Maria Schell: Atriz Austríaca Renomada do Cinema Alemão e Austríaco

 


Maria Schell: A Atriz AustríacaMaria Schell, cujo nome completo era Maria Margarethe Anna Schell, foi uma das mais icônicas atrizes do cinema alemão e austríaco, especialmente nas décadas de 1950 e 1960. Nascida em 15 de janeiro de 1926, em Viena, Áustria, e falecida em 26 de abril de 2005, aos 79 anos, em Preitenegg, na Caríntia (Áustria), devido a pneumonia, ela deixou um legado de mais de 200 aparições em filmes e televisão, além de uma prolífica carreira no teatro. Sua vida e trabalho foram marcados por uma mistura de drama familiar, ascensão meteórica no cinema europeu e papéis intensos que exploravam temas de sofrimento, amor e resiliência feminina.Vida Pessoal e Início de CarreiraMaria veio de uma família profundamente ligada às artes. Sua mãe, Margarethe Noé von Nordberg (1905–1995), era uma atriz vienense que dirigia uma escola de atuação, enquanto o pai, Hermann Ferdinand Schell (1900–1972), era um poeta, romancista e dramaturgo suíço, além de proprietário de uma farmácia. Seus irmãos também seguiram carreiras artísticas: o famoso ator Maximilian Schell (irmão mais novo, vencedor de um Oscar), e as atrizes Carl e Immy Schell. A família era católica romana e viveu um período turbulento: em 1938, com a anexação da Áustria pela Alemanha nazista (Anschluss), eles fugiram para Zurique, na Suíça, onde Maria passou parte da infância.Educada inicialmente em um convento em Colmar (França), Maria estudou artes cênicas em Zurique, trabalhando como secretária para custear os estudos. Sua estreia no cinema veio cedo, aos 16 anos, no filme suíço Der Steinbruch (1942), onde interpretou o papel principal de forma inesperada, sob o pseudônimo Gritli Schell. Isso marcou o início de sua jornada, apesar das objeções iniciais do pai, que a incentivou a estudar negócios antes de se dedicar à atuação.Carreira no Cinema e TeatroA carreira de Maria decolou na Europa pós-guerra. Em 1948, ela estrelou Der Engel mit der Posaune (Áustria/Alemanha), o que lhe rendeu um contrato de sete anos com o produtor britânico Alexander Korda, abrindo portas para produções internacionais. Fluente em vários idiomas, ela atuou em mais de 20 filmes europeus nos anos 1950, destacando-se em adaptações literárias e dramas sociais.Principais Prêmios e Filmes:
  • 1954: Venceu o Prêmio de Melhor Atriz em Cannes por Die Letzte Brücke (dir. Helmut Käutner), um drama de guerra onde interpretou uma médica iugoslava heroica.
  • 1956: Ganhou a Volpi Cup de Melhor Atriz no Festival de Veneza por Gervaise (dir. René Clément), adaptação de Émile Zola sobre uma lavadeira parisiense lutando contra a pobreza e a violência doméstica – o filme foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
  • Outros sucessos: Le Notti Bianche (1957, com Marcello Mastroianni, dir. Luchino Visconti), Rose Bernd (1957), The Heart of the Matter (1953, adaptação de Graham Greene) e Asas do Destino (1953).
No cinema americano, sua estreia foi em The Brothers Karamazov (1958), como a sensual Grushenka, ao lado de Yul Brynner – um papel que a projetou internacionalmente, mas que reflete o tipo de personagem vulnerável que ela frequentemente interpretava. Seguiram-se westerns como The Hanging Tree (1959, com Gary Cooper) e Cimarron (1960, com Glenn Ford, com quem teve um affair apaixonado, confirmado em biografias). Nos anos 1970 e 1980, ela apareceu em filmes como The Odessa File (1974, com seu irmão Maximilian) e Superman (1978, como a mãe do vilão).Paralelamente, Maria manteve uma carreira teatral robusta, atuando em clássicos como Hamlet (Shakespeare), Faust (Goethe) e Pigmalião (Shaw) em palcos de Zurique, Basileia, Viena (Teatro Josefstad), Berlim, Munique (Kammerspiel Theater) e no Festival de Salzburgo. Ela também excursionou por províncias a partir de 1963.Declínio e LegadoA partir dos anos 1960, com a ascensão do movimento feminista e papéis femininos mais fortes no cinema, a carreira de Maria declinou, limitando-se a produções menores e televisão, majoritariamente em alemão. Seu último grande destaque foi em Christmas Lilies of the Field (1979), como Irmã Maria. Em 2002, seu irmão Maximilian lançou o documentário Meine Schwester Maria (Minha Irmã Maria), que explora sua vida e carreira, e ambos receberam o Prêmio Bambi por isso – foi sua última aparição pública.Maria foi casada duas vezes: com o diretor Horst Hächler (1957–1965), com quem teve um filho, Oliver Schell (ator); e com o ator e diretor Veit Relin (1966–1988), com quem teve a filha Marie Theres Relin (n. 1966, também atriz). Ela viveu reclusa nos Alpes austríacos nos últimos anos, longe dos holofotes.Maria Schell é lembrada como uma "estrela das lágrimas", mestre em retratar mulheres em desespero, mas com profundidade emocional. Sua influência no cinema de língua alemã é inegável, e em 2015, a Áustria emitiu um selo comemorativo em sua homenagem. Seu trabalho continua inspirando gerações de atrizes europeias pela versatilidade e intensidade.

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