A regularização de bens e ativos mantidos no exterior rendeu, até a manhã de hoje (24), R$ 33,1 bilhões ao governo. O número foi divulgado pela Receita Federal no início desta noite. O prazo acaba em 31 de outubro.
Também conhecido como repatriação, o programa, informou a Receita, recebeu 15.109 declarações de pessoas físicas e 45 de pessoas jurídicas, totalizando R$ 110,5 bilhões em recursos regularizados. Os quase R$ 20 bilhões arrecadados, esclareceu o Fisco, referem-se à cobrança de 15% de Imposto de Renda e de 15% de multa. O pagamento não poderá ser parcelado.
Como a Câmara dos Deputados desistiu de votar o projeto que altera as regras da repatriação, a adesão acaba no fim do mês. Na última quinta-feira (20), a Receita publicou instrução normativa que regulamenta condições para quem aderiu ao programa.
Quem participar da regularização de bens e ativos poderá entregar a Declaração Anual de Ajuste (DAA) retificadora referente ao exercício de 2014 até 31 de dezembro. A instrução normativa dispensa as empresas de incluírem, na declaração de adesão ao programa, o número do recibo da DAA.
Para a regularização de ativos superiores a US$ 100 mil, a instrução normativa estende, também até 31 de dezembro, o prazo de resposta das instituições financeiras estrangeiras aos bancos brasileiros. Apesar disso, a data limite para o contribuinte apresentar o requerimento de regularização tributária à instituição estrangeira foi mantida em 31 de outubro.
A instrução esclarece ainda que os contribuintes sob suspeita só serão excluídos do programa depois de intimados e caso o Fisco considere insuficientes os esclarecimentos prestados. Segundo a Receita, a medida tem como objetivo fornecer segurança a quem aderir à regularização de recursos.
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Quatro de cada dez empréstimos são feitos no cartão de crédito sem juros
por MAELI PRADO
Com medo do desemprego, o consumidor está fugindo de financiamentos e partindo para operações de crédito que não envolvem pagamento de juros.
É esse o cenário mostrado por dados de agosto divulgados neste mês pelo Banco Central: juntas, as operações no cartão de crédito parceladas sem juros e à vista somaram R$ 62,9 bilhões, alta de 11,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Elas já representam 42,3% dos novos empréstimos pessoais totais, percentual que era de 39,4% em agosto de 2015. Os números do BC, que englobam essas duas operações em uma categoria (cartão de crédito à vista e cartão parcelado sem juros), ainda mostram ela foi a única a ter crescimento acima da inflação oficial quando a base de comparação é agosto do ano passado. A variação de preços no período foi de 8,7%.
"Há uma reversão do que ocorreu há 15 anos, quando as pessoas estavam sedentas por crédito. Hoje, o pensamento é: aquilo que dá para comprar, pago à vista ou no parcelado sem juros", afirma Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
Os novos empréstimos de cheque especial, por exemplo, subiram somente 2,8% em relação ao ano passado, segundo o BC. O cartão de crédito rotativo caiu 4,9% no período, e o montante gasto no cartão de crédito parcelado com juros recuou 18,6%.
Os números da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) confirmam a tendência de aumento das modalidades sem juros.
Além do crescimento no cartão à vista e parcelado sem incidência de juros, a entidade registrou aumento de 13% nas transações com cartão de débito no primeiro semestre.
GASTOS
"O brasileiro está usando o cartão de uma forma melhor, mais consciente", afirma Ricardo Vieira, diretor-executivo da Abecs.
"Essa cautela fica clara no tíquete médio, que está menor por causa da crise econômica, mas também por causa de um comportamento mais cuidadoso."
O valor médio gasto pelo consumidor no cartão de crédito à vista, segundo a associação, caiu de R$ 47,7 no primeiro semestre do ano passado para R$ 43,6 no mesmo período deste ano.
Na mesma comparação, o tíquete médio do cartão parcelado sem juros, que era de R$ 217,2 no ano passado, recuou para R$ 203,1 neste ano.
No caso do cartão de débito, a queda no valor foi de R$ 39,7, em média, para R$ 37,1.
ENDIVIDAMENTO
"Muita gente ainda está pagando o que tomou de empréstimo lá atrás", lembra Reinaldo Domingos, fundador da escola de educação financeira DSOP. "As pessoas estão com medo de se endividarem ainda mais."
Ele lembra que, mesmo que o consumidor opte pelo parcelamento sem juros ou mesmo pelo cartão de crédito à vista para fazer suas compras, deve fazer um acompanhamento cuidadoso.
"No caso do cartão de crédito à vista, o consumidor ganha alguns dias para pagar, o que é positivo, mas não pode esquecer de se programar. Quanto maior o prazo, maior o risco de se embananar", explica Domingos.
O educador financeiro destaca ainda que muitas lojas acabam embutindo nas parcelas o custo do financiamento, mesmo que o parcelamento dos produtos seja anunciado como sendo sem a incidência de juros.
Fonte: Folha Online - 24/10/2016 e Endividado
Comércio é o setor com maior índice de inadimplência, aponta SPC Brasil
Segundo dados do indicador do SPC Brasil e da CNDL o comércio é o setor que concentra o maior número de empresas negativadas
Após dois meses de queda o número de empresas inadimplentes no País voltou a subir em setembro, na comparação com igual período do ano anterior, ao atingir 12,20%, segundo indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Mesmo com a alta no mês de setembro, o SPC Brasil afirmou que o patamar de empresas inadimplentes apurado no período é o terceiro menos intenso ao se observar os últimos nove meses da série histórica. O indicador apurou ainda que a região Nordeste lidera a alta de 14,62% nos atrasos na comparação com as demais regiões do País, sendo que os players do setor de comércio que lideram como devedoras. Em seguida aparece o Norte, que registrou avanço de 12,69% na mesma base de comparação, o Centro-Oeste (11,22) e o Sul (9,78%). Sudeste não entrou no indicador devido a “Lei do AR”, que impõe dificuldades para negativação no estado de São Paulo.
Crise econômica
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a crise econômica e os juros elevados, que encarecem o custo do capital, são os fatores impulsionam o indicador de inadimplência. “A atividade econômica ainda enfraquecida prejudica o faturamento das empresas e, consequentemente a sua capacidade de pagamento. Se o cenário de recuperação econômica se confirmar, o que ainda não parece tão claro, podemos esperar uma desaceleração mais intensa no ritmo ainda alto do crescimento da inadimplência”, explica Pinheiro.
Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve também um crescimento na variação da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 14,55% a mais em setembro frente a igual mês de 2015. Já na passagem de agosto de 2016 para o último mês de setembro, sem ajuste sazonal, a alta foi de 1,26% na quantidade de empresas inadimplentes e de 1,09% no volume de dívidas.
Setores endividados
Ainda segundo dados do indicador do SPC Brasil e da CNDL o comércio é o setor que concentra o maior número de empresas negativadas. Mais da metade, ou seja, 50,29% são estabelecimentos comerciais. O segmento de serviços aparece em segundo lugar, ao concentrar 34,53% dos inadimplentes e ainda foi a atividade que apresentou maior alta no endividamento ao crescer 15,22% em setembro, na comparação com igual período do ano anterior. Em seguida, aparecem o comércio (11,67%), a indústria (11,51%) e a agricultura (7,33%).
De acordo com o indicador do SPC Brasil, o setor credor que apresentou o maior crescimento das dívidas de pessoas jurídicas – ou seja, para quem as empresas estão devendo – são: comércio com 17,95%, seguidas das indústrias com 17,14%. Completam o ranking de setor credor o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras com 13,92% e de agricultura com 0,25%.
Fonte: economia.ig - 24/10/2016 e Endividado
Conheça os diferentes perfis de devedores e veja como lidar com cada um deles
Especialista explica como é importante conhecer o perfil do cliente devedor para traçar uma estratégia de abordagem eficiente e receber o valor devido
A alta da inadimplência dos consumidores tem causado grandes problemas às áreas financeiras das empresas. Para complicar ainda mais, muitas delas têm dificuldade em abordar a situação e o cliente devedor de uma maneira que não prejudique o relacionamento ou os negócios futuros entre os dois.
O advogado e sócio da Bento Jr. Advogados Gilberto Bento Jr explica que na hora de fazer a cobrança, a empresa deve seguir um pensamento lógico e e ter uma estratégia de abordagem. Primeiro, ela deve conhecer bem o devedor e então traçar um planejamento para receber os valores devidos. Por isso, é importante entender qual é o tipo de devedor que está em jogo e quais são as suas caracterísiticas. Conheça quatro perfis apontados por Bento Júnior.
