May admite que Londres não conseguirá tudo nas negociações do Brexit

Declaração supõe mudança em posicionamento da primeira-ministra

Theresa May alivia discurso conservador | Foto: Jonathan Brady / AFP / CP

Theresa May alivia discurso conservador | Foto: Jonathan Brady / AFP / CP

A primeira-ministra britânica, Theresa May, admitiu nesta sexta-feira que o Reino Unido não conseguirá tudo o que queria do Brexit, embora tenha alertado que a União Europeia terá o mesmo problema. "Ambos temos que enfrentar o fato de que isto é uma negociação e que nenhum dos dois terá exatamente o que quer", disse May em um discurso em Londres, no qual esboçou a visão de futuro da relação com a UE. "Quero ser clara com as pessoas, porque a realidade é que todos temos que enfrentar algumas realidades duras" sobre o impacto do Brexit, acrescentou. "Temos que resolver as tensões entre alguns de nossos principais objetivos", acrescentou May.

A admissão supõe uma mudança de tom da primeira-ministra conservadora, que tinha sido criticada por Bruxelas por querer os benefícios de pertencer à UE sem as obrigações. "De certa maneira, o acesso aos mercados do outro será menor que agora", constatou May, neste discurso no qual reiterou que o Reino Unido quer abandonar o mercado único, a união aduaneira e a jurisdição da Justiça europeia. May pediu um acordo de livre-comércio ambicioso com a UE, mas admitiu que isso significaria continuar dependente, de alguma forma, dos assuntos europeus. "Como em qualquer acordo comercial, temos que aceitar a necessidade de compromissos vinculantes".

A primeira reação europeia foi do principal negociador, Michel Barnier, que agradeceu "a clareza" de May, em uma mensagem no Twitter. "Nem o modelo canadense, nem o norueguês". May disse que quer um acordo de livre-comércio mais ambicioso do que o assinado recentemente pela UE com o Canadá, que não inclui o setor de serviços, ou com a Noruega, que é membro do mercado único e está sujeita a obrigações europeias, sem fazer parte da UE.

Em um momento de tensão com Bruxelas sobre as implicações da saída da UE na fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, May insistiu para que o Reino Unido não pusesse em risco a paz no norte da Irlanda, restaurando os controles nas fronteiras e oferecendo "acordos específicos" nesta questão, embora ela rejeite novamente a oferta europeia de deixar a província na união aduaneira, porque isso ameaçaria "a integridade do mercado único britânico".

Semanas antes do início das discussões sobre o futuro comercial da relação, May argumentou que o Reino Unido deveria ficar livre para trilhar seu próprio caminho longe das regras europeias. Ao mesmo tempo, ela pediu "o acordo mais amplo e profundo possível, abrangendo mais setores e mais cooperação do que qualquer acordo de livre-comércio atual no mundo". Os líderes europeus têm pressionado May para esclarecer exatamente o que eles querem nas negociações, faltando um ano para a data da partida e já se passaram quase dois desde o referendo.

Debate interno

A primeira-ministra ainda enfrenta um desafio internamente, começando por seu governo, que se divide entre pró e anti-europeus. O ministro de Relações Exteriores, Boris Johnson, anti-UE, se mostrou satisfeito com a "visão clara e convincente" de futuro manifestada por May. "Continuaremos muito próximos de nossos amigos e sócios da UE, mas poderemos inovar, ter nossa própria agenda, fazer nossas leis e acordos comerciais ambiciosos por todo o mundo", escreveu Johnson no Twitter. No outro extremo, o deputado trabalhista Chuka Umunna criticou. May, que continua "sem escutar ninguém", enquanto a chefe do governo escocês, Nicola Sturgeon, lembrou que as proposta desta sexta-feira "já foram amplamente recusadas pela UE".


AFP e Correio do Povo



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