segunda-feira, 23 de setembro de 2024

“É como enxugar gelo”, diz gerente do DMLU sobre lixo removido em área de descarte irregular no Sarandi

 No local, entre avenida Nossa Senhora Aparecida e beco Recanto do Chimarrão, órgão recolhe 25 toneladas duas vezes por semana; moradores reafirmam descaso

50 toneladas de resíduos são retirados do local semanalmente, segundo DMLU 

Cerca de dez garis do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) realizaram mais uma vez, neste domingo, a remoção de entulhos irregulares da avenida Nossa Senhora Aparecida e no beco Recanto do Chimarrão, no bairro Sarandi, na zona Norte de Porto Alegre. A ação é feita no local duas vezes por semana, e em cada vez são removidas 25 toneladas de materiais, de acordo com o gerente da zonal Norte do DMLU, Jadir Rodrigues.

“Isto aqui é como enxugar gelo para nós. Falta consciência das pessoas para não fazerem o descarte irregular. Na maioria dos casos, os caminhões vêm aqui de madrugada, à noite, ou até em outros horários, e despejam aqui”, disse ele. Oito caminhões e duas retroescavadeiras auxiliaram na execução do serviço. A dona de casa Débora Barbosa, cuja família vive no local há 60 anos, disse que o lixo é uma constante para os moradores.

Ela e vizinhos montaram em um trecho da via um pequeno canteiro com pneus, algo que deu resultado, já que ali não há o descarte. “O DMLU vem em um dia, no outro o pessoal vem colocar lixo de novo. Infelizmente, não têm consideração com nada. Tanto que eu e meus familiares cuidamos na esquina, ou na frente de nossa casa, para que não seja colocado. Acho que o ideal aqui seria a colocação de câmeras”, salientou Débora.


A moradora vive em uma casa junto ao Arroio Santo Agostinho, que, nas enchentes de maio, transbordou e invadiu a residência, assim como outras. Também, segundo ela e a tia, a diarista Inajara Barbosa, que mora ao lado, parte do barranco desmoronou, levando consigo um muro de tijolos que protegia a casa da encosta. Para cruzar o arroio, os moradores construíram por conta própria pontes de madeira. O arroio em si recebe também esgoto sem tratamento, contam eles. “Recebemos pouco apoio. Com certeza, não moramos aqui porque queremos”, disse Inajara.

Procurado, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) disse que o talude do Arroio Santo Agostinho apresenta problemas “em razão da construção de moradias irregulares próximas à margem”. Está prevista para a região, prosseguiu o órgão, a construção de um dique, incluso no sistema de proteção do Arroio Feijó, com intervenções em Porto Alegre e Alvorada. Orçado em R$ 2,5 bilhões, foi anunciado pelo governo federal em julho, como parte das obras do PAC no RS. “Como trata-se de uma obra intermunicipal, cabe ainda a definição do responsável pelo desenvolvimento e execução do projeto”, encerrou o Dmae.

Leia nota completa do Dmae

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informa que o talude do Santo Agostinho apresenta problemas em razão da construção de moradias irregulares próximas à margem. O projeto previsto para a região é a construção de um dique - incluso no sistema de proteção do Arroio Feijó, que terá intervenções em Porto Alegre e Alvorada. A iniciativa, orçada em R$ 2,5 bilhões, foi anunciada pelo Governo Federal em julho como parte das obras do PAC no Rio Grande do Sul. Como trata-se de uma obra intermunicipal, cabe ainda a definição do responsável pelo desenvolvimento e execução do projeto.

Correio do Povo

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