Portal Social do Brasil
Isso sim é Golpe.
Dilma ataca Temer e Cunha e diz que impeachment é "maior fraude da história"
A presidenta Dilma Rousseff disse que o processo de impeachment contra ela no Congresso Nacional é "a maior fraude jurídica e política da história" do Brasil. Em pronunciamento à população veiculado nas redes sociais, gravado inicialmente para ir ao ar em cadeia de rádio e TV, Dilma fez um dos mais duros ataques ao que classificou de "aventura golpista", criticou indiretamente o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, (ambos do PMDB) e disse que o impeachment, se aprovado, vai "humilhar" o país perante a comunidade internacional como se fosse uma "republiqueta qualquer".
"A denúncia contra mim em análise no Congresso Nacional não passa de uma fraude, a maior jurídica e política da história de nosso país. Sem ela, o impeachment sequer seria votado. O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa", diz a presidenta no vídeo.
Durante os mais de seis minutos da gravação, a presidenta menciona diversas vezes as expressões "golpe" e "golpistas". Ela se dirige ao povo brasileiro para que continue defendendo a legalidade democrática, diz que é sua obrigação esclarecer os fatos e denunciar riscos do seu afastamento e alega que o que está em jogo é o "respeito às urnas, às conquistas sociais e aos direitos dos brasileiros".
Cunha e Temer
Sem citar nomes, Dilma faz referências ao seu desafeto político, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, segundo o governo, aceitou o pedido de impeachement por vingança contra o PT, e a seu vice, Michel Temer, que no início da semana declarou, por meio de uma mensagem de voz, que, caso assumisse o poder, o povo brasileiro teria de fazer sacrifícios.
"Peço a todos os brasileiros que não se deixem enganar. Vejam quem está liderando esse processo e o que propõem para o futuro do Brasil. Os golpistas ja disseram que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida", disse.
No vídeo, a presidenta diz fazer uma advertência aos que tratam o impeachment como um "atalho ao poder". Segundo ela, eles nunca poderão "olhar nos olhos da Nação" porque a "palavra golpe estará para sempre gravada na testa dos traidores da democracia".
Manifestações
Agradecendo manifestações em "defesa da democracia", mesmo dos que são críticos do governo, Dilma defendeu que o Brasil tem condições de sair da crise e reencontrar a "paz necessