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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Homem que matou família em Porto Alegre alega que arma usada no crime pertencia à vítima

Em depoimento à polícia, Dionatha Vidaletti disse que foi agredido com "chutes e coronhadas" por Rafael Silva

Informações foram divulgadas em coletiva da Polícia Civil nesta terça-feira
Informações foram divulgadas em coletiva da Polícia Civil nesta terça-feira 


O homem que matou três pessoas de uma mesma família no último domingo no bairro Lami, zona Sul da Capital, se entregou à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira. De acordo com o titular da 4ª DHPP, delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, Dionatha Bitencourt Vidaletti, de 24 anos, chegou à DP na companhia de dois advogados. Ele admitiu que atirou contra Rafael Zanetti Silva, 45 anos, Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44 anos, e o filho do casal Gabriel da Silveira Innocente Silva, 20 anos. Em depoimento à polícia, Vidaletti disse que arma usada no crime pertencia a Rafael Silva – filho casal morto no crime. O criminoso alega que teria tirado a arma da mão de Rafael e a jogado no asfalto após conflito com "chutes" e "coronhadas" e discussão. “Foi homicídio, são três vítimas e o crime é duplamente qualificado. Ele sabe o que fez, sabe o crime que cometeu”, esclareceu o delegado, reiterando que o acusado será encaminhado para o sistema prisional.

Vidaletti prestou depoimento na tarde desta terça-feira. “O autor relatou que estava na residência em que houve a colisão e que a Aircross foi de encontro ao utilitário Ecosport, bateu e saiu”. Conforme o delegado, o acusado contou que correu após ouvir um tio gritar xingamentos contra o motorista do Aircross. “Ele entra no carro, a sua mãe o acompanha e pede que ele não continue com a perseguição, mas ele entende que deve continuar pois, segundo ele, precisava anotar a placa, bem como tentar conversar com o motorista”.

Após alcançar a Aircross, conforme o delegado, Vidaletti contou que forçou que o motorista parasse no local onde aconteceu o fato. “No momento em que os dois veículos pararam, ele desembarcou com a sua mãe, assim como o motorista do Aircross, a esposa e o filho. Rafael teria saído lhe xingando e ele questionou o motivo da colisão”. Vidaletti relatou que a discussão passou para um tom mais agressivo. “Ele contou que sofreu uma rasteira, recebeu chutes e percebeu que estava recebendo coronhadas. Notou que a coronhada vinha do motorista, conseguiu se desvencilhar, tirou a pistola de Rafael e jogou para o asfalto”. Após a suposta agressão, Vidaletti contou que ouviu um disparo, que teria partido de sua mãe.

“Ele continua a ser agredido, mas consegue se desvencilhar novamente e retira a arma da mãe. Pede que ela ingresse no veículo e faz o mesmo. Então ele percebe que o motorista e a esposa começam a agredir sua mãe”. Ao perceber que a mãe estava sendo agredida, o acusado afirmou que teria descido novamente do veículo, com a pistola em mãos e, vendo aquela situação, efetuou os disparos. Conforme o delegado, com relação à qualidade do manuseio da arma, Vidaletti explicou que fez cursos de segurança, teve o período no Exército e que é praticante de Airsoft desde 2015.

Após as agressões, o acusado afirmou ter visto Fabiana vindo na sua direção e efetuou mais um disparo. “Ele relatou que ingressou no veículo e ao olhar para fora, percebeu que as pessoas tinham sido mortas. Inclusive, ele relatou ter visto a criança ter saído do carro. Depois, deixou o local. Voltou para a casa da qual ele havia saído, escondeu o veículo no galpão e se refugiou em um matagal a cerca de 200 metros da casa da avó. Ali permaneceu até ontem”.

Sobre a arma do crime, Vidaletti alegou que esta estaria com Rafael e informou à Polícia que a deixou no local do crime antes de ingressar no veículo. “Existem diferenças nos depoimentos, vamos ouvir outras testemunhas, inclusive a mãe, a irmã e o pai do acusado”. Conforme o delegado, Vidaletti se mostrou “extremamente transtornado com o que fez, mas a todo momento, durante o depoimento, dizia que queria proteger a sua mãe”.

Correio do Povo

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