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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Protestos contra governo peruano recomeçam com bloqueio de estradas

 Manifestações acontecem em regiões onde Pedro Castillo, ex-presidente deposto, conta com apoio amplo

Manifestantes se reúnem na cidade de Arequipa contra a presidente Dina Boluarte 

Os protestos no Peru contra a presidente Dina Boluarte, sucessora do deposto Pedro Castillo, foram retomados nesta quarta-feira (4), com bloqueios de estradas e manifestações em várias regiões.

O governo já esperava, conforme antecipou na semana passada, o retorno das manifestações, que exigem a renúncia de Dina, o fechamento do Congresso e a convocação imediata de eleições.

Os protestos acontecem em regiões onde Castillo, um professor rural de esquerda, conta com amplo apoio. “Existem dez pontos de bloqueio, especialmente em Puno” (sudeste), afirmou mais cedo o chefe do gabinete de ministros, Alberto Otárola, depois da instalação, em Lima, de um centro de monitoramento e controle de crises.

A Defensoria do Povo reportou posteriormente manifestações, paralisações e bloqueios em 30 das 195 províncias peruanas.

Em Arequipa (sul), a polícia desbloqueou uma estrada usando gás lacrimogêneo para dispersar dezenas de pessoas. Um confronto entre manifestantes e as forças de ordem foi registrado nos arredores do aeroporto, segundo a Defensoria.

Bloqueios de estradas com pedras e pneus também ocorreram nas regiões de Junín (centro), Cusco e Apurímac (sudeste).

Em Puerto Maldonado, região amazônica de Madre de Dios (sudeste), manifestantes bloquearam um trecho da via Interoceânica, que liga o Peru ao Brasil.

No entanto, "os aeroportos estão funcionando normalmente", observou Otárola.

Sem trens para Machu Picchu

Por precaução, o trem entre Cusco e a cidadela inca de Machu Picchu, joia do turismo do país, foi suspenso nesta quarta por tempo indeterminado, a fim de garantir a segurança dos turistas, informou a empresa que administra o serviço.

Além disso, cerca de 2.000 turistas estrangeiros e peruanos foram evacuados voluntariamente de Machu Picchu para Cusco, indicou a polícia. Aqueles que preferiram ficar, podiam entrar na cidadela, informou o Ministério da Cultura.

“Implementamos procedimentos para a evacuação imediata, se necessário, até áreas seguras, para a proteção dos turistas”, disse a pasta no Twitter.

Nos protestos do fim de 2022, milhares de visitantes ficaram presos em Machu Picchu e Cusco, com a interrupção da via férrea e o fechamento do aeroporto, após uma tentativa de tomada pelos manifestantes.

AFP e Correio do Povo

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