1. Devedor viciado
É o tipo de devedor que, muitas vezes, não tem problemas financeiros, mas seu subconsciente sempre faz com que ele atrase os pagamentos, muitas vezes para prevenir imprevistos. Esse devedor pode até pedir para renegociar os juros, mas sempre pagará.
2. Devedor ocasional
O devedor ocasional sempre tenta manter as contas em ordem, mas, às vezes, por ocorrência de algum problema, não consegue arcar com algum compromisso. Ele costuma ficar bastante irritado quando é cobrados porque não se considera devedor. Como lhe é comum a sensação de injustiça, é necessário ter muita cautela para não desgastar a relação com esse tipo de devedor.
3. Devedor negligente
Este gênero de devedor não tem a vida financeira organizada, e, por isso, deixa de quitar suas contas de forma recorrente, muitas vezes porque se esquece de pagá-las. Nesse caso, o papel do cobrador é lembrar esse devedor dos seus compromissos. Bento Júnior ressalta que, muitas vezes, é necessário estabelecer acordos bem claros já que esses devedores, por serem negligentes, demandam negociações mais complexas.
4. Mau pagador
O mau pagador sabe que deve e mesmo assim se recusa a pagar e foge do cobrador inventando desculpas ou simplesmente desaparecendo. Esse tipo de devedor não está preocupado com o fato do seu nome estar sujo ou não. Dada a complexidade do perfil desse tipo de devedor, o cobrador deve tratá-lo de forma mais enérgica e, se não conseguir resolver o problema, recorrer a medidas legais.
Qual é a melhor forma de fazer uma cobrança
Existem procedimentos básicos que podem ser seguidos para facilitar as cobranças e minimizar os desgastes.
A primeira atitude a tomar é ligar ou mandar um e-mail ao devedor logo após o vencimento do prazo para a quitação das dívidas para que ele possa ajudar a localizar o pagamento que não foi registrado. Para facilitar a busca, deve-se pedir que o cliente envie o comprovante do pagamento.
Caso você não haja resposta em dois dias, o indicado é ligar para o devedor novamente e cobrá-lo uma posição efetiva, explica Bento Júnior.
Caso essas ações não surtam efeito ou caso o débito tenha mais de 45 dias, o valor que não foi pago deve ser passado para o escritório de advocacia de confinaça da empresa para que ele possa notificar o devedor sobre o pagamento sob pena de iniciar ação judicial. Nesse caso, os advogados usarão várias estratégias de localização de valores e bens para assegurar o seu recebimento.
"Para o combate à inadimplência se deve ter uma boa política de cobrança, uma rigorosa avaliação de crédito, e cercar-se de profissionais que possibilitem suporte", conclui Bento Júnior.
Fonte: economia.ig - 24/10/2016 e Endividado
O ex-ministro Antonio Palocci foi indiciado pela Polícia Federal pelo crime de corrupção passiva. O relatório da entidade aponta que o ex-ministro fez uso do cargo para coordenar o esquema de corrupção com a empreiteira Odebrecht.
Os publicitários João Santana e Mônica Moura, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Juscelino Dourado, o ex-assessor Branislav Kontic e o empresário Benedicto Barbosa da Silva Júnior também foram indiciados. Leia mais
A Polícia Federal acredita que o apelido "Amigo", achado em uma planilha de pagamentos de propina da Odebrecht, se refere ao ex-presidente Lula.
As planilhas indicam que R$ 8 milhões teriam sido pagos em 2012 a Lula "por solicitação do ex-ministro Palocci", segundo relatório da PF. Leia mais
A defesa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou um pedido de habeas corpus para o ex-deputado, que foi preso na semana passada por determinação do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato.
Advogados de Cunha alegam que a decisão de Moro "afronta" o STF. Cunha teve o mandato cassado por mentir sobre contas ilegais fora do país. Ele também é acusado de receber propina em contratos da Petrobras. Leia mais
O agente legislativo Paulo Igor Bosco Silva afirma que a polícia do Senado fez uma operação secreta no escritório particular do ex-presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), em Brasília, para descobrir se o local estava grampeado por escutas telefônicas. Silva denunciou o caso por suspeitar que a ação visava atrapalhar as investigações da operação Lava Jato.
O diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, também declarou à Polícia Federal que o órgão fez uma ação na residência oficial de Eduardo Cunha, quando ele era presidente da Câmara, para buscar grampos. Leia mais
Crise econômica leva família a comprar no atacado, mostra estudo
As famílias estão recorrendo às compras no atacado para tentar driblar a inflação. Nos últimos dois anos, cresceu de 7% para 24% a fatia de consumidores que preferem comprar em atacadistas, como Assaí, Atacadão e Roldão, por exemplo, segundo um estudo da consultoria Quorum Brasil.
O preço mais baixo -em relação aos supermercados, minimercados e sacolões- é o principal atrativo dos atacadistas para a metade dos consumidores que frequentam esses locais, ainda de acordo com a pesquisa.
Em consulta feita na quinta-feira (20) pelo Agora, em uma compra com cinco itens (leite, açúcar, ovos, salsicha e sabão em pó), os valores unitários dos produtos ficariam 74% mais caros, em média, se fossem adquiridos
no supermercado.
Mas não é apenas o preço baixo que tem levado mais consumidores a comprar em maior quantidade. Em períodos de avanço da inflação, os consumidores também procuram estocar produtos, segundo a Abad (associação de atacadistas).
Entre setembro de 2014 e o mesmo mês deste ano -período em que foi feita a pesquisa da Quorum-, a inflação acumulou alta de 19,4%. Nesse contexto, a conveniência de fazer compras menores e em locais mais próximos de casa deu lugar à necessidade de proteger o bolso.
Para gastar menos
- A inflação está levando mais consumidores a comprarem em supermercados atacadistas
- Entre 2014 e 2016, a preferência do consumidor pelo atacado triplicou
Caçadores de ofertas
- O preço mais baixo é o principal motivo para o consumidor comprar em atacadistas
- Uma compra no supermercado pode ficar 74% mais cara do que no atacado
- A pesquisa foi feita pela reportagem, comparando preços dos folhetos dos atacadistas Roldão, Atacadão e Assaí com um hipermercado
- As informações foram coletadas nos sites das lojas na quinta-feira passada (20) e já podem ter sido alteradas
Fonte: Folha Online - 24/10/2016 e Endividado
Gasto com cigarro quase equivale ao do arroz com feijão
Fumo consome 1,08% do orçamento mensal das famílias, enquanto o tradicional prato da cozinha brasileira fica com 1,12%
As campanhas de conscientização sobre os males causados pelo cigarro diminuíram o consumo, mas o peso dos gastos com o produto ainda é alto no bolso das famílias brasileiras. O cigarro leva uma fatia de 1,08% do orçamento mensal das famílias, participação mais de três vezes superior à da batata, por exemplo.
Os dados são da metodologia de cálculo da inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A fatia do orçamento mensal das famílias destinada ao fumo praticamente equivale à da despendida com o tradicional arroz com feijão carioca (1,12% do IPCA), ou a tudo o que se gasta no mês com manicure, cinema e médico juntos (1,1% do IPCA). O gasto dos consumidores com cigarro é ainda 13,5 vezes superior ao do cafezinho, a bebida predileta do brasileiro.
Por ter um peso relevante, qualquer movimento no preço do cigarro mexe com a inflação no País, mas Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, lembra que a influência já foi maior. Há vinte anos, o peso do cigarro na cesta de produtos consumidos pelos brasileiros chegava a 1,4%. Como o item ficou 448,17% mais caro desde então, contra uma alta de 252,08% da inflação oficial, o movimento mostra que as famílias cortaram despesas com o item.
“Isso é principalmente aumento de imposto. Não só para aumentar a arrecadação, mas, por ser considerado um item supérfluo e prejudicial à saúde, aumentou muito a tributação como uma política mesmo. Mais de 70% do preço do cigarro são impostos”, ressaltou Eulina.
Tributação. Segundo Leonardo Senra, diretor financeiro da fabricante de cigarros Souza Cruz, os impostos variam entre 75% a 88% do preço do produto, dependendo do Estado e das alíquotas locais de tributação. “Ou seja, se um maço de cigarro custa R$ 10, o consumidor está pagando entre R$ 7,50 e R$ 8,80 só de imposto”, explicou Senra.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou recentemente que o número de mortes por câncer de pulmão entre homens caiu pela primeira vez, saindo de 18,5 a cada 100 mil, em 2005, para 16,3 por 100 mil em 2014. O resultado seria decorrente de políticas para redução do tabagismo, como proibição de propaganda, aumento de impostos e Lei Antifumo, que proíbe o fumo em locais fechados.
