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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Indústria brasileira tem quarta queda seguida e fecha o terceiro trimestre com retração de 1,7%

 


A produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, na comparação com agosto, na quarta retração mensal consecutiva, fechando o terceiro trimestre no vermelho, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (04) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com o resultado, setor retrocede para patamar 3,2% abaixo do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 19,4% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011. Frente a setembro de 2020, a indústria recuou 3,9%, intensificando a redução do mês anterior (-0,7%).

No ano, o setor ainda acumula expansão de 7,5%. Em 12 meses até setembro, o avanço é de 6,4%, contra alta de 7,2% nos 12 meses imediatamente anteriores, evidenciado a perda de dinamismo da indústria.

O desempenho veio em linha com a mediana das estimativas de 31 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de uma queda de 0,4% na comparação com agosto. Frente a setembro de 2020, a expectativa mediana era de que o indicador tivesse variação de -4,1%.

O que mais caiu

Houve taxas negativas em três das grandes categorias econômicas e em 10 dos 26 ramos pesquisados. Os maiores impactos no índice geral de setembro vieram da queda na produção do segmento de produtos alimentícios (-1,3%) e de metalurgia (-2,5%).

Também foram registrados recuos significativos nos nos segmentos de couro, artigos para viagem e calçados (-5,5%), outros equipamentos de transporte (-7,6%), bebidas (-1,7%), indústrias extrativas (-0,3%), móveis (-3,7%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-1,7%).

“Houve queda na produção em sete dos nove meses deste ano. O que há de diferente em setembro é que a retração foi mais concentrada em poucas atividades. Mas isso não significa necessariamente que haja mudanças no comportamento predominantemente negativo do setor industrial, uma vez que ele é ainda bastante caracterizado pela perda de dinamismo”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo.

Queda de 1,7% no 3º trimestre

A indústria fechou o terceiro trimestre com queda de 1,7% na comparação com o 2º trimestre – o terceiro recuo seguido na comparação com os 3 meses anteriores. Frente ao mesmo período do ano passado, houve retração de 1,1%, interrompendo a sequência de altas que vinha sendo registrada desde o último trimestre do ano passada, segundo o IBGE.

“Havia uma sequência, em termos trimestrais, de resultados positivos. Inclusive, no segundo trimestre deste ano houve uma expansão que se destaca (22,7%), em função de uma base de comparação bastante depreciada. E esse movimento de volta ao campo negativo é justificado pelos resultados em todas as categorias econômicas, em especial, do segmento de bens de consumo duráveis, que sai de um crescimento de três dígitos e vem para uma queda de 16,9%”, explicou o pesquisador.

Para o economista-chefe André Perfeito, o resultado confirmam uma trajetória de recuperação da economia em formato de “raiz quadrada”, em vez de “V”.

“Depois de certa recuperação, a atividade sofre com motivos macro e micro. Do ponto de vista macro a insuficiência de demanda e os juros em elevação penalizaram todos os grupos, em especial a produção de bens de capital, que recuou em setembro 1,6%. Já do ponto de vista micro, a descontinuidade de certas cadeias produtivas globais segue impondo falta de insumos industriais”, destacou.

O Sul

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