AdsTerra

banner

domingo, 24 de abril de 2022

Após dois meses da invasão russa, autoridades americanas vão a Kiev para reunião com presidente ucraniano

 


Os líderes da diplomacia e da Defesa dos Estados Unidos chegam a Kiev neste domingo (24) para sua primeira visita desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Os secretários de Estado, Antony Blinken, e da Defesa, Lloyd Austin, vão a capital ucraniana justamente quando a guerra, que deixou milhares de mortos e milhões de deslocados, completa dois meses.

Desde o início do conflito, vários líderes europeus viajaram para Kiev para se encontrar com o presidente Volodymyr Zelensky e prestar apoio à Ucrânia, mas os Estados Unidos não haviam enviado até agora nenhum alto funcionário.

A visita de Blinken e Lloyd à Ucrânia coincide com a Páscoa neste país amplamente ortodoxo.

“Nossas almas estão cheias de um ódio feroz pelos invasores e tudo o que eles fizeram. Não vamos deixar a raiva nos destruir por dentro”, disse Zelensky em um comunicado marcando o feriado.

O papa Francisco, por sua vez, renovou, diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, seu apelo por uma trégua por ocasião da Páscoa ortodoxa.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos se recusou a comentar a viagem altamente sensível de dois dos principais membros do gabinete do presidente Joe Biden.

No terreno, as forças russas não mostram sinais de reduzir os seus ataques após o lançamento de um míssil na cidade de Odessa, no sul do país, que a Ucrânia diz ter matado oito pessoas, incluindo um bebê.

“Entre os mortos está uma bebê de três meses. Como ela ameaçou a Rússia? Parece que matar crianças é uma nova ideia nacional da Federação Russa”, denunciou Zelensky.

Ele também acusou a Rússia de ser um Estado terrorista e de agir como os nazistas na devastada cidade de Mariupol, fortemente bombardeada há semanas.

ONU pede trégua em Mariupol

A ONU pede uma trégua “imediata” em Mariupol para permitir a retirada de cerca de 100 mil civis que permanecem presos nesta cidade portuária ucraniana controlada quase inteiramente pelo exército russo, de acordo com um comunicado emitido neste domingo pelo seu coordenador na Ucrânia.

“Precisamos de uma pausa nos combates agora para salvar vidas. Quanto mais esperarmos, mais vidas estarão ameaçadas. As pessoas devem ser autorizadas a sair agora, hoje. Amanhã será tarde demais”, disse Amin Awad.

A última de várias tentativas de evacuar os civis da cidade fracassou neste sábado (23), e uma unidade de combatentes ucranianos em túneis sob uma usina siderúrgica parece estar em uma situação desesperadora.

No sábado, cerca de 200 moradores se reuniram em um local de evacuação designado em Mariupol, mas foram “dispersados” pelas forças russas, informou no Telegram Petro Andyushchenko, um funcionário municipal.

Ele assegurou que os russos impediram a evacuação e que outros civis foram levados para ônibus com destino a locais sob controle da Rússia.

Nesta madrugada, a Ucrânia disse que as forças russas continuavam a bombardear a cidade do Mar de Azov, incluindo a siderúrgica Azovstal, o último reduto de resistência dos combatentes ucranianos.

Mariupol, que o Kremlin afirma ter tomado, é fundamental para os planos militares russos de estabelecer um corredor terrestre entre a Crimeia ocupada pelos russos e o leste da Ucrânia.

Embora os combates tenham se espalhado pela maior parte do país, muitos ucranianos enfrentaram as bombas para receber a tradicional bênção da Páscoa ortodoxa, que os ucranianos celebraram neste domingo.

Na frente de batalha na cidade de Liman, os soldados trocaram a costumeira saudação patriótica de “Glória à Ucrânia!” por “Cristo ressuscitou!”.

O Sul

Nenhum comentário:

Postar um comentário