Bolsas em queda; Viagens voltam, mas só para europeus; Maranhão reabre

As bolsas internacionais abriram em baixa nesta segunda-feira e dúvidas sobre se novos patamares de alta podem ser atingidos devem pairar sobre os investidores na semana. A Desperta destaca ainda mais reaberturas de comércio pelo Brasil e a volta das viagens na Europa. Boa leitura.

Metrô em Londres nesta segunda-feira: temores de uma segunda onda do coronavírus fizeram bolsas europeias abrirem em baixa | REUTERS/Hannah McKay

1 - BOLSAS EM QUEDA

A euforia das últimas semanas de fato passou nas bolsas do Brasil e do mundo? Ou há espaço para novas altas? Essas são dúvidas que devem nortear as negociações ao longo deste semana. Na sexta-feira, vale lembrar, o Ibovespa caiu 2%, para 92.795 pontos, num dia que foi até de alívio já que, na véspera, os índices nos EUA haviam tido as maiores quedas diárias desde março. Nesta segunda-feira, as bolsas internacionais abriram em forte baixa. Mais uma vez, o principal motivo são as novas ondas de contágio da covid-19 e a perspectiva de recuperação lenta da economia. Estados como Flórida e Texas noticiaram aumento na contaminação após a reabertura pós-quarentena. Uma possível boa notícia veio da China hoje: as vendas no varejo caíram apenas 3% em maio, ante 20% de queda em fevereiro. Ainda assim, a notícia de um novo foco de coronavírus em Pequim, cidade que ficou 55 dias sem novos casos, reacendeu o alerta de que a pandemia não ficou para trás.

2 - MARANHÃO REABRE

A exemplo do que aconteceu em São Paulo e Rio de Janeiro na última semana, o comércio no Maranhão tem permissão para reabrir nesta segunda-feira, 15. Agora, lojas de rua e shoppings também estão na lista. O Maranhão ultrapassou os 59.000 casos da covid-19 e atingiu recorde de novos infectados na última quinta-feira, um exemplo da dificuldade brasileira em iniciar a retomada com a pandemia ainda avançando. Manaus, uma das cidades mais afetadas, também reabre restaurantes hoje, com 50% da capacidade. Mas Belo Horizonte desistiu de reabrir shoppings, e Curitiba vai fechar academias. O Brasil teve 17.086 novos casos de coronavírus e 589 mortes nas últimas 24h, levando o total para 867.882 casos e 43.389 mortos (veja os números). Enquanto isso, novo estudo de pesquisadores da USP e da FGV estima que pode haver um aumento de 71% no número de mortes por covid-19 em São Paulo com o relaxamento da quarentena no estado.

3 - SEM FRONTEIRAS (PARA EUROPEUS)

Com o verão se aproximando, a Europa começa a reabrir suas fronteiras. Mas não para qualquer um. Nesta segunda-feira, 15, países como França e Alemanha passaram a liberar a entrada de vizinhos europeus. A recomendação da Comissão Europeia é que países do espaço Schengen (acordo que permite a livre circulação de pessoas nos 26 países europeus signatários) eliminem as restrições entre si. A Grécia, onde o turismo representa 25% do PIB, tem uma lista maior de abertura, incluindo países como Japão, China, Nova Zelândia e Israel (Brasil e EUA ficaram de fora). A Itália, epicentro da pandemia na Europa e também altamente dependente do turismo, já está reaberta aos vizinhos desde 3 de junho, mas sofre para atrair visitantes. Já turistas não-europeus devem ter de esperar mais: pelas regras europeias, os brasileiros, por exemplo, só devem poder adentrar o continente quando a situação da pandemia estiver igual ou melhor do que na Europa. Pode demorar.

4 - VOLTA DA APPLE

Além dos países e regiões mundo afora, empresas também começam a repensar seus planos para alguma volta ao escritório em meio à pandemia. É o que acontece na Apple, que inicia nesta segunda-feira, 15, uma retomada gradual ao escritório na Califórnia. Um pequeno grupo funcionários da companhia americana retorna à sede hoje, enquanto os demais continuam a trabalhar de suas casas. No Vale do Silício, companhias como Facebook e Google já afirmaram que devem continuar trabalhando de casa, pelo menos, até o fim do ano. Já o Twitter liberou home office para sempre. Fora do escritório, a Apple também reabriu cerca de 30 lojas nos EUA em maio. A empresa também corre para que não haja atrasos no lançamento do novo iPhone, que historicamente acontece em setembro.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, confirmou que está de saída do governo. Para analistas, a saída pode ampliar a pressão fiscal no governo e dar força ao Centrão. Veja as análises. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acatou um pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para investigar ato contra o STF. No sábado, 13, manifestantes jogaram fogos de artifício sobre o prédio do tribunal, simulando um bombardeio. A PGR também pediu investigação sobre a invasão a hospitais de campanha, em pedido a ser oficializado nesta segunda-feira, 15. Uma autópsia concluiu que a morte do jovem negro Rayshard Brooks em Atlanta, nos Estados Unidos, foi homicídio causado por ação policial na sexta-feira, 12. Brooks foi morto no drive-thru da rede de fast-food Wendy's. Manifestantes incendiaram a unidade no fim de semana. A chefe da polícia de Atlanta também deixou o cargo.

A tradicional Parada LGBT em São Paulo aconteceu neste domingo, 14, de forma adaptada: com oito horas de transmissão de shows e debates pela internet. Conheça o empreendedor que tornou possível a realização do evento mesmo na pandemia. Confira 20 eventos online para empreendedores nesta semana. O laboratório chinês Sinovac, que fechou parceria com o Instituto Butantan, anunciou que mais de 90% das pessoas que receberam doses de sua vacina contra o coronavírus produziram anticorpos. A repercussão de um caso nos EUA vem levantando novas questões sobre o sistema de saúde. Após contrair coronavírus, um americano de 70 anos recebeu uma conta de 1,1 milhão de dólares por seus dias na UTI. Neste vídeo, a EXAME explica a diferença entre os sistemas pelo mundo.

Bolsa HOJE | Xangai / -1,02% Tóquio / -3,47% Londres / -1,02% (às 7h) SEXTA | Ibovespa / -2,00% S&P 500 / +1,31% Dólar / 5,04 reais (+2,14%)

Um garoto de 17 anos no Japão está processando o governo — e com chances de ganhar. Depois que os governantes de um distrito decidiram limitar o tempo de videogame e internet a 60 minutos por dia útil para menores de 20 anos, o garoto Wataru obteve o apoio de advogados independentes para ir contra a medida. Os contrários à restrição afirmam que há formas melhores de tentar conter o vício dos jovens em games. Leia a história aqui (em inglês).

Videogame: medida no Japão tenta conter o tempo de uso | Tom Green/Stock/Getty Images