“A literatura mostra que o aumento dos impostos é o maior determinante para a redução do tabagismo. E no Brasil o preço do cigarro é ‘zilhões’ de vezes mais barato do que em outros lugares do mundo. Na Irlanda, o maço custa ¤ 12. Aqui, R$ 4 ou R$ 5. A indústria está desesperada porque seus lucros estão caindo. Infelizmente, a gente ainda não conseguiu convencer o mundo de que essa é uma indústria que deveria fechar”, defendeu a epidemiologista Liz Almeida, gerente da Divisão de Pesquisa Populacional do Inca.
Contrabando. Embora faça parte de uma política para desestimular o consumo, a elevação da tributação acabou também por reduzir a competitividade do produto brasileiro ante os cigarros que entram no País por meio do contrabando. Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, a indústria nacional de fumo acumula uma queda de 48,3% nos últimos 10 anos (até agosto de 2016, último dado disponível).
Na indústria do fumo, o cigarro responde por aproximadamente 60% do volume produzido, enquanto o fumo processado detém os 40% restantes.
A linha de produção do setor está operando atualmente 69,1% abaixo do pico da série histórica da pesquisa, registrado em agosto de 2006. O resultado ainda está apenas 6,3% acima do piso da série histórica, iniciada em janeiro de 2002 pelo IBGE.
O diretor da Souza Cruz lembra que, nos últimos dez anos, o imposto que incide sobre o cigarro aumentou 450%. Em cinco anos, a alta foi de 140%, uma das principais razões para que a fatia do produto ilegal no mercado brasileiro avançasse de 21% em 2011 para 35% em 2016.
Economia. O susto com a elevação de preços e a perspectiva de economizar um bom dinheiro acabaram por incentivar muitos fumantes a abandonar o vício. Só em 2016, os cigarros já estão 12,62% mais caros, segundo o IPCA.
A especialista em finanças pessoais Carolina Ruhman, fundadora do site Finanças Femininas, conta que economizou R$ 40 mil após decidir deixar o vício. Ao completar dez anos sem fumar, ela calculou quanto teria gastado se tivesse mantido o hábito de consumir dois maços por dia.
“No curto prazo não faz muita diferença. Você vai deixar de gastar entre R$ 5 e R$ 10 por dia, não dá para perceber no bolso. Para um fumante parece um dinheiro bem gasto. Mas, quando você coloca esse custo no longo prazo, você consegue ver o tamanho do rombo”, diz Carolina.
Ela só lamenta que não tenha se organizado para juntar o dinheiro economizado. “Quando parei de fumar estava com 22 anos, morava com meus pais, infelizmente não pensava em economizar. Continuei gastando tudo”, disse.
Já a cozinheira Daniele Borges usa um aplicativo no telefone celular para ajudá-la a contar os dias livre do vício e o montante economizado. Em 491 dias sem fumar, ela evitou 19.654 cigarros e poupou R$ 5.896. Vítima de depressão e síndrome do pânico, ela encontrou forças nos resultados e num grupo de apoio para conseguir se libertar.
“Comprei uma geladeira, um jogo de mesa, uma televisão e paguei a cirurgia da minha gata”, conta. “Nunca parei para ver quanto gastava, nenhum fumante quer fazer isso. Fumei por 20 anos”, acrescentou.
Fonte: Estadão - 24/10/2016 e Endividado
Crise faz aumentar procura de famílias por cursos de educação financeira
por EULINA OLIVEIRA
Há quatro meses, a vendedora Carolina Fischer, 28, decidiu procurar ajuda profissional para planejar sua vida financeira. "Estava preocupada por que não conseguia guardar dinheiro, por falta de organização", afirma.
Ela se matriculou em um curso de educação financeira e levou junto o marido, o também vendedor Celso Alves, 33. O curso foi realizado num sábado, em São Paulo, onde moram, durante o dia inteiro, com outras 30 pessoas.
Lá, receberam orientações de como gastar de forma consciente, e não fazer compras por impulso. Também aprenderam que é preciso ter metas para poupar.
"Foi importante para mudar a nossa mentalidade em relação ao dinheiro. Ficamos extremamente motivados e já estamos conseguindo poupar cerca de 20% da nossa renda", diz a vendedora, cujo objetivo é comprar uma casa.
Como eles, outras famílias estão buscando orientação para lidar melhor com as finanças. Profissionais do setor têm notado um aumento deste segmento nos últimos anos, sobretudo com o agravamento da crise econômica. Segundo a empresa de educação financeira DSOP, esse público aumentou 20% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2015.
