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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Junta militar escala repressão e bloqueia internet em Mianmar

 Blindados avançaram sobre cidades e prenderam ativistas



A junta militar de Mianmar, liderada pelo general Min Aung Hlaing, aumentou a repressão aos protestos contra o golpe de Estado com prisões durante a noite deste domingo. Também aumentaram as ameaças contra quem abriga ativistas, bloqueios da internet e veículos blindados nas ruas.

Pelo nono dia consecutivo, manifestantes saíram às ruas desafiando as ordens dos militares, que tomaram o poder no dia 1º. Eles não aceitam o resultado de uma eleição realizada em novembro do ano passado, que deu ampla vantagem aos civis. Sem provas, os militares afirmam que a disputa foi fraudada.

Os militares não comentaram a movimentação dos blindados que cruzaram as ruas de Yangon neste domingo, durante o dia, abrindo caminho em meio ao tráfego intenso. O governo determinou que as operadoras de telefonia móvel desligassem as conexões de internet de 1h às 9h desta segunda-feira, no horário local.

Em Yangon, principal cidade do país, os manifestantes se reuniram em vários locais, inclusive perto do famoso templo Shwedagon, para exigir o retorno da democracia e a libertação da a chefe de governo Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz.

Presa novamente em 1º de fevereiro, Suu Kyi não foi mais vista desde então, embora seu partido diga que ela estava "bem de saúde", mantida incomunicável em uma casa em Naipidal, capital administrativa de Mianmar. As forças de segurança prenderam cinco jornalistas após disparar contra manifestantes na cidade de Myitkyina, no norte do país, segundo a imprensa local. As tropas dispersaram a manifestação disparando contra os manifestantes, segundo um jornalista local que não soube se os soldados dispararam com balas reais ou de borracha.

Desde o início do movimento, os militares já prenderam cerca de 400 políticos, ativistas e civis, entre jornalistas, médicos e estudantes. O conselho liderado por Hlaing publicou uma lista de sete dos ativistas que buscam ativamente promover os protestos. "Se você encontrar algum dos fugitivos mencionados ou se tiver alguma informação sobre eles, dirija-se à delegacia de polícia mais próxima", disse o comunicado divulgado pela imprensa estatal.

A embaixada dos Estados Unidos em Mianmar alertou sobre movimentos de tropas e possíveis "interrupções de telecomunicações" em Yangon. Embaixadores dos EUA, Canadá e de 12 nações europeias, incluindo o Reino Unido, pediram às forças de segurança que aja com violência contra os que "protestam contra a queda de seu governo legítimo".

Eles condenaram as prisões de líderes políticos e ativistas, bem como a interferência dos militares nas comunicações. "Apoiamos o povo de Mianmar em sua busca por democracia, liberdade, paz e prosperidade", disseram eles em um comunicado conjunto divulgado ontem pelo Twitter. "O mundo está assistindo." Aliados tradicionais do exército do país, Rússia e a China, pedem que as nações não se interfiram nos "assuntos internos" de Mianmar.

Agência Estado e Correio do Povo

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