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terça-feira, 4 de maio de 2021

Clubes sociais procuram alternativas para enfrentar crise em Porto Alegre

 Locais encaram os impactos provocados pelo coronavírus



Por muito tempo, locais reuniam pessoas de várias idades em busca de diversão, como forma de se desvencilhar, durante alguns minutos, dos problemas do cotidiano. Neste caso, o assunto não são os shopping centers, mas os clubes sociais, com seus almoços, bailes e apresentações musicais, que entretiam a sociedade, apoiados em mensalidade e adesão dos bairros do entorno. A pandemia afastou muitos dos sócios que ainda resistiam e obrigou os clubes a procurarem alternativas para enfrentar a crise.

Presidente do Sindicato dos Clubes Sociais e Recreativos do RS (Sindiclubes-RS), Nelson Heck, lembra que grande parte destes clubes são sinônimo de tradição em muitas cidades, muitos deles, centenários, até. Mas, com o tempo, encontraram fortes concorrentes. "Até os anos 1990, ia tudo bem, mas aí apareceram as boates e os postos de gasolina, onde muitos jovens poderiam fazer o que não era permitido nos clubes, como os 'amassos', por exemplo", recorda. Criou-se, então, uma lacuna entre as faixas etárias dentro das agremiações. "Muitas pessoas acabam frequentando até os 15 anos e, depois, só voltam com 30 anos, já casados", observa.

Também vice-presidente do Grêmio Náutico Gaúcho, Heck viu os impactos do coronavírus praticamente expulsarem o que restava de sócios, fato percebido nos clubes pelo Estado. "As entidades já vinham de arrasto antes da pandemia. No Gaúcho, a coisa não está fácil. Perdemos 40% dos sócios. Mas soube de lugares que perderam 60% ou mais", revela. Apesar dos problemas, o clube localizado na avenida Praia de Belas, na Capital, se voltou à verdadeira razão de sua existência. "Quando tem uma crise, a primeira coisa que cortam é o lazer. Mas estamos fazendo um trabalho de recuperação. A pessoa que quiser, pode vir nadar sozinha, sem professor. Nas academias, mesmo com professor, o sócio não precisa pagar", frisa Heck, que vê os clubes mais seguros da Covid-19 do que parques e ônibus.

Com 106 anos de existência, a Sociedade Gondoleiros não teve a mesma sorte. Está fechada desde março de 2020, quando a pandemia estourou. Diretoria e funcionários se mantiveram ativos e chegaram a arrecadar cestas básicas por dez meses para músicos e técnicos que ficaram sem trabalho por causa da pandemia. Mas até as doações diminuíram. "Foi justamente numa fase que a gente estava voltando a promover bailes, de Carnaval fizemos. Mas, veio a pandemia, deu essa zebra. Fico muito triste", lamenta o presidente do clube Antônio Almeida, o Toninho. Sem sócios pagantes, o Gondoleiros fechou as portas no bairro São Geraldo, mas o otimismo não abandonou a diretoria. "Tenho muita raça e penso em projetos para levantar o clube. Sou nascido e criado aqui. Não quero parar", garante Toninho.

O Lindóia Tênis Clube, no bairro de mesmo nome, notou a diminuição de sócios desde o início da pandemia. Caiu de 2.300 para 1.400 pagantes e atuantes. Mas, segundo o administrador, Pedro Rogério de Carvalho, o clube está funcionando a pleno, virtualmente se a bandeira do distanciamento controlado for preta, presencialmente e com cuidados, se for vermelha. "Estamos bem, pois negociamos com o sócio. Se ele perdeu 30% da renda, por exemplo, aí paga menos, o equivalente", explica. Ele lembra que muitas pessoas utilizam os clubes justamente para recarregar as energias perdidas com tantos problemas vividos de um ano para cá. "Não deixamos a peteca cair, todos os funcionários estão recebendo em dia. Perdemos 20 sócios em abril, mas tivemos 18 novos no mesmo mês. Por dois, estaríamos 'zero a zero'. É a fidelidade do sócio que nos mantêm", afirma Carvalho.

Solidariedade 

Quando a crise chega, solidariedade e compaixão são necessários nos tempos atuais. Assim como fez o Gondoleiros em 2020, o Grêmio Náutico União (GNU) promove, até 8 de maio, uma campanha para arrecadação de cestas básicas àqueles que mais precisam. As entregas do União Solidária funcionarão no formato drive-thru em função da pandemia, das 7h às 20h, na portaria administrativa da sede Alto Petrópolis (avenida João Obino, 300).

Basta acessar o recuo para carros e entregar as doações aos voluntários que estarão no local. A arrecadação será encaminhada posteriormente a entidades beneficentes. A campanha tem o apoio da prefeitura de Porto Alegre e do Grupo União Voluntários. Quem não puder doar uma cesta básica pode participar entregando alimentos não perecíveis.

Teresópolis Tênis Clube pede socorro

Bailes de carnaval que não tinham hora para terminar. Concursos para rainha das piscinas com algumas das moças mais bonitas de Porto Alegre. Apresentações históricas de artistas renomados nacionalmente. Por ora, tudo parece ter ficado no passado. O Teresópolis Tênis Clube, um dos clubes mais importantes da Capital, pede socorro, com uma dívida de cerca de R$ 5 milhões e que passou por saques e assaltos recentes que descaracterizaram o "glorioso Verde e Branco".

Situado no bairro que emprestou seu nome, o TTC foi fundado em 1944, por iniciativa de um grupo de amigos que frequentava a Associação Leopoldina Juvenil, entre eles o engenheiro Ludolfo Boehl, que hoje dá nome à rua onde fica o prédio. A ideia era criar uma sede esportiva, recreativa e social e, assim, foi.

Por anos, a entidade se tornou referência porto-alegrense, tanto para os sócios quanto para os artistas e jogadores de futebol que participavam das festas que marcavam a cidade. No entanto, recentemente, o clube virou notícia com outros tipos de visitas, indesejadas: no mês passado, as instalações foram invadidas por duas noites consecutivas. Objetos dos mais variados foram saqueados do local, desde torneiras e cortinas até fiação, aparelhos de ar-condicionado, troféus e quadros.

Os roubos vieram na esteira do corte de energia por falta de pagamento ocorrido ainda em fevereiro deste ano, na mesma semana em que o perfil oficial do Teresópolis divulgou a suspensão temporária das atividades. Quando a pandemia começou, o TTC começou a alugar os espaços para eventos e aulas das mais variadas modalidades esportivas. Mas as restrições das atividades no RS para evitar a disseminação do novo coronavírus inviabilizaram a presença dos menos de cem sócios registrados no clube hoje em dia.

No lugar dos grandes almoços antes promovidos no local, o que se via eram restos de comida jogados nos cantos consumidos por moradores de rua. "A segurança ficou difícil no entorno. Está deplorável. Quem conhece, não gostou do que viu", se emociona o comerciante Nilton Bertoletti, que foi sócio até ser avisado de que o clube não funcionaria mais.

Sócio antigo do TTC, o também comerciante Vitor Giorgi lamenta a situação do local que já representou muito para o bairro e para a cidade. "É um espaço que fez parte de todo um processo educacional e de interação social e está sendo perdido, não só por causa da pandemia", enfatiza. Segundo a Brigada Militar, a região não é considerada perigosa, mas o abandono do prédio se tornou um chamariz para os ladrões. O comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM), tenente-coronel Eduardo Cunha Michel, o policiamento no entorno é constante.

Desde 2019, o clube não tem um presidente, desde que o último renunciou. Desde então, um comitê de seis conselheiros tenta recolher os cacos. A venda da área de 17 mil metros quadrados ou parceria com outras empresas ou instituições estão entre as alternativas para sanar as dívidas, em sua maioria tributárias. Uma nota divulgada pela comissão garante que o clube não será extinto.

Segundo o conselheiro e ex-presidente Luiz Fernando Tarasiuk, ao menos, um problema foi revisto nos últimos dias. "A segurança particular foi retomada no clube, paga pelos conselheiros que se cotizaram". Foi durante o período sem a vigilância que os saques ocorreram. A expectativa é para que, um dia, voltem a acontecer outro tipo de saque, o das jogadas de tênis.

Correio do Povo


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