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quinta-feira, 18 de novembro de 2021

José de Alencar - História virtual

 





José Martiniano de Alencar (Messejana1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro12 de dezembro de 1877) foi um escritor e político brasileiro. É notável como escritor por ter sido o fundador do romance de temática nacional, e por ser o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras.[1][2][3]

Na carreira política, foi notória a sua tenaz defesa da escravidão no Brasil quando ministro da Justiça do segundo reinado (ver Gabinete Itaboraí de 1868).[4][5][6] Era neto de Bárbara de Alencar, uma heroína da Revolução Pernambucana.[7]

Biografia

José de Alencar nasceu em maio de 1829 em Messejana, que à época de seu nascimento gozava do estatuto de município (tendo perdido tal categoria em 1921, sendo integrado na cidade de Fortaleza). Nascido de uma relação ilegítima e considerada escandalosa à época, visto que seu pai era sacerdote da igreja Católica, teve sua paternidade reconhecida através de uma "Escritura de Reconhecimento e Perfilhação de Filhos Espúrios" em 1859, que registrava que "o padre José Martiniano de Alencar, já sendo clérigo de Ordens Sacras, contraiu amizade ilícita e particular com dona Ana Josefina de Alencar, sua prima no primeiro grau, e dela tem tido desde aquele tempo até doze filhos".[8] José de Alencar foi o primogênito do casal, e seu apelido em casa era Cazuza.[8] Era irmão de Leonel Martiniano de Alencar, sobrinho de Tristão Gonçalves, neto de Bárbara de Alencar e primo em segundo grau de Guálter Martiniano de Alencar Araripe.[9]

Sete anos antes do seu nascimento, em 1822, D. Pedro I havia proclamado a Independência do Brasil e tornara-se imperador do Brasil. Dois anos após o seu nascimento, em 1831, o monarca, cedendo a pressões internas e externas, abdicaria em favor do filho e retornaria para Portugal. É nesse cenário político de disputas pelo poder que o jovem escritor crescerá, acompanhando o pai, que seria senador e, posteriormente, governador do estado do Ceará.

Transferiu-se para a capital do Império do Brasil, o Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso de direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo questões de estilo. Formou-se em direito, em 1850, e, em 1854 estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Casou-se com Georgiana Augusta Cochrane (1846-1913), com quem teve seis filhos, entre eles o escritor Mário de Alencar e o embaixador Augusto Cochrane de Alencar.

Em 1856, publicou o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani em 1857 que alcançou notoriedade. Estes romances foram publicados todos em jornais e só depois em livros.

José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenistaO Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro fala sobre o amor do índio Peri com a mulher branca Ceci. O segundo, epopeia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O terceiro tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.

Em 1859, tornou-se chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860, ingressou na política, como deputado provincial no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador (Brasil Império). Em 1868, tornou-se ministro da Justiça, ocupando o cargo até janeiro de 1870. Em 1869, candidatou-se ao senado do Império, tendo o Imperador D. Pedro II do Brasil não o escolhido por ser muito jovem ainda.

Em 1872, se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história nunca confirmada, poderia ser, na verdade, filho de Machado de Assis, o que, para alguns, daria respaldo para o enredo principal do romance Dom Casmurro. Produziu também romances urbanos (Senhora, 1875; Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893), regionalistas (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (Guerra dos Mascates, 1873), além de peças para o teatro.

Viajou para a Europa em 1877, para tentar um tratamento médico, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro em dezembro do mesmo ano, vitimado pela tuberculose. Machado de Assis, que esteve no velório de Alencar, impressionou-se com a pobreza em que a família Alencar vivia. Em sua coluna História de Quinze Dias na revista Ilustração Brasileira, escreveu: "Toda a história destes quinze dias está resumida em um só instante, e num acontecimento único: a morte de José de Alencar. Ao pé desse fúnebre sucesso, tudo o mais empalidece." Seu corpo foi primeiramente sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, depois foi exumado para o Cemitério de São João Batista, também no Rio de Janeiro. Sua esposa Georgiana faleceu treze anos depois e foi sepultada ao lado do marido em 1913.

Homenagens


Na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Flamengo, em sua homenagem, foi erguida, em 1897, uma estátua no largo do Catete, largo este que foi rebatizado como praça José de Alencar.

Em Fortaleza, em 1910, foi erguido o Theatro José de Alencar. A Praça José de Alencar e a estação José de Alencar da Linha Sul do metrô de Fortaleza são, também, homenagens da sua cidade natal.

José de Alencar também tornou-se o nome de um distrito do município de Iguatu, no Ceará.

Lorbeerkranz.png Academia Brasileira de Letras


Grande expoente da literatura brasileira do século XIX, não alcançou a fundação do Silogeu Brasileiro. Coube-lhe, entretanto, a homenagem de ser patrono da cadeira 23 da academia.

Nas discussões que antecederam a fundação da academia, seu nome foi defendido por Machado de Assis para ser o primeiro patrono, ou seja, nominar a cadeira 1. Mas não poderia haver hierarquia nessa escolha, e resultou que Adelino Fontoura, um autor quase desconhecido, veio a ser o patrono efetivo. Sobre esta escolha, registrou Afrânio Peixoto:

"Novidade de nossa Academia foi, em falta de antecedentes, criarem-nos, espiritualmente, nos patronos. Machado de Assis, o primeiro da companhia, por vários títulos, quis dar a José de Alencar a primazia que tem, e deve ter, na literatura nacional. A justiça não guiou a vários dos seus companheiros. Luís Murat, por sentimento exclusivamente, entendeu honrar um amigo morto, infeliz poeta, menos poeta que infeliz, Adelino Fontoura."

Características da obra de Alencar

Uma característica marcante de sua obra é o nacionalismo, tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua portuguesa. Em um momento de consolidação da Independência, Alencar representou um dos mais sinceros esforços patrióticos em povoar o Brasil com conhecimento e cultura próprios, em construir novos caminhos para a literatura no país.

A obra de José de Alencar pode ser dividida em dois grupos distintos.

Quanto ao espaço geográficoː
Quanto à evolução históricaː


Resumo biográfico (cronologia)


Obras

Romances


Teatro


Crônica


  • Ao correr da pena, 1874
  • Ao correr da pena (folhetins inéditos), 2017 (organizado por Wilton José Marques)

Autobiografia


Crítica e polêmica


Referências

  1.  «José de Alencar, biografia do fundador do romance de temática nacional - Guia do Estudante»guiadoestudante.abril.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2016
  2.  «.:: José de Alencar - Só Literatura ::.»www.soliteratura.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016
  3.  «José de Alencar - Biografia - UOL Educação»educacao.uol.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016
  4.  «Folha de S.Paulo - Alencar, o escravista - 08/10/2008»www1.folha.uol.com.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016
  5.  «José de Alencar (1829 - 1877), escritos políticos | BIBLIOTECA BRASILIANA GUITA E JOSÉ MINDLIN»www.bbm.usp.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2016
  6.  MENDES, Mírian Lúcia Brandão. A retórica escravista: as emoções no discurso das cartas de Alencar a favor da escravidão. EID&A - Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação, Ilhéus, n. 7, p. 183-194, dez.2014. Disponível em: <http://www.uesc.br/revistas/eidea/revistas/revista7/eid&a_n7_12_mirian.pdf>. Acesso: 2016.
  7.  «História apaga rosto de primeira presa política do Brasil». Folha de S.Paulo. Consultado em 19 de junho de 2019
  8. ↑ a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :0
  9.  «Genealogia Pernambucana»www.araujo.eti.br. Consultado em 29 de setembro de 2015

Bibliografia


  • ALENCAR, José Martiniano de, Perfis Parlamentares 01, Câmara dos Deputados, 1977.
  • ALENCAR, José de, 1829-1877; Cinco minutos & A viuvinha / José de Alencar. - 29. ed. - São Paulo: Ática, 2010.; 136 p.

Outras


Wikipédia


Saiba mais:


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