Em entrevista, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, diz que vai acompanhar a montagem da equipe
de Trump, que dará uma indicação dos rumos do futuro governo americanoMarcello Casal Jr/Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, informou hoje (9) que o Brasil trabalha em um plano de contingência para dialogar com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Em entrevista coletiva, o chanceler brasileiro disse esperar que o protecionismo da economia norte-americana, reiterado na campanha de Trump, não se concretize.
“Treino é treino, e jogo é jogo. Treino é campanha, e jogo é agora. Esperamos que o jogo seja melhor que o treino”, afirmou Serra.
Serra considerou “positivo” o Brasil não ter figurado de forma central na campanha eleitoral norte-americana. “O Brasil não fez parte da campanha da Hillary, nem do Trump. Não foi objeto de controvérsias, nem disputas. De maneira que o fato de não ter estado no centro dos acontecimentos, da discórdia na campanha, é positivo.”
O chanceler disse que vai acompanhar a montagem da equipe de Trump. Nos Estados Unidos, a nomeação para cargos do alto escalão depende de aprovação do Senado, diferentemente do que ocorre no Brasil, onde o Executivo tem autonomia na indicação de nomes. Para o ministro, a montagem da equipe será uma indicação dos rumos do governo Trump. Serra destacou que o país também acompanhará as manifestações do futuro presidente sobre política externa, econômica e comercial nos próximos meses.
Em nota, o Itamaraty reiterou que o país buscará manter os laços com os Estados Unidos. “Estas duas grandes nações das Américas compartilham semelhanças que valorizam e orientam as relações bilaterais. Somos sociedades multiétnicas, inspiradas por valores democráticos e de respeito aos direitos humanos, em busca da prosperidade, da liberdade, da justiça e da dignidade para todos.”
Posse
O empresário Donald Trump foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos. O candidato republicano obteve, nesta madrugada, 276 votos de delegados do colégio eleitoral, seis a mais do necessário para vencer a disputa. Trump derrotou a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, candidata do Partido Democrata. Trump assegurou maioria em estados decisivos como Flórida, Carolina do Norte, Ohio e Pensilvânia.
Donald Trump tomará posse no dia 20 de janeiro.
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A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a PEC do teto dos gastos públicos. O texto agora tem de passar por duas votações no Senado para ser aprovado.
As votações estão previstas para acontecer no dia 29 de novembro e 13 de dezembro. A proposta congela os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Leia mais
A Bovespa caiu 1,4%, para 63.258,27 pontos. O mercado foi influenciado pela eleição de Donald Trump à Presidência dos EUA, que contrariou as pesquisas de intenção de votos. A baixa também foi influenciada pelo desempenho negativo das ações dos bancos e da Petrobras.
O dólar subiu 1,33%, cotado em R$ 3,21. A moeda americana interrompeu uma sequência de quatro quedas seguidas. Leia mais
O juiz Sergio Moro rejeitou o pedido de Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), para não ser julgada pelo juiz da Lava Jato. Cláudia queria que o julgamento fosse na Justiça Federal do Rio de Janeiro.
A mulher de Cunha alega que as movimentações nas contas bancárias dela no exterior não têm relação com o esquema de corrupção na Petrobras. Para Moro, a alegação "não faz sentido". Leia mais
Pesquisa indica riscos ao desenvolvimento de crianças em países de baixa renda
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Estudos publicados na nova série sobre desenvolvimento na primeira infância da revista científicaThe Lancet estimam que 249 milhões de crianças correm um alto risco de comprometimento em seu desenvolvimento devido à situação de extrema pobreza e baixa estatura para a idade. Esse número corresponde a 43% das crianças menores de 5 anos em países de baixa e média renda.
Pesquisa mostra que 43% das crianças de países de baixa ou média renda podem ter seu desenvolvimento comprometidoMarcello Casal Jr./Agência Brasil
A série de artigos “Avanços no Desenvolvimento Infantil: da Ciência a Programas em Larga Escala” foi lançada no Brasil hoje (9), no escritório Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Brasília.
Os estudos trazem novas evidências científicas que fundamentam intervenções e propostas para a implementação de políticas em larga escala para o desenvolvimento social e de crianças na primeira infância. Baseada nas conclusões e recomendações das séries anteriores, publicadas em 2007 e 2011, a publicação destaca a importância do cuidado integral e integrado durante os três primeiros anos de vida.
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A série, em inglês, está disponível na página doThe Lancet na internet e mostra que o cérebro infantil se desenvolve com maior rapidez nos primeiros 2 a 3 anos de vida, período crítico de adaptabilidade e de capacidade de resposta às intervenções.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Banco Mundial e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apoiaram a série, que enfatiza o “cuidado carinhoso e sensível às necessidades das crianças”, especialmente daquelas com menos de três anos de idade, e as intervenções multissetoriais, que começam com a saúde, que podem chegar a muitas famílias e às crianças pequenas através da saúde e nutrição.
O representante adjunto da OPAS/OMS no Brasil, Luis Felipe Codina, disse que os estudos, nessa perspectiva da ciência, da teoria e práticas colocadas em espaço menor, trazem experiências locais que deram certo e que de alguma forma pudessem ser colocadas de forma nacional e internacional, com mais gente no processo. Ele cita ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, tem mecanismos potentes que podem ser implementados.
