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quarta-feira, 23 de março de 2022

Bolsonaro não pediu atendimentos preferenciais, diz Milton Ribeiro

 Ministro diz que alocação de recursos segue legislação, após divulgação de áudio em que ele diz priorizar pedidos de pastores



O ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha pedido atendimentos preferenciais na alocação de recursos públicos. A defesa acontece após a divulgação de um áudio em que Ribeiro afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por pastores que não têm cargo na pasta.

“Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado. Registro ainda que o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”, escreveu o ministro, em nota.

No áudio em questão, Ribeiro afirma que as prioridades dele são “atender primeiro os municípios que mais precisam” e “atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”. “Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão de Gilmar. Apoio. Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas”, disse o ministro da educação.

Ribeiro argumenta na nota que recebe pedidos de recursos intermediados por parlamentares, governadores, prefeitos, universidades, associações públicas e privadas. “Todos são encaminhados para avaliação das respectivas áreas técnicas, de acordo com legislação e baseada nos princípios da legalidade e impessoalidade.”

O ministro ainda argumenta que afasta as possibilidades de favorecimento devido à formação religiosa como pastor. “Diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação). [...] Reafirmo meu compromisso com a laicidade do Estado”, disse, se referindo à divulgação do áudio pelo jornal Folha de São Paulo.

"Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa", afirma a nota. Mais cedo, congressistas usaram as redes sociais para cobrar de órgãos fiscalizatórios a convocação do ministro da Educação para dar explicações sobre as falas.

PGR

A PGR (Procuradoria-Geral da República) foi acionada para investigar Milton Ribeiro sobre o caso. As representações foram protocoladas pelo deputado estadual Carlos Gianazzi (Psol-SP), às 13h39, e pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), por volta de 15h40.

Parlamentares da bancada evangélica também esperam que o titular dê explicações para a polênica o mais rápido possível e, em caso de comprovação das denúncias, peça renúncia do cargo.

O vice-presidente da bancada evangélica, deputado federal Luis Miranda (Republicanos-DF), avaliou ao R7 que é "inaceitável" a postura do ministro da Educação. "O Brasil passa por tantas dificuldades e eu não consigo acreditar que, neste momento, o ministério adota atendimento preferencial para certas pessoas", disse.

R7 e Correio do Povo


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