conselho para debater melhor a proposta.

Já prefeito de Alvorada, José Arno Appolo do Amaral, afirmou que considera a criação do pedágio positiva, mas que se posto em prática vai gerar um projeto recíproco no município vizinho. “Em Alvorada certamente faríamos o mesmo para defender os interesses da comunidade”, assegurou. Em entrevista à Rádio Guaíba, na tarde desta terça-feira, o prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, confessou ter sido pego de surpresa pelo pacote de propastas do Marchezan. Para ele, o anúncio provoca uma preocupação para todos os prefeitos da Grande Porto Alegre. Mesmo assim, segundo Busato, os prefeitos da região "não condenam a iniciativa de Marchezan, só acham ela um pouco monocrática".

As prefeituras de Esteio, Nova Santa Rita e Viamão seguem o posicionamento da Granpal. Os prefeitos de Gravataí e Guaíba preferiram não opiniar.

Segundo o projeto, os motoristas seriam cobrados por meio do recente sistema de cercamento eletrônico implementado em Porto Alegre. Um boleto mensal seria enviado para a casa dos proprietários dos veículos. A medida acaba impactando não só carros de passeio, como motoboys, veículos de carga e carros de empresas de aluguel. Para a Prefeitura, um estímulo para que empresas emplaquem carros na Capital e incrementem a receita de IPVA do município.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Guaíba nesta manhã, o secretário municipal extraordinário de Mobilidade, Rodrigo Tortoriello, minimizou o curto prazo para discutir as mudanças. Segundo ele, a cidade “precisa passar mais para a ação.”

Confira a nota da Granpal na íntegra:

A Direção Colegiada da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a GRANPAL, atenta e preocupada com o projeto de Lei que propõe a cobrança de “Taxa de Congestionamento Urbano” em Porto Alegre, respeitando a legitimidade da gestão pública municipal de nossa Capital, vem a público sugerir ao Governo Municipal que retire o caráter de urgência do projeto, e ainda, que o mesmo não seja apreciado pela Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre em Sessão Extraordinária nos dias 30 e 31 de Janeiro.

Tal pedido se justifica, já que a propositura não foi avaliada pelos gestores associados da GRANPAL, não foram medidos os possíveis impactos desta cobrança, e também, não se sabe quais podem ser as consequências desta medida na mobilidade humana em nosso aglomerado urbano.

Posto isso, rogamos guarida ao pleito que ora apresentamos aos Poderes Executivo e Legislativo de Porto Alegre, e sugerimos reunião extraordinária da GRANPAL, em data a ser aprazada, para discussão acerca do tema em pauta.


Correio do Povo

Vagas de emprego em Porto Alegre - 29.01.2020

Mortos por temporais em Minas Gerais chegam a 52

Enxurradas causaram principalmente óbitos por soterramentos, desabamentos e desmoronamentos

Destruição ainda não foi contabilizada, enquanto chuvas seguem castigando estado
Destruição ainda não foi contabilizada, enquanto chuvas seguem castigando estado 

Os temporais que vêm castigando o estado de Minas Gerais provocaram 52 mortes, conforme mais recente boletim divulgado pela Defesa Civil estadual, com informações compiladas até o início da noite desta terça-feira. As fatalidades ocorreram em 16 cidades, sendo o maior número em Belo Horizonte, com 13. A principal causa dos óbitos foram situações de desabamento, desmoronamento e soterramento, com 42 casos. Oito pessoas faleceram após serem arrastadas pelas águas, enquanto outros dois episódios ocorreram em razão de afogamentos. Do total, 26 aconteceram na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 26, em cidades do interior.

Uma pessoa ainda está desaparecida, no município de Conselheiro Lafaiete. Outros 65 estão feridos e foram encaminhados para hospitais nas respectivas cidades.
O número de pessoas afetadas subiu de 18.111 para 33.408 entre ontem (27) e hoje (28). Os desalojados totalizam 28.893, enquanto os desabrigados chegaram a 4.397. Os desalojados são as pessoas que tiveram de deixar suas casas mas que não necessariamente precisa do auxílio do governo. Já os desabrigados são pessoas que perderam seus lares e necessitam de auxílio do Poder Público.

O número de municípios em situação de emergência decretada pelo estado permanece o mesmo desta segunda-feira, 101. Em 20 municípios, a emergência foi disparada pelas prefeituras. Três cidades permanecem em estado de calamidade pública: Orizânia, Ibirité e Catas Altas. O reconhecimento da situação de emergência permite ao governo estadual engajar os demais órgãos e empresas ligadas ao Poder Executivo para priorizarem o atendimento e a reparação dos estragos causados pelas chuvas, sob a coordenação da Defesa Civil mineira. Além disso, prefeituras e o próprio Poder Executivo estadual podem contratar serviços temporários e efetuar compras consideradas essenciais para o enfrentamento da situação sem a obrigatoriedade de realizar processo licitatório.

O governo de Minas Gerais anunciou a liberação de R$ 3,4 milhões para assistência aos afetados pelas chuvas. Parte dos recursos será destinada ao pagamento do Piso Mineiro de Assistência Social Fixo, que começou a ser pago hoje, incluindo antecipação das parcelas de fevereiro e março. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais anunciou que pretende aprovar projetos de lei voltados a apoiar as vítimas dos temporais. Um deles prevê a antecipação pelo governo estadual de repasses a municípios em situação de emergência.

Essa verba está relacionada a um montante de R$ 6 bilhões bloqueado pelo governo do estado em 2017 e 2018, que deverão ser pagos de forma parcelada a partir de abril de 2020. Outros dois projetos na Assembleia abrangem a isenção de taxas cobradas de veículos danificados pelas chuvas. A Prefeitura de Belo Horizonte disponibilizou a possibilidade de famílias que tiveram de deixar suas casas a matricular seus filhos em escolas de tempo integral próximas aos locais onde foram abrigadas. A administração também informou que isentou os proprietários de residências atingidas do pagamento do IPTU.

Agência Brasil e Correio do Povo

Trump apresenta plano para a paz na Palestina