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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Pfizer afirma que três doses de vacina são eficazes contra a variante ômicron

 


As farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram nesta quarta-feira (8) que duas doses da vacina podem não ser suficientes para proteger contra a infecção com a variante ômicron, mas que três doses são capazes de neutralizar a nova cepa.

“As empresas acreditam que os indivíduos vacinados [com duas doses] ainda podem estar protegidos contra formas graves da doença e estão monitorando de perto a eficácia do mundo real contra Ômicron, globalmente”, afirma nota conjunta após estudos realizados em laboratório.

As empresas afirmaram que seguem com o desenvolvimento de uma vacina específica contra a ômicron e esperam tê-la disponível até março “caso uma adaptação seja necessária para aumentar ainda mais o nível e a duração da proteção”.

De acordo com os dados preliminares das empresas, uma terceira dose fornece um nível semelhante de anticorpos neutralizantes para a ômicron ao observado após duas doses contra a cepa original ou as variantes anteriores.

“Embora duas doses da vacina ainda possam oferecer proteção contra doenças graves causadas pela cepa ômicron, é claro a partir desses dados preliminares que a proteção é melhorada com uma terceira dose de nossa vacina”, disse Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer.

“Garantir que o maior número possível de pessoas esteja totalmente vacinado com as duas primeiras doses e um reforço continua a ser o melhor caminho para prevenir a disseminação da covid-19”, acrescentou.

O geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, conta que o primeiro estudo feito sobre a eficácia da vacina da Pfizer contra Ômicron comprovou que o título de anticorpos neutralizantes contra o vírus cai bastante, em torno de 40%.

“Mas não cai totalmente e lembro que nossa defesa imunológica não é composta só por anticorpos, mas também por células (T e B), e estas não devem ser impactadas pela ômicron.”

Outras vacinas

A AstraZeneca/Oxford e a Sinovac, laboratório da Coronavac, também estão realizando estudos de laboratório para avaliar a efetividade das suas vacinas contra a nova variante.

De acordo com a vice-presidente da Sinovac, Yaling Hu, a instituição fará uma série de análises dedicadas a compreender a eficácia da vacina contra a cepa. A preparação e testagem da versão atualizada da vacina devem ser concluídas em três meses.

“Estamos num desenvolvimento específico para a cepa ômicron. Na primeira avaliação queremos isolar o vírus e fazer testes de anticorpos neutralizantes, incluindo diferentes cronogramas de vacinação e diferentes faixas etárias, e o intervalo ideal para o reforço”, afirmou a especialista.

A farmacêutica está apta a fabricar entre 1 e 1,5 bilhão de doses de vacina adaptada por ano, diz Yaling Hu. Além disso, testes mais rápidos dedicados a compreender a viabilidade da Coronavac original frente à nova variante têm previsão de apresentarem resultados em duas semanas.

Com esse anúncio, a Sinovac se junta a outras desenvolvedoras, a exemplo da Moderna e Pfizer, que declararam o interesse em preparar vacinas adaptadas contra a nova mutação.

A AstraZeneca informou, em nota, que está examinando a variante para compreender o impacto da vacina.

“A AstraZeneca desenvolveu, em estreita colaboração com a Universidade de Oxford, uma plataforma de vacina que permite responder rapidamente a novas variantes que possam surgir. A AstraZeneca também já iniciou pesquisas em locais onde a variante foi identificada, no Botswana e Eswatini, que nos permitirá recolher dados do mundo real da vacina contra esta nova variante do vírus.”

Já a farmacêutica britânica GSK informou que seu medicamento de anticorpos monoclonais, para casos de infecções leves ou moderadas, é eficaz contra a ômicron, segundo dados preliminares de um estudo em estágio inicial.

O remédio sotrovimabe, desenvolvido em parceria com a norte-americana Vir Biotechnology, é eficaz contra todas as 37 mutações identificadas até o momento na proteína spike.

“Esses dados pré-clínicos demonstram o potencial de nossos anticorpos monoclonais serem eficazes contra a variante mais recente, ômicron, além de todas as outras variantes preocupantes definidas até o momento pela Organização Mundial da Saúde”, disse o chefe científico da GSK, Hal Barron.

Nova variante

A ômicron, detectada pela primeira vez no sul da África no mês passado, disparou alarmes em todo o mundo para outro surto de infecções, com mais de duas dezenas de países, do Japão aos Estados Unidos, relatando casos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 26 de novembro, classificou-a como uma “variante de preocupação”, mas disse que não havia nenhuma evidência para apoiar a necessidade de novas vacinas especificamente projetadas para combater a variante ômicron e suas muitas mutações. De acordo com a organização, há mais de 400 casos confirmados para a nova cepa em pelo menos 21 países.

A variante tem se mostrado mais transmissível e com maior possibilidade de reinfecção (pode afetar pessoas que já foram diagnosticadas com covid-19 anteriormente). No entanto, ainda não há relatos de mortes ou doença grave. Os sintomas são leves, marcados principalmente por cansaço, dores no corpo e garganta arranhando.

O Sul

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