Estão trezentas mil pessoas na praça Tien An Men, em Pequim. Há horas que não voa um pássaro no céu azul da grande cidade chinesa do norte, que retoma nesse dia 1° de outubro de 1949, o título de capital da China.
Ao rumor dos gritos que se levantam deste mar de gente, ao ruído surdo de mais de meio milhão de pés muitos deles com sandálias de madeira, junta-se o crepitar das matracas de bambu. Acima da multidão flutuam bandeiras do dragão vermelho misturadas com algumas bandeiras, ainda raras, de cinco estrelas amarelas sobre o fundo vermelho e, sobretudo, com uma quantidade inconcebível de ouropéis de todo gênero, que parecem estantes esfarrapados pelo fogo de mil combates.
O ar está carregado de poeira e parece vibrar com o potente martelar que sai daquela extraordinária concentração. A poucas centenas de metros, os antigos imperadores mongóis devem tremer em seus túmulos. Bruscamente, cessa o ruído. O silêncio cai sobre a multidão como uma cobertura espessa. Todas as cabeças se viram, todos os olhares convergem para a varanda comprida que domina a praça. Apareceram na varanda umas vinte pessoas, que parecem silhuetas pequenas, todas de um cinzento azulado, todas salpicadas de poeira. Aqui e ali, brilha, óculos. É tudo. No entanto, uma das silhuetas, a do meio, destaca-se ligeiramente. É um pouco mais forte do que as outras. A cara larga é coroada por uma cabeleira escura, que a calvície frontal faz aparecer uma espécie de bicórnio negro.
Acima da gola até o pescoço, acima da verruga do queixo familiar a milhões de chineses e aos leitores de jornais em todo o mundo, acima dos grandes malares corados, os olhos pequenos mas profundos erram por momentos sobre a multidão imóvel, sobre os dragões vermelhos que a falta de brisa mantém quietos. Mao Tsé-tung contempla sua vitória. Saboreia seu triunfo. Colhe o fruto de quase trinta anos de luta dura, encarniçada, paciente, hábil, sem quartel. Com exceção de Cantão, que não tardará a cair, o imenso continente chinês está a seus pés. Cheng Kai-chek, o inimigo implacável, refugiou-se na Ilha Formosa. As duas superpotências do mundo compreendem que uma nova e grande potência se ergue. Em Washington, Harry Truman procura compreender como aconteceu aquilo, com os milhões de dólares gastos a favor de Chang serviram apenas para o que considera um desastre americano. Em Moscou, Joseph Stalin, que há pouco retirou seu embaixador junto a Chang Kai-chek para o acreditar junto ao novo imperador da China, recorda-se com amargura de ter dito, quatro anos antes, ao conselheiro de Truman, Harry Hopskin, que “não valia a pena tomar a sério os comunistas chineses”. Será nesse padrão de universo comunista, a que pertence mas não lhe poupou humilhações, que pensa Mao Tsé-tung, ao proferir então um discurso, com a multidão hipnotizada, bebendo literalmente cada palavra proferida? Eis o que ele diz:
“Daqui em diante, o povo chinês não se deixará insultar por quem quer que seja. Estamos de pé!”
E proclamando a República Popular da China, qualifica-a de “posto avançado da paz, na Ásia”. Estará pensando na primeira bomba atômica russa, que explodiu apenas uma semana antes, em pleno centro da Ásia, justamente nos confins da Rússia e da China?
Pensa também, naturalmente, na outra primeira bomba atômica – a dos americanos – que, quatro anos antes, de um só golpe matou milhares de asiáticos em Hiroshima – quase tantos como só que ali estão hoje concentrados perante ele. E depois de hastear, em suas mãos, a bandeira vermelha com cinco estrelas da República de que desde a véspera é presidente, grita: “E agora, que os reacionários se acautelem! No país e no estrangeiro!”
