Polícia procura mais vítimas de promoter suspeito de dopar e estuprar jovem em Porto Alegre

O homem, 30 anos, foi preso no domingo após um vítima procurar a polícia e relatar que havia sido abusada por ele

Lucas Abati
lucas.abati@rdgaucha.com.br

Suspeito foi preso em flagrante pela Polícia Civil

Foto: Divulgação /Polícia Civil

A Delegacia da Mulher da Polícia Civil está procurando mais vítimas do golpe "Boa noite, Cinderela" que seria praticado por um promoter de casas noturnas, em Porto Alegre, para dopar e estuprar mulheres. O homem, de 30 anos, foi preso no último domingo (28), após uma vítima procurar a polícia e relatar que havia sido abusada por ele.

O nome do suspeito não está sendo divulgado, pois o caso está em segredo de Justiça. Logo após a denúncia, policiais estiveram na casa do promoter e apreenderam grande quantidade de medicamentos.

A polícia suspeita que o material seja utilizado para produção da droga. Algumas cápsulas de ecstasy também foram apreendidas, e o homem foi preso em flagrante por violação sexual mediante a fraude.

O flagrante, no entanto, não foi homologado pela Justiça, que colocou o suspeito em liberdade condicional durante o curso das investigações.

Câmeras da casa noturna e do condomínio onde o homem mora foram analisadas e mostram que a jovem chega caminhando, acompanhada do promoter. Mesmo assim, de acordo com a delegada Tatiana Bastos, a garota não tinha consciência do que estava fazendo.

– No outro dia, por volta das 10h, quando ela chegou na delegacia, ainda estava bastante desorientada – explica a delegada. Um exame toxicológico foi realizado, e o resultado vai apontar qual substância foi utilizada.

Até o momento, outras três jovens denunciaram o promoter e devem prestar depoimentos nas próximas semanas. Outras 12 testemunhas também já prestaram depoimentos.

Possíveis vítimas do crime devem procurar a Delegacia da Mulher. A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito e acredita que o crime seja de estupro de vulnerável, com pena mais pesada do que violação sexual.

Contrapontos

O advogado do suspeito, Bruno Silveira Rigon, afirma que está buscando provas que provem a inocência do cliente, como imagens de câmeras de segurança. Ele ainda alega que os medicamentos apreendidos não são "Boa noite, Cinderela", mas admite que duas cápsulas de ecstasy foram apreendidas.

A advogada Stéphanie do Val, que presta assistência à família da vítima, afirma que está ajudando a polícia a coletar provas, e busca um indiciamento pelo crime de estupro de vulnerável.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa da Woods Arena, casa noturna onde a jovem teria sido dopada.

GAÚCHA

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