Jovens atiraram contra dez vidraças em Porto Alegre porque não encontraram festa, diz polícia

 Suspeitos utilizaram dois veículos para cometer vandalismo, disse polícia em coletiva nesta segunda-feira

Delegada Adriana Regina da Costa, diretora do DPM, mostra arma utilizada nos disparos 

A Polícia Civil investiga três jovens como suspeitos de participação nos atos de vandalismo contra dez estabelecimentos comerciais na madrugada do último dia 5, em Porto Alegre. Eles têm idades de 21, 20 e 19, são de classe média, e, de acordo com as investigações, utilizaram dois veículos para efetuar os disparos: um Hyundai HB20 sedan de cor marrom, e um Audi A3 sedan cinza. “Eles alegam que tinham saído para a noite. Como não arrumaram nenhuma festa, acabaram então efetuando os disparos, considerando que a arma estava dentro do veículo”, disse a delegada Adriana Regina da Costa, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM).

Em coletiva de imprensa na manhã de ontem, no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, Adriana, mais o diretor da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre (DPRPA), Cleber dos Santos Lima, e o titular da 11ª Delegacia de Polícia (DP) da Capital, André Mocciaro, detalharam o estado atual das investigações. De acordo com eles, por ora não há uma motivação clara para as motivações do crime de vandalismo, o que será esclarecido no curso do inquérito. Houve ainda auxílio do cercamento eletrônico da Capital para as buscas.

Os disparos foram realizados a esmo pelos jovens de 20 e 19 com uma arma de airsoft, que pertence ao suspeito de 21 anos, que foi o motorista dos veículos, pertencentes à mãe e ao avô dele.. Depois de atirar, o grupo descartou a arma, depois localizada no bairro Partenon e apreendida. O motorista tinha antecedentes criminais por embriaguez, o de 19 por lesão corporal e o de 20 anos não tinha passagens pela polícia. Todos já depuseram. Também ainda não está claro em qual momento houve a troca de automóveis, ou se a mudança teria sido feita para despistar os agentes.

“Houve o prejuízo de alguns milhares de reais às vítimas”, disse Mocciaro, cuja delegacia assumiu as investigações, ainda que os fatos tenham ocorrido na área de ao menos cinco unidades da Polícia Civil, a 8ª, a 10ª, a 11ª, a 13ª e a 19ª DPs. Conforme a polícia, nenhum objeto foi furtado após os disparos, mas alguns ficaram expostos nas calçadas. Os locais atingidos pelos tiros foram sete lojas, duas não especificadas, duas de automóveis, uma de materiais de construção, uma de móveis e uma de esquadrias, além de uma farmácia e duas clínicas, uma geral e outra veterinária. Ao menos oito dos locais registraram ocorrências.

“Para nós, é uma satisfação poder dar uma resposta quase que imediata em uma situação que, embora seja um ato de vandalismo, incomoda e muito a sociedade gaúcha. A ocorrência foi praticada por jovens que não encontraram o que fazer naquela noite, e como eles próprios assumem em depoimento, tiveram a infeliz ideia de disparar contra as vidraças, causando considerável prejuízo”, afirmou Cleber, reforçando que a ocorrência não tem relação com fatos ocorridos no passado.

Correio do Povo

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