Na praça Tien An Men há como uma explosão. Ninguém interrompeu o discurso de Mao. Mas agora, todos dão livre curso à alegria, ao ódio, à esperança. Por todos os lados há bandas que executam, sem coordenação, a Marcha dos Voluntários (porque ainda não está pronto o hino nacional da nova República). Estalam foguetes e morteiros, acima da multidão, nos arredores da praça nas ruas adjacentes. Bate-se com os pés no chão, um frenesi. É como se corresse uma rajada de vento; e a poeira em nuvem, à fumaça dos foguetes, sobe para o fraco sol de outubro, que recorta, já tombando para o ocidente, os telhados dos pagodes. As bandeiras entre chocam-se, como se os dragões vermelhos tivessem despertado um sobressalto. As matracas de bambu voltam a ritmar, com seu barulho infernal, o gigantesco rumor que da praça sobe para o novo senhor da China.
Mao Tsé-tung sorri para a multidão em delírio, diante da qual desfilam agora em massa compacta os batalhões de um cinzento amarelado ao “Exército Popular”, herdeiro do Exército Vermelho, filho da “Grande Marcha”, que derrotou ou atraiu as tropas de Chang Kai-chek. Mao volta-se para olhar os companheiros que o cercam, que conduziram aquele novo Exército à vitória: o General Chu-Té, antigo “senhor da guerra”, com palácios, cocumbinas e ópio, até aderir ao comunismo em 1927; Lin-Piao, o antigo cadete da Academia Militar de Whampos, coronel aos dezenove anos, durante dezessete anos discretamente retirado em Moscou, tudo regressado para conquistar a Manchúria, ocupar Pequim e ali acolher Mao; Chen Yi, outro militar de carreira, que acaba de ocupar a China do Sul; Li Li-san, fundador de um Partido Comunista Chinês em Paris, antigo metalúrgico de Saint-Chamond, também desaparecido durante quinze anos em Moscou; Chu en-lai, também antigo estudante na França de origem burguesa, negociador dos acordos com Chang Kaic-chek no tempo de guerra com o Japão, diplomata frio e hábil...
Mas é do mais desleixado de seus companheiros, pelo menos na aparência, que Mao se aproxima, para lhe tomar o braço. Liu Chao-chi, alto e magro, com os óculos montados no nariz e as têmporas já grisalhas. É o seu companheiro de sempre, seu imediato mais fiel, o mais cegamente dedicado, o mais fanático, o organizador de toda a máquina do partido, o que compartilhou com o chefe os anos terríveis de Yenan. É, como Mao, um filho do Hu-Nan. É seu substituto incontestado.
Continua gritando “Mao Wan-suil” (“que Mao viva cem anos!”), e o novo chefe de um quarto da população mundial, seguido por seu imediato, desaparece da tribuna. Com que sonha? Talvez só lhe falte alcançar uma coisa: que esse poder que dá a arma atômica e que o outro grande estado comunista já possui há uma semana, embora com um terço da população da China.
Que caminho será preciso percorrer até essa consagração suprema da independência e da força? Sem dúvida logo, já que a China, de que é senhor, não passa de uma imensidade de ruínas e de miséria, de de ruínas e de miséria, de fome e de andrajos, um continente exangue, dirigido pelos continentes em que reina a prosperidade e o potencial econômico, percorrido por bandos de saqueadores que mais parecem exércitos do que quadrilhas.
O lugar em que seu poder foi proclamado não se chama, porém, Tien An Men (que significa a “Porta da Paz celestial”)?
A cerimônia da proclamação da República Popular da China durou exatamente duas horas:das quinze às dezessete. Pelo menos, foi esse o tempo que lhe consagrou Mao Tsé-tung.
Na altura em que a noite essa capital em que dois ou três milhões de homens e mulheres não sabem o que hão de comer no dia seguinte, Mao está com Liu Cha-chi no gabinete de trabalho: que mandou preparar no Palácio de Verão, onde passará a residir, deixando a “Cidade Interditas” dos Imperadores do “Conselho de Estado” (que também se pode chamar Ministério) presidido por Chu En-lai.
Ambos, nesse gabinete, avaliam a situação. Ao contrário das ideias que Li Li-san traz de Moscou, Mao e Liu estão de acordo em que o novo regime se deve apoiar, em primeiro lugar, camponeses. Ambos descendem de camponeses. Acreditam nas virtudes ancestrais do camponês da China; sabem que eles são mais maleáveis, menos impregnados das ideias, das influências e das ideologias estrangeiras do que o proletariado urbano, de que Li Li-san pretenderia fazer o fermento da revolução. O camponês manteve-se chinês acima de tudo. Sofreu a pressão dos grandes proprietários, dos capitalistas, dos senhores da guerra, dos funcionários corruptos do Kuomitang; mas praticamente ignora os “truques” de importação estrangeira que Mao pretende combater: a prostituição nos portos, o ópio ensinado pelos ingleses, as religiões cristãs trazidas pelos missionários. Entre as massas urbanas, a transformação radical da economia vai apresentar-se de princípio, como uma simples mudança de explorador: o “coolie” deixa de trabalhar para o capitalista chinês ou estrangeiro; trabalha para o Estado, mas continuará trabalhando o mesmo ou até mais. Poderá compreender as modificações que se operam?
Em contrapartida, a reforma agrária permitirá aos pequenos e médios camponeses saírem de sua apatia, de sua passividade se achar. Sentirão com o marxismo leninista, que o novo regime proclama perfilhar, uma modificação fundamental de sua situação. E as massas dos camponeses fornecerão à China remanescente o potencial de dinamismo e de mão-de-obra de que ela necessita para ascender ao nível de potência mundial. Por isso é necessário convencer os que, como Li Li-san ou Lin-Piao, se formaram na escola de Moscou. E não há melhor forma de os convencer do que conseguindo a bênção destas teorias na Meca vermelha, pelo profeta Stalin!
E mais, a subida econômica da China, a criação de uma indústria moderna, a atualização ao ritmo do século XX só serão possíveis com o auxílio de uma grande potência. No fim da guerra, as grandes potências são verdadeiramente duas apenas: a Rússia e os Estados Unidos. E Mao Tsé-tung já escrevera:
“Quarenta anos de experiência comunista convenceram-nos profundamente de que o povo chinês deve colocar-se ao lado do imperialismo ou ao lado do socialismo. Não há terceiro caminho. Batemo-nos contra a camarilha reacionária de Chang Kai-chek, que se inclina para o imperialismo. Portanto, inclinamo-nos para o socialismo...”
Por tudo isto, Mao e Liu decidem que o mais urgente de tudo é tratar duas relações da nova República Popular Chinesa com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Mas cão ser ainda necessários vinte dias para que Stalin, desmentindo seu ceticismo, reconhecer oficialmente “de jure” o novo governo de Pequim. Ele só vai abandonar definitivamente – e com desgosto – Chang Kai-chek (que cinco dias depois perderá Cantão) a 20 de outubro de 1949.
No entanto, naquele mesmo dia, enquanto Mao devora com apetite um prato de pimentões, e acende seu trigésimo cigarro do dia, enquanto nas ruas de Pequim a festa continua, com foguetes e morteiros, o redator diplomáticos do “Times” apresenta ao seu diretor, em Londres, o editorial que será publicado 24 horas depois e no qual escreve:
“Os homens que em Pequim tomaram o poder neste fim de semana são os vencedores de uma revolução tão importante por suas consequências como a revolução bolchevista de 1917 na Rússia. As vitórias militares registradas nestas últimas semanas modificaram o mapa político e diplomático do Leste da Ásia. Atrás das colunas militares em marcha, milhões e milhões de chineses são arrastados para o torvelinho social... O novo governo será julgado menos pelo que diz do que pelo que faz.”
A 16 de dezembro de 1949, Molotov recebe na gare de Moscou Mao Tsé-tung, seguido por numerosa delegação chinesa. E, nessa mesma noite, o novo senhor da China, que tem cinquenta e seis anos, é recebido pelo velho senhor da Rússia soviética, que dentro de cinco dias via festejar seu setuagésimo primeiro aniversário. É a primeira vez que se encontram.
Mao nunca escondeu sua admiração por Stalin, apreciando como conhecedor, os golpes de pôquer, o realismo político e o gênio de manobra do ditador georgiano, sucessor do grão-mestre Lênin, mesmo quando essas qualidades se exercem à sua custa. Mas Stalin só recentemente, compreendeu o respeito devido seu visitante. Até então, considera-o sucessivamente um intelectual de ideias perigosamente desviacionistas, uma cabeça quente, um general rebelde a sua aliado Chang Kai-chek, um presunçoso... E enquanto a imprensa de Pequim afirma que o encontro Stalin-Mao “vai modificar o curso da História” o Pravda limita-se a mencionar que a China apenas “acaba de rejeitar o grupo de opressão colonial”; no mesmo artigo, o órgão do Partido Comunista Soviético marca a diferença entre o regime de Pequim (sem o adjetivar) e os Estados do Leste europeu, que são democracias populares em marcha pela estrada da construção do socialismo”. A resposta de Mao não se faz esperar. Discursando, a 21 de dezembro, na manifestação, com que recomendaram, no Teatro Bolshoi, os setenta e um anos de Stalin, evita reconhece em seus anfitriões o menor papel de “guia”, designando a União Soviética apenas como “grande aliada da China”. O primeiro contato, portanto, pode considerar-se frio e as negociações – porque Mao em nada se comporta como um satélite, mas como um sócio – vão durar quase dois meses. A 20 de janeiro, Mao chama para assessorá-lo seu chefe do Governo e ministro das Relações Exteriores, Chu En-lai; e só a 15 de fevereiro de 1950 é que assinam os acordos sino soviéticos. As codições que a panela de barro chinesa obtém de panela de ferro russa não serão desastrosas para Pequim graças apenas, é forçoso confessá-lo a Washington e a Londres.
Com efeito, a 5 de janeiro de 1950 o presidente Truman declarava que não tensionava intervir na guerra civil chinesa, enquanto seu secretário de Estado, Deam Acheson acrescentava:
“O que nasceu é que o povo chinês perdeu sua paciência quase inegável à vista de sua própria miséria. Os comunistas nem tinham necessidade de derrubar o governo de Chan Kai-chek porque, na verdade, não havia nada para derrubar”.
No dia seguinte, a 6 de janeiro, o governo de Sua Majestade britânica ainda foi mais longe, dando a primeira navalhada do contrato, assinado apenas oito meses antes, do Pacto Atlântico: reconheceu “de jure” o governo de Pequim como governo de toda a China.
Estes sinais, estas aberturas claraas e simples foram triunfos inesperados no jogo pequenino de que Mao dispunha contra potentado moscovita, no auge do seu poder. Stalin reinava sem contestação na União Soviética, segunda potência mundial dispondo da arma atômica. Tinha-se desembaraçado de Ydanov e madara executar seus amigos. Em todo o Leste europeu seus fiéis, como Rakosi na Hungria, davam conta dos que, a exemplo do renegado Tito, tentavam contestar a hegemonia de Moscou sobre o mundo comunista.
Mao representava apenas um povo, realmente numeroso, mas miserável, atrasado, desconfiado, com tendência para a anarquia e o individualismo; o território era realmente imenso, mas devastado, desprovido de estruturas econômicas modernas, praticamente submetido ao bloqueio de todo o mundo. Sua autoridade baseava-se no prestígio pessoal, numa tenacidade e numa habilidade notáveis, mas contestadas não só pelos inimigos declarados do exterior e do interior, mas até por muitos do seus subalternos, mais de acordo com as diretrizes de Stalin do que ocm suas.
É nestes que pensa Mao Tsé-tung, enquanto na imensa sala de S. Jorge, no Kremlin, de decoração faustosa, toda branco e ouro, correm em ondas o vodka, o espumoso adocicado da Crimeia e os vizinhos do Cáucaso. Sob a atenção de Beria, míope mas vigilante, a multidão de dignatários soviéticos parece um mar branco e negro em que se destacam os uniformes dos marechais, os cordões dourados ou prateados, as condecorações em verdadeiras constelações.
Num ou noutro ponto, pequenos grupos descorados; homens de rosto cinzento, metidos em túnicas azuis desbota ou acinzentadas, abotoadas até ao pescoço. Sorridentes, mas reservados, não parecem do mesmo mundo. São os chineses.
Stalin da recepção, como ele as sabe dar, para festejar a assinatura do acordo de 14 de fevereiro de 1950.
O ruído das conversações aumenta. Estalam as risadas fortes. No terceiro degrau da escadaria monumental um coronel do N. K. V. D. Dirige, com o auxílio de um emissor receptor portátil, a orquestra, que, no alto da varanda, vai executando valas. Os chineses continuam sorrindo. Também na face fatigada de Mao há um sorriso, mas seus olhos vivos esquadriam aquela assembleia de poderosos. E encontram os de Stalin.
O “batiuchka” (“paizinho”) sente-se quase enternecido. Gosta de valsas. Gosta também do vinho vermelho e pastoso de sua terra, a Geórgia. Vai direito a Mao com dois copos na mão. Quer brindar. Perante aquela bondosa face amarela, sente os bigodes tremendo.
Aquele diabo amarelo só tem a menos quatorze anos do que ele, mas parece não ter idade certa. Aceitou a permanência dos russos em Porto Artur; reconheceu a “satelização” da Mongólia Exterior; introduziu os russos no Sikiang e na Manchúria, a pretexto de sociedades mistas de exploração; admitiu, pelo menos por mais de dois anos, o domínio russo, nas vias férreas manchus; contentou-se com auxílio financeiro de trezentos milhões de dólares em cinco anos (menos do que a Rússia concede à Polônia), embora a China necessite pelo menos de dois bilhões de dólares... Aceitou tudo isto ali está, sorridente, um pouco distante, como se nada, além da delicadeza e de uma amizade com descendente, o retirasse naquela recepção, que, para muitos chefes comunistas mais importantes do que ele, seria a consagração suprema, só inspirando humildade e reconhecimento.
Molotov, Beria, Malenkov, Vorochilov, que o cercam o Czar Vermelho, ficam impressionados pela maneira como o “velho” e seu visitante se encaram. Há algo indefinível, que impõe respeito, até mesmo uma vaga apreensão, na atitude do chinês. Stalin terá encontrado alguém tão forte ou talvez mais forte do que ele? Mao aceita o copo que lhe é oferecido.
À amizade sino soviética – diz Stalin.
Ao grande Lênin – responde Mao.
Os russos estremecem. Ninguém pensava em Lênin e foi preciso que Mao colocasse o assunto no passo ideológico e histórico, que fora esquecido. Stalin não está habituado a não ser mencionado nos brindes. Em todo o caso, esvazia seu copo de vinho tinto. Mao faz o mesmo. Estala a língua e, com o ar de conhecedor, murmura qualquer coisa em chinês. E logo há quem traduz:
- “O 'Tsinandali' é um excelente vinho!”
Um grande sorriso eleva o bigode de Stalin. Os russos entreolham-se, admirados: como é que aquele chinês, que nunca saiu da China, sabe o nome do vinho preferido do senhor de toda a Rússia?
Fonte: Mao Tsé-tung, o imperador vermelho de Pequim, E. Krieg.
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