“São cinco elementos que, vendo a sério do The Lancet que coloca o local para o nacional, da ciência em larga escala, acho que o SUS e o Brasil tem potencialidade para desenvolver esse tipo de proposta, com o conjunto da sociedade”, disse Codina. Ele cita a visita domiciliar e ela conjugada com a atenção básica como importantes instrumentos para o desenvolvimento infantil, a articulação entre as instituições, capazes de desenvolver uma proposta tão ampla, a manutenção das pesquisas e da academia para fortalecer a implementação das políticas e a incorporação de elementos tecnológicos inovadores para facilitar o atendimento e monitoramento.
A série revela que as intervenções para o desenvolvimento na primeira infância que promovem uma atenção sensível às necessidades das crianças – saúde, nutrição, cuidados, segurança e aprendizagem precoce – poderiam custar apenas 50 centavos de dólar por criança ao ano, caso fossem combinadas aos serviços já existentes, como o de saúde.
O lançamento de hoje foi feito em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. No Brasil, o Programa Criança Feliz, comandado pelo ministério, propõe promover o desenvolvimento integral na primeira infância de beneficiários do Bolsa Família.
O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, afirmou que as pesquisas são importantes para desenvolver políticas públicas no Brasil. “O resultado desse conjunto de pesquisas, reforçando nossos conhecimentos, é base científica para execução de políticas públicas de grande escala”, disse.
Brasil e Haiti assinam acordo para a construção de escola técnica
Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
Os governos do Brasil e do Haiti assinaram hoje (9) protocolo de cooperação técnica para construir um centro de formação profissional em território haitiano. O objetivo é contribuir para formar jovens profissionais nas áreas de engenharia civil, costura, eletricidade predial, carpintaria, operação turística e mecânica de automotivos e motocicletas, qualificando a força de trabalho local.
Contemplado com US$ 17 milhões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto será coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, e executado pela unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Rio Grande do Sul. Este será o décimo grande projeto do Senai no exterior e beneficiará jovens de 16 a 25 anos. O projeto prevê formar três mil estudantes ao ano.
Durante a cerimônia de assinatura, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse estar certo de que a iniciativa vai contribuir para aprofundar os laços de cooperação e de solidariedade entre os dois países.
“Temos um compromisso de longo prazo com a promoção do Haiti. Somos sensíveis aos desafios que o povo haitiano enfrenta e temos buscado dar a melhor contribuição para que o país consolide sua democracia, se desenvolva e supere a pobreza”, disse o ministro, destacando ações desenvolvidas nos últimos anos, como o comando brasileiro da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), a construção de hospitais, implementação de projetos de agricultura, instalação de cisternas e a capacitação de policiais haitianos . “Há, no Haiti, um número extraordinário de ações de grande importância sendo desenvolvidas com nossa cooperação, especialmente na área da Saúde”.
O secretário de Estado para a Formação Profissional do Haiti, Jean David Geneste, declarou que a concretização do acordo fornecerá acesso a educação profissional de qualidade a muitos jovens haitianos. “Esse protocolo também permitirá aos povos haitiano e brasileiro reforçarem seus laços de cooperação e amizade”.
Já o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, destacou os resultados positivos da cooperação do Senai e da Agência Brasileira de Cooperação com outros países. “É um trabalho que tem dado grandes frutos. Em diversos países que o Senai vem atuando, as informações que recebemos apontam que os resultados têm sido positivos. Ficamos honrados com o reconhecimento das Naçoes Unidas de que o Senai é um dos principais atores da cooperação Sul-Sul”.
O diretor de País do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil, Didier Trebucq, reforçou a importância da cooperação entre os países do hemisfério Sul como forma dessas Nações atingirem os 17 novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU e devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030 e elogiou o Senai.
Instituto Butantan pesquisa remédio contra o vírus Zika
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil
O Instituto Butantan iniciou a pesquisa de um medicamento para tratar pessoas infectadas com o vírus Zika. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, a infecção pelo Zika pode provocar microcefalia em bebês quando a mãe, ainda gestante, entra em contato com o vírus.
Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika Arquivo/Agência Brasil
A pesquisa do Butantan vai adotar como métodos o reposicionamento de fármacos e a triagem de alto conteúdo. Essas tecnologias permitem que coleções de compostos químicos sejam triadas contra o vírus em células humanas infectadas.
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Segundo o instituto, esse processo é mais rápido porque dispensa a necessidade de validar previamente o alvo molecular, o que poderia levar vários anos.
Estudo precursor
Os pesquisadores envolvidos no estudo fizeram trabalho semelhante no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas, com 725 medicamentos aprovados nos Estados Unidos, e encontraram 29 substâncias com ação sobre o vírus.
Na pesquisa, a célula humana, infectada com o vírus Zika por 72 horas, é exposta à ação dos fármacos para tentar inibir a infecção.
Esse procedimento é chamado de atividade antiviral, utilizando um vírus isolado. Os cientistas avaliaram a atividade dos fármacos na distribuição e metabolização do organismo. Entre os compostos descobertos nesse estudo, o mais promissor foi palonosetron, usado atualmente no tratamento de náusea induzida por quimioterapia de câncer. O composto apresentou alta eficácia contra a infecção pelo vírus Zika.
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