"Muitas dessas pessoas estão endividadas e sofreram queda na renda", afirma Reinado Domingos, presidente da DSOP e da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros).
Para o planejador financeiro Fabiano Calil, em época de crise é comum que famílias busquem orientação por causa das incertezas em relação ao futuro. "Além disso, percebemos que gerações diferentes começam a buscar relações mais transparentes no que se refere às finanças", diz Calil, que já atendeu grupos de até 30 pessoas, incluindo avós, pais, filhos e netos.
Segundo o educador financeiro Vinicius Azambuja, da empresa Novi, o planejamento financeiro dá mais resultado quando envolve toda a família. "Tem que ter sinergia e transparência para funcionar, porque não adianta um construir e o outro destruir."
CORTE DE DESPESAS
Azambuja costuma atender muitos casais, como a dona de casa Sheila Centeno, 35, e o gerente de vendas Luciano Centeno, 31. Como moram em Londrina (PR) e Azambuja fica em São Paulo, o atendimento é feito via Skype. "Eu tive a ideia de buscar ajuda para organizar as finanças porque percebi que a situação estava ficando mais apertada com a inflação; temos duas filhas pequenas e apenas meu marido está trabalhando", diz Sheila.
"Eu trabalho em uma multinacional, viajo muito, e não estava tendo tempo de cuidar das finanças", diz o marido. Ele afirma que, com a ajuda do educador, o casal fez uma avaliação das despesas e já eliminou vários gastos supérfluos.
Eles reduziram a conta de energia elétrica e o pacote de TV paga e cortaram um seguro considerado desnecessário, por exemplo. As compras da casa são feitas por Sheila, que se organiza para ir aonde é mais barato e aproveitar as promoções.
Com os cortes no orçamento familiar, foi possível reduzir as despesas mensais entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, diz o gerente de vendas. "Nos demos conta de que gastávamos mais do que precisávamos e entrávamos no cheque especial sem a menor necessidade", afirma.
O casal já tinha investimentos, mas o principal objetivo agora é formar uma reserva para possíveis emergências.
PREÇOS
Os preços para fazer um curso ou receber orientação de um planejador financeiro variam conforme o prazo, o número de pessoas envolvidas, o prestador de serviço e a complexidade de cada caso. Uma consulta com planejador pode custar a partir de R$ 300, enquanto um workshop de quatro horas sai a R$ 250 por pessoa e um curso de oito horas, cerca de R$ 450. Grupos familiares podem ter descontos.
A advogada Cinthia Castro, 51, resolveu matricular toda a família em um curso de educação financeira. Ela diz que sua filha, que tem 19 anos e está na faculdade, começou a fazer estágio e queria aprender a usar o dinheiro.
"Primeiro foram minha filha e meu marido fazer o curso. Eu ia fazer com o meu filho, de 17 anos, mas acabei mandando a namorada dele no meu lugar, pois achei que seria mais importante para ela", afirma a advogada.
Segundo ela, a família aprendeu a anotar todas as despesas e a fazer planejamentos de curto, médio e longo prazos. Ela diz que gostou tanto da ideia que presenteou o filho de sua secretária com o mesmo curso, quando ele completou 18 anos.
OBJETIVOS
Os principais objetivos do público em relação à orientação financeira são o planejamento de aposentadoria e de investimentos e o gerenciamento de orçamento e dívidas, segundo uma pesquisa realizada em 2015 pelo FPSB (Financial Planning Standards Board), conselho que reúne e supervisiona entidades de planejamento financeiro em 26 países.
O levantamento, para o qual foram entrevistadas 19 mil pessoas, em 19 países, incluindo o Brasil, mostrou ainda que apenas 17% das pessoas afirmaram que têm muito conhecimento sobre questões financeiras. Cerca de 22% declararam estar confiantes de que vão atingir seus objetivos financeiros e 32% já possuíam um plano financeiro por escrito.
Entre os assuntos de interesse dos entrevistados destacaram-se estar livre de dívidas; estar preparado para uma emergência; comprar a casa própria; planejar a aposentadoria; gerenciar as próprias finanças; e ajudar outras pessoas financeiramente.
Os dados foram fornecidos pelo IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros), associado ao FPSB.
Fonte: Folha Online - 24/10/2016 e Endividado
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