A falência de um discurso de esquerda

Os excluídos jamais terão poder se tiverem de enfrentar um poder avassaladoramente maior, o das milícias


TULIO MILMAN

Jefferson Botega / Agencia RBSJefferson Botega / Agencia RBS

É comum ouvir nas reuniões em que os dois Rios se encontram: "Vocês (favela) têm que assumir o protagonismo da luta".  Marielle Franco acreditou.

Mesmo que dito de uma forma emocional e panfletária, é absolutamente correto afirmar que ela morreu porque era preta e pobre.

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A verdade embute uma não intencional autocrítica da elite esquerdista.

Os excluídos jamais terão poder se tiverem de enfrentar um poder avassaladoramente maior, o das milícias. Nesse caso, o protagonismo é uma falta de opção. Ou o Estado assume o seu papel e cria um ambiente de normalidade no qual, aí sim, negros, pobres e favelados terão voz democrática.

Ou a turma da vanguarda caviar vai pegar mais uma vez o violão, abrir outro espumante e salvar o mundo olhando as ondas quebrando, mansamente, nas areias brancas de Ipanema.

Hierarquia

Prender quem deu os tiros que mataram Marielle e o motorista dela não vai ser tão difícil. Chegar a quem decidiu, planejou e deu a ordem são outros 500.


GaúchaZH

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