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terça-feira, 2 de novembro de 2021

Bolsonaro diz que Petrobras fará novo reajuste nos combustíveis e quer usar dividendos da estatal para frear preços

 


O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (1°) que a Petrobras fará novo aumento de combustíveis em 20 dias. Ele afirmou a jornalistas, na Itália, que foi avisado pela empresa sobre a nova alta “extraoficialmente” e não deu mais detalhes sobre isso. O presidente também disse que quer usar os dividendos pagos pela estatal para conter o avanço de preços e voltou a defender a privatização da companhia.

Em comunicado divulgado nesta segunda, após as declarações do presidente, a empresa informou, em fato relevante ao mercado, que os ajustes de preços dos seus produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes. E que não há uma decisão tomada que ainda não tenha sido divulgada ao mercado.

Bolsonaro viajou para a Itália para participar da cúpula do G-20, que terminou no domingo (31). Nesta segunda-feira, ele esteve em Anguillara Veneta, pequena cidade no norte da Itália, onde tem família. Ele recebeu o título de cidadão honorário concedido pela prefeitura. Depois seguiu para Pádua, cidade a 35 km de Anquillara, onde enfrentou protestos no local.

A jornalistas que acompanham sua viagem no país, Bolsonaro afirmou que lidar com a alta de preços dos combustíveis é sua prioridade no momento. Disse ainda que foi avisado pela Petrobras que a empresa fará novo reajuste de combustíveis nas refinarias em cerca de 20 dias.

O presidente acrescentou que o governo federal não tem interesse nos dividendos recebidos da Petrobras. E que tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que esses recursos sejam revertidos para abater o preço do diesel.

Empresa nega

No comunicado, a estatal ainda destacou que possui compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado. A Petrobras afirma que “evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.

“A Petrobras monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais. A Petrobras não antecipa decisões de reajuste e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”, disse a empresa, em nota.

A empresa ainda ressaltou que a influência do movimento do mercado internacional de petróleo e da taxa de câmbio nos preços de seus produtos é constantemente analisada pelos participantes do mercado e noticiada pela imprensa.

“Além disso, no anúncio de reajuste de preços de diesel e gasolina, realizado no dia 25/10/2021 através de comunicado à imprensa, a Petrobras informou que os ajustes refletiam parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio”, informou a Petrobras.

Privatização ‘ideal’

Bolsonaro também afirmou que a privatização da Petrobras é um movimento “ideal”:

“Tudo o que acontece de ruim que vem da Petrobras é minha culpa… Eu disse ao (ministro da Economia) Paulo Guedes que o ideal seria privatizar a Petrobras. Mas esse processo levaria mais de um ano.”

Bolsonaro sempre foi contrário à privatização da petroleira. Mas começou a defender sua venda de forma mais enfática no mês passado, depois de tentativas infrutíferas de evitar que a companhia deixasse de reajustar os preços da gasolina e do diesel.

A alta de preços afeta sua popularidade e pressiona a inflação, que já está acima de 10% em 12 meses. A gasolina já subiu 73% no ano e o diesel, de 65,3%.

“A gente não aguenta porque o preço dos combustíveis está atrelado à inflação e falou em inflação, falou em perda do poder aquisitivo. A população não está com salário preservado ao longo dos últimos anos. Os mais pobres sofrem”, disse o presidente.

ICMS congelado

Na semana passada, a companhia divulgou lucro de mais de R$ 31 bilhões relativo ao terceiro trimestre. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que a empresa não pode ter um lucro tão alto e cobrou dela uma visão social.

Na Itália, o presidente atribuiu a alta nos preços dos combustíveis à corrupção de governos passados e às leis antigas. Bolsonaro defendeu o congelamento dos impostos e apontou como “vilão” do custo final na bomba o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Na última semana, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), do qual integram secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal, aprovou o congelamento do ICMS cobrado nas vendas de combustíveis por 90 dias.

O Sul

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