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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ATP estima que prejuízo das empresas de ônibus pode chegar a R$ 100 milhões em 2020

 Atualmente, média de passageiros em Porto Alegre é menos da metade do que seria comum para a época



As empresas de ônibus de Porto Alegre calculam que os prejuízos podem chegar a R$ 100 milhões até o final do ano por conta da queda da demanda de passageiros durante a pandemia. Os ônibus da Capital transportavam, em média, 830 mil passageiros por dia e a redução chegou a ser de 75% até meados de agosto, quando estavam sendo transportados em média 200 mil passageiros por dia. Segundo o engenheiro de Transportes da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) de Porto Alegre, Antônio Augusto Lovatto, ressaltou que a queda foi potencializada pelas informações de que os riscos de contrair a Covid-19 seria aumentado no transporte coletivo.

“Fomos surpreendidos pela pandemia, assim como o mundo inteiro foi, mas no nosso segmento em particular foi ainda pior, porque era dito que o transporte público, depois dos hospitais, era o local de maior risco”, comentou, ressaltando que “felizmente isso não se confirmou. Segundo ele, entre os 6,5 mil colaboradores das empresas de ônibus há 35% menos contaminações do que a média da população da Capital e não houve nenhum óbito em decorrência do novo coronavírus.

A demanda aos poucos vem sendo retomada, segundo Lovatto, mas ainda assim as empresas contabilizam “prejuízos gigantescos”, como definiu. “Temos toda uma capacidade instalada de ônibus, motoristas, cobradores, dimensionada para transportar 830 mil passageiros por dia, hoje estamos transportando cerca de 400 mil, ainda é menos da metade. Então esse é o cenário”, definiu. Apesar das dificuldades Lovatto explicou que algumas medidas colaboraram para amenizar os prejuízos, entre elas as Medidas Provisórias (MPs) do governo Federal que permitiram a redução salarial e de carga horária, além das suspensões de contrato.

“Estamos tentando sobreviver de uma forma, mas por conta das MPs conseguimos reduzir a folha de pagamento substancialmente em mais de 45% do custo. Foi uma das coisas que ajudou, outro fator foi a queda do preço do diesel também”, detalhou.

Além disso, Lovatto destacou o acordo feito com a Prefeitura em setembro, por via judicial, onde as empresas conseguiram garantir que o Executivo municipal efetue o ressarcimento de uma parte dos prejuízos. Pelo acordo, as concessionárias renunciaram à quantia de R$ 27,8 milhões, referente à remuneração de capital, à depreciação e à remuneração do serviço do período compreendido entre 19 de março e 31 de julho de 2020, competindo ao município aportar R$ 39,3 milhões. A negociação com os fornecedores, principalmente o parcelamento do financiamento dos ônibus, também tem amenizado as dificuldades das empresas de ônibus.

A redução da tarifa, conforme Lovatto, não impactou financeiramente pois o percentual retirado da composição do valor era referente a uma taxa de gerenciamento da Prefeitura. “Isso não chegou a impactar as empresas, quem deixou de ganhar esse recurso foi a Prefeitura”, frisou. Atualmente o prejuízo calculado pela ATP é de R$ 8 milhões por mês e, até o momento, não há previsão para que o número de viagens e de passageiros volte ao patamar verificado antes da pandemia.


Correio do Povo

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