O Brasil enfrentou um apagão nesta terça-feira, que afetou vários estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul. O desligamento ocorreu aproximadamente às 0h32min e o restabelecimento se iniciou a partir da autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste voltaram a ter energia logo em seguida e, mais tarde, às 2h30min, as cargas da região Sul foram reestabelecidas. Entenda abaixo a causa e o que ainda falta responder sobre o problema:
Motivo do apagão
O apagão foi desencadeado a partir de um incêndio ocorrido em uma subestação de alto volume situada no Paraná. As chamas atingiram o reator da Subestação de Bateias, na região metropolitana de Curitiba, que desligou toda a unidade de 500 kV (quilovolts).
Por conta do problema, houve um desligamento proporcionado pelo acionamento automático do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), que é um mecanismo de proteção do Sistema Interligado Nacional (SIN), coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O SIN opera conectando sistemas elétricos por meio de uma malha de transmissão que possibilita a transferência de energia entre os subsistemas de todo o país. Essa integração funciona como um "banco" energético, permitindo o intercâmbio de energia entre regiões com diferentes capacidades.
Embora o sistema interligado promova o equilíbrio na distribuição de energia, beneficiando inclusive regiões com baixa disponibilidade hídrica, essa integração também representa um risco: ela facilita a propagação de falhas para áreas que não tiveram incidentes originalmente.
Efeitos no RS
O Rio Grande do Sul deixou cerca de 248 mil clientes sem energia elétrica no Rio Grande do Sul. Na área atendida pela RGE, a interrupção no fornecimento de energia chegou a aproximadamente 123 mil clientes, de acordo com a concessionária. A empresa não informa quais cidades foram afetadas.
Já na área de concessão da CEEE Equatorial, a falta de luz foi sentida em 125 mil pontos, distribuídos em 13 cidades. Conforme a empresa, os municípios atingidos foram: Porto Alegre, Capão da Canoa, Xangri-Lá, Terra de Areia, Maquiné, Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Três Forquilhas, Itati, Canguçu, Pelotas, Morro Redondo e Piratini.
Horário de verão necessário?
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira que o País “está em condições de segurança energética” e descartou novamente a retomada do horário de verão.
O que ainda falta responder
O Ministério de Minas e Energia (MME) não especificou, em contato com a reportagem, quantos estados foram afetados pelo apagão, embora destaque que São Paulo (2,6 GW), seguido de Minas Gerais (1,2 GW), Rio de Janeiro (900 MW) e Paraná (900 MW) foram os mais atingidos pelo problema.
Durante reunião feita com o ONS, foi apresentada a análise inicial das causas do evento, que servirá de base para a elaboração do Relatório de Análise de Perturbação (RAP), documento técnico que identifica as causas, os pontos de melhoria e as ações necessárias das empresas do setor para evitar novas ocorrências. Preliminarmente, concluiu-se que o evento não ocorreu por falta de energia, mas em razão de uma falha técnica pontual em equipamento da subestação,
O ONS deverá concluir o RAP em 30 dias. O MME continuará acompanhando o processo de apuração e divulgará atualizações oficiais conforme o avanço dos trabalhos técnicos.
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário