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sexta-feira, 22 de abril de 2022

Putin descarta ataque final à fábrica de Azovstal, em Mariupol

 Cerca de mil civis estariam com forças de defesa ucraniana na área



O presidente russo, Vladimir Putin, celebrou nesta quinta-feira o "sucesso" de suas tropas ao tomar a cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia. Ele descartou um ataque final à zona industrial, onde os últimos resistentes estão entrincheirados. "O fim do trabalho de libertação de Mariupol é um sucesso", disse Putin a seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em uma reunião transmitida pela televisão.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, porém, que "ainda não há provas de que Mariupol tenha caído completamente" em mãos russas e garantiu que Putin "nunca terá sucesso" na ocupação da Ucrânia. Depois de suportar quase dois meses de cerco e bombardeios, as últimas tropas ucranianas estão escondidas na enorme usina metalúrgica de Azovstal na cidade do Mar de Azov, estratégica no plano de Moscou de unir os territórios pró-Rússia do Donbass e a península da Crimeia, já anexada em 2014.

Os ultimatos anunciados pela Rússia não provocaram a rendição dos soldados. Um de seus comandantes, Sviatoslav Palamar, do batalhão Azov, pediu "garantias" de segurança aos países ocidentais para deixar o local, onde, segundo Kiev, também estão quase mil civis.

"Considero que o ataque proposto na zona industrial não é apropriado. Ordeno o cancelamento", disse Putin ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, em um encontro exibido na televisão. "Precisamos pensar (...) na vida de nossos soldados e oficiais. Não há necessidade de entrar nestas catacumbas e rastejar no subsolo através das instalações industriais. Bloqueiem toda a área industrial para que nem mesmo uma mosca possa escapar", completou.

Quase 2 mil militares ucranianos resistem no complexo industrial, de acordo com Shoigu, sem citar o número de civis. O Ministério ucraniano das Relações Exteriores pediu a criação de um corredor humanitário para retirar estes habitantes, que "não confiam nas tropas russas".

Desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, Mariupol se tornou um dos lugares prioritários da ofensiva russa. As autoridades locais temem o balanço de mais de 20.000 mortos na cidade, consequência dos bombardeios, mas também da falta de água, comida e energia elétrica. O exército russo controla grande parte da cidade há vários dias e chegou a permitir a entrada de alguns jornalistas ocidentais, que observaram as ruas destruídas.

Durante o cerco, as retiradas de civis foram raras e perigosas. Apesar da tensão, a vice-primeira-ministra ucraniana Irina Vereshchuk afirmou que quatro ônibus com civis deixaram a cidade e outros devem fazer o mesmo durante o dia. Segundo um jornalista da AFP, três ônibus procedentes de Mariupol chegaram a Zaporizhzhya. Ainda não se sabe, porém, se estes veículos fazem parte do comboio, já que os civis precisam enfrentar uma viagem de 200 quilômetros até lá. Este trajeto tem vários pontos de controle, em uma região afetada por combates.

Desde o final de março, quando a Rússia retirou suas tropas do norte e dos arredores de Kiev, o leste e o sul da Ucrânia se tornaram o principal cenário da guerra. As forças russas "mantêm os disparos de artilharia em toda linha de frente", afirmaram as autoridades ucranianas na manhã de quinta-feira.

AFP e Correio do Povo


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