Os excluídos jamais terão poder se tiverem de enfrentar um poder avassaladoramente maior, o das milícias
TULIO MILMAN
Jefferson Botega / Agencia RBS
É comum ouvir nas reuniões em que os dois Rios se encontram: "Vocês (favela) têm que assumir o protagonismo da luta". Marielle Franco acreditou.
Mesmo que dito de uma forma emocional e panfletária, é absolutamente correto afirmar que ela morreu porque era preta e pobre.
LEIA MAIS
Tulio Milman: execução de Marielle foi recado claro para comunidades

Fábio Bernardi: Marielle, Luiz Octávio e todos nós

Deivison Moacir Cezar de Campos: a violência como regra
A verdade embute uma não intencional autocrítica da elite esquerdista.
Os excluídos jamais terão poder se tiverem de enfrentar um poder avassaladoramente maior, o das milícias. Nesse caso, o protagonismo é uma falta de opção. Ou o Estado assume o seu papel e cria um ambiente de normalidade no qual, aí sim, negros, pobres e favelados terão voz democrática.
Ou a turma da vanguarda caviar vai pegar mais uma vez o violão, abrir outro espumante e salvar o mundo olhando as ondas quebrando, mansamente, nas areias brancas de Ipanema.
Hierarquia
Prender quem deu os tiros que mataram Marielle e o motorista dela não vai ser tão difícil. Chegar a quem decidiu, planejou e deu a ordem são outros 500.
GaúchaZH
Nenhum comentário:
Postar um comentário