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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Novo rumo da guerrilha

 Jurandir Soares

Em 2017, o governo da Colômbia firmou um acordo com a guerrilha das Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, para a extinção daquele movimento, no que parecia ser o fim da atividade guerrilheira no país. As Farc se tornaram um partido político, contando com algumas benesses resultantes do acordo, mas o movimento não acabou por total. Membros dissidentes da organização, contrários ao acordo, resolveram continuar na clandestinidade. Assim como outras organizações, as quais agora também estão sendo objeto de acordo. Segundo o presidente Gustavo Petro disse no Twitter: "Temos um acordo com o ELN [Exército de Libertação Nacional], a Segunda Marquetalia, o Estado Maior Central, as AGC [Autodefesas Unidas da Colômbia], e as Autodefesas de Serra Nevada a partir de 1° de janeiro até o dia 30 de junho, prorrogável segundo os avanços nas negociações”.

Como se observa, um acordo ainda muito incipiente. Mas o que chama a atenção é o número de movimentos guerrilheiros que sobrevivem no país. Especialmente, se considerarmos quais as possibilidades que um movimento dessa natureza tem hoje de assumir o poder em um país como a Colômbia. Ali a extrema esquerda acaba de chegar ao poder através do processo mais adequado que se tem hoje em dia, que é o voto democrático. Porém, o que ocorre na Colômbia é que a guerrilha para se sustentar, ao tempo em que ainda mantinha seus ideais revolucionários, se associou ao narcotráfico. Este lhe dava recurso financeiro e armamentos e recebia em troca a proteção. E o que aconteceu é que todos os movimentos guerrilheiros colombianos escorregaram para esse caminho de associação ao narcotráfico. E mais, passaram a ganhar dinheiro também com resgate cobrado por pessoas sequestradas, assim como com o contrabando generalizado, onde se inclui até o tráfico de humanos. Sem contar com o roubo à mão armada.

Diante deste enorme leque de obtenção de recursos, torna-se muito difícil para um governo democrático cooptar a guerrilha para um acordo. A não ser que faça como a Venezuela, onde a extrema esquerda assumiu o poder e conseguiu estabelecer uma aliança com o narcotráfico e com os militares. Situação que hoje dá estabilidade para o regime ditatorial. Será que o presidente Gustavo Petro estaria pensando em fazer algo semelhante na Colômbia? Afinal, não podemos esquecer que ele é um ex-guerrilheiro! E uma de suas primeiras ações ao assumir a presidência foi, festivamente, reatar as relações com a Venezuela. Portanto, um alerta para a Colômbia que, casualmente, é o país que tem recebido o maior número de venezuelanos, que fogem para outras nações em busca de uma condição mínima de sobrevivência. É sempre bom ressaltar que este regime que se implantou na Venezuela foi inicialmente eleito pelo voto democrático e depois passou a aparelhar o Estado e fraudar as eleições. Tornou-se mais explorador do povo do que aquele que imperou na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Uma observação sobre o Brasil. Ao ser empossado presidente, Lula, absurdamente, não cantou o Hino Nacional Brasileiro. E ainda violou outra norma de procedimento durante a execução do Hino ao tomar água. Depois os petistas se queixam que os bolsonaristas encamparam os símbolos nacionais. Na primeira oportunidade que tiveram para mostrar que eles também valorizam nossos símbolos a situação passou batida. A não ser que isto já esteja inserido na ideia do Foro de São Paulo, que busca uma união latino-americana esquerdista sob o comando, por exemplo, de uma Unasul, ao estilo da antiga URSS, onde os países que a compunham eram todos submissos ao comando central. Ou seja, com sua identidade nacional sufocada. Portanto, olho aberto.


Correio do Povo

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