AdsTerra

banner

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

CORPORATIVISMO E ELEIÇÃO PRESIDENCIAL!

1. A correlação entre corporativismo e o voto na eleição presidencial não é tão direta quanto se imagina.
 
2. A condução corporativa do voto, nas eleições estaduais, é muito maior pela proximidade entre os membros das corporações e os deputados e governadores. Nesses casos há como de projetar as decisões que beneficiam ou prejudicam as categorias e as promessas eleitorais podem ser cobradas por pressão e proximidade.
 
3. Na eleição presidencial isso não ocorre. Em alguma medida, a "vereadorização" dos deputados federais aumenta o poder das corporações sobre eles e, dessa forma, a decisão de voto.
 
4. Mas há uma hierarquia de temas que aproximam ou não o voto das corporações. As corporações parlamentares ajudam a entender isso. As bancadas ruralista, pró-armamento, evangélica..., mobilizam suas corporações pelo voto no parlamento. Mas no processo eleitoral a proximidade é muito menor.
 
5. Se é assim para deputado federal, muito mais em relação ao voto para presidente, em que o eleitor decide desobrigado de suas corporações, ou quase.
 
6. Os sindicatos de trabalhadores e empregadores e associações diversas mobilizam opiniões durante os debates e a proximidade das votações no parlamento. Por isso mesmo, os parlamentares tendem a não tratar de temas polêmicos no segundo semestre.
 
7. Temas polêmicos, no sentido que podem produzir perdas e ganhos. A tendência é que o segundo semestre seja um período em que o parlamento trata de bondades, ou de leis que produzam efeito benéfico no curto prazo. O Plano Real foi um exemplo. O PT não acreditou nisso e Lula afundou em 1994.
 
8. Por isso mesmo as Reformas que produzem dúvidas quanto a suas consequências no curto prazo não são votadas no segundo semestre, ficando para o governo seguinte.
 
9. Dessa forma, as corporações, durante a campanha eleitoral, perdem poder de mobilização e, assim, poder de conduzir o voto.
 
10. As corporações religiosas podem ter uma forte influência no voto para deputados estaduais e federais. Mas, na eleição Presidencial, essa influência é muito menor. Isso é mostrado nas pesquisas eleitorais e depois demonstrado nas pesquisas pós-eleitorais.
 
11. Por tudo isso, os candidatos a presidente não devem se preocupar tanto com o poder de condução do voto nas corporações. O voto para deputado, por ser de muito maior proximidade, é muito mais influenciado, mas menos do que muitos imaginam.
 
12. Como já foi demonstrado em 2016, na campanha para vereadores sem financiamento eleitoral, cresce a proporção dos votos dos candidatos de opinião pública, portanto, descolados das corporações.


Ex-Blog do Cesar Maia

Nenhum comentário:

Postar um comentário