Cineasta comenta reação à série 'O mecanismo', diz que esquerda 'enlouqueceu' e chama de 'patético' o movimento para cancelar assinaturas
POR FABIANO RISTOW
José Padilha - Netflix / Alexandre Loureiro
RIO — O cineasta José Padilha não acredita que "O mecanismo" tenha espalhado "fake news", como alegou a ex-presidente Dilma Rousseff neste domingo.
— Não creio que espalhamos noticias falsas. Ou será que a corrupção gigante que PT, PMDB e PSDB operam no país são fake news? — questionou o criador da atração, no ar na Netflix desde sexta-feira.
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Em entrevista por e-mail, Padilha comentou a repercussão que a série, inspirada na Operação Lava-Jato, ganhou desde a estreia.
Movimentos de esquerda iniciaram uma campanha nas redes sociais para que usuários cancelassem suas assinaturas do serviço de streaming. A iniciativa é "patética", segundo ele:
— Acho patético! Vão perder a quarta temporada de "Narcos"! — ironizou, referindo-se à outra série que produziu para a Netflix.
A reação a "O mecanismo" ganhou força já no fim de semana, quando os usuários descobriram que a expressão "estancar sangria" foi colocada na boca do ex-presidente Lula. Na vida real, a frase foi dita pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) numa gravação em que ele falava em pacto para deter o avanço da Operação Lava-Jato.
— A série mostra como PT e PMDB montaram um enorme esquema de corrupção de lavagem de dinheiro. Um esquema que lesou os brasileiros, com a participação clara de Lula e de Temer, que durante boa parte do tempo foram sócios na corrupção sistêmica, lógica estruturante da politica no Brasil. E a esquerda quer polemizar o uso do termo “estancar a sangria”? Não é preciso ser nenhum Sigmund Freud para concluir o que a esquerda revelou sobre si mesma ao se ater a este ponto... — ponderou Padilha.
'O mecanismo': conheça as referências da série à vida real
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O ator Enrique Diaz e o doleiro Alberto Youssef Foto: Divulgação / Jorge WilliamO doleiro
Na série, o doleiro Roberto Ibrahim (Enrique Diaz) comanda um esquema de lavagem de dinheiro, operando por meio de um escritório instalado em cima de um posto de gasolina. Na vida real, foi exatamente esse o cenário que batizou a operação Lava-Jato, que prendeu o doleiro Alberto Youssef em sua primeira fase.
Ele afirmou ainda que a "esquerda enlouqueceu e ficou tão hipócrita quanto a direita":
— Os bandidos entram na sua casa. Estupram a sua esposa, matam os seus filhos e roubam tudo o que você tem. Na saída, surrupiam seu isqueiro... A esquerda viu a série e quer debater a cor do isqueiro. Há um elefante na sala. O PT de Lula se associou ao PMDB de Temer. Juntos, operaram o mecanismo. Desviaram bilhões de dólares dos cofres públicos. Petrobras, Belo Monte, Eletrobrás, BNDES. Parasitaram o cidadão. E a esquerda finge que não viu? Sinto muito. A esquerda enlouqueceu e ficou tão hipócrita quanto a direita. Hoje estão todos de mãos dadas: os formadores de opinião da esquerda, Aécio Neves e Temer, torcendo para que o STF revoque a prisão em segunda instância. Depois o maluco é o Ruffo... — concluiu, referindo-se ao personagem Marco Ruffo (Selton Mello), delegado da Polícia Federal que tenta prender corruptos.
Em outra cena de "O mecanismo", o doleiro Roberto Ibrahim (inspirado em Alberto Youssef) traz dinheiro para a campanha da candidata Janete (ou Dilma Rousseff). Em texto publicado em seu site, a ex-presidente Dilma acusou Padilha de "inventar fatos".
O Globo
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