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quarta-feira, 8 de julho de 2020

Chuva alaga e causa bloqueios em Porto Alegre

Pelo menos 67 alagamentos foram contabilizados na Capital na manhã de quarta

Chuva causou alagamentos em Porto Alegre

A chuva forte que atingiu Porto Alegre causou diversos bloqueios e alagamentos. Na manhã de quarta-feira, foi possível ver os estragos causados pela instabilidade. A zona Norte da Cidade foi um dos locais mais atingidos pelo temporal. As ruas Maria Trindade, Pampa e José La Porta, na Vila Farrapos, bairro Humaitá, ficaram completamente alagadas.
A rua Voluntários da Pátria, nos dois sentidos a partir da Casa de Bombas da prefeitura até quase a Arena do Grêmio, literalmente "virou uma piscina". Os motoristas que tentaram cruzar a via acabaram tendo problemas e tiveram que abandonar os veículos. Na rua Maria Trindade, a moradora Eugênia Nascimento, que reside há mais de 20 anos na região, disse que em razão da chuva ter invadido a sua casa a família decidiu colocar os móveis para o alto. "Vamos esperar baixar a água para realizarmos a limpeza. Uma coisa é certa a prefeitura precisa olhar para a comunidade da Vila Farrapos. Não é possível que tenhamos que enfrentar todos os anos esses alagamentos", ressaltou.
Na mesma rua, a dona de casa Elisete Moraes decidiu com a ajuda do marido criar uma trilha de tijolos para que pudesse sair de casa. "Esses alagamentos causam transtornos e prejuízos aos moradores. A prefeitura precisa pensar em uma alternativa para solucionar esse problema que é constante na região", destacou. Na rua José La Porta, diversos carros foram cobertos pela água. Na mesma região, moradores do loteamento Tresmaiense em razão do alagamento das suas residências decidiram ir para a casa de parentes. 
No bairro Sarandi, também na zona Norte, um veículo caiu dentro do arroio Sarandi, na noite de terça-feira. O motorista do Renault symbol azul teve que quebrar o vidro do lado do carona para conseguir sair do carro. Valdir Mello, proprietário da oficina Damatt Recuperadora, disse que tentou alertar o condutor sobre a elevação do arroio. "É perigoso cruzar essa ponte da rua Zeferino Dias com a avenida Sarandi quando está alagada. O arroio encheu muito rápido", relatou Mello, enquanto observava na manhã de quarta-feira o trabalho de limpeza das equipes do DMLU na região. Fiscais da EPTC estiveram no local e afirmaram que o motorista teve sorte de sair com vida do acidente.
A queda do automóvel ocorreu por volta das 19h30min de terça-feira, na esquina da avenida Sarandi com a rua Zeferino Dias. O condutor Alexandre Aires Claudino retornava para Cachoeirinha onde reside. Repentinamente ao cruzar a via, o carro foi arrastado para dentro do arroio. O motorista teve que quebrar o vidro e nadar por debaixo da ponte até se agarrar em galhos de árvores. Ele ficou dentro do arroio por cerca de meia hora agarrado em galhos. Na manhã de ontem, o carro ainda estava preso embaixo da ponte. Ele deverá ser retirado após a água baixar. Moradores da região reclamaram que qualquer chuva que ocorra o arroio Sarandi transborda. 
Já na região das ilhas da Pintada, Grande dos Marinheiros, Flores e Pavão, os moradores estão em estado de alerta com a elevação das águas do Guaíba. Ontem pela manhã, na rua Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, próximo da sede da Colônia de Pescadores Z5, a dona de casa Elvira Saldanha Campos afirmou que a família já está preparada para a possibilidade de alagamentos na região.  

Alagamentos e ruas bloqueadas na zona Sul

A quarta-feira também foi de transtornos para quem mora da zona sul de Porto Alegre em função do temporal da madrugada. No bairro Aberta dos Morros, os moradores das ruas Vale do Sol, Tim Lopes e Paulo Rubilar de Farias, tiveram suas casas invadidas pela água.
As marcas do alagamento podiam ser vistas próximo das portas das residências. Na avenida Aparício Borges com a rua Pedro Boticário, os fiscais da EPTC tiveram que desviar a circulação dos carros para o corredor de ônibus em função do alagamento da via. Na avenida Edgar Pires de Castro, entre os bairros Campo Novo e Restinga, um veículo ficou preso em buraco aberto no asfalto, próximo à esquina com a rua do Schneider, o que gerou muito congestionamento no começo da manhã de quarta-feira.
No bairro Lageado, um Gol foi abandonado com água alcançando o porta-malas, na Estrada Francisca de Oliveira Vieira, próximo a Estrada Chapéu do Sol. Na Avenida Tramandaí, o Arroio Capivara transbordou pela segunda vez, em uma semana. Um tronco de árvore foi arrastado pela força da água, e ficou sobre a calçada. Também ocorreu alagamento na avenida Edgar Pires de Castro entre o Beco do Schneider e a João Antônio da Silveira. O valão transbordou na entrada da Restinga. Também houve queda de árvore nas rua Pinheiro Machado com rua Gonçalo de Carvalho, Mariz e Barros com rua professor Ivo Corseuil, no bairro Petrópolis, e na rua Comandaí com a rua Itapitocaí. 
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Dmlu) realizou a remoção de lixo e raspagem de terra em diversos pontos da cidade. Na manhã de quarta-feira, as equipes fizeram, por exemplo, a limpeza nas margens dos arroios Sarandi, na zona Norte, e do Salso, entre os bairros Aberta dos Morros e Restinga. O serviço é feito duas vezes por semana, quando são retiradas cerca de sete toneladas de lixo. Ontem, já haviam sido removidas quatro toneladas. O DMLU atuou com 17 equipes e caminhões na Capital. Porto Alegre ultrapassou a média histórica de volume de chuva de todo o mês de julho em apenas dois dias.
Entre terça-feira e quarta-feira, choveu 122,8 milímetros na Capital, segundo o Centro Integrado de Comando (CEIC). A média histórica do mês é de 121,7, conforme o órgão. Os dados contemplaram a chuva que caiu até as 7h de quarta-feira. O temporal provocou diversos transtornos na Capital, como ruas alagadas, sinaleiras desligadas e árvores caídas. Os problemas foram registrados desde a noite de terça-feira.
Segundo a Defesa Civil Municipal, 67 alagamentos foram contabilizados em Porto Alegre na manhã de quarta-feira. O diretor-geral da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues, destaca que o órgão não recebeu nenhum pedido de realocação de famílias. “Pode ter acontecido das pessoas terem saído voluntariamente de suas residências. Pelo sistema, pelo telefone 199, nós não tivemos nenhuma solicitação de remoção”, explicou.
A chuva também deixou moradores sem abastecimento de energia elétrica. As principais ocorrências na área de concessão da CEEE estavam relacionadas a pedidos da Defesa Civil por questões de segurança em áreas de alagamento. No bairro Cavalhada, na zona Sul, 163 clientes buscaram informações. Os problemas se concentraram nas ruas Canela, Gaurama, Frederico Westphalen e Ibirubá.   

Correio do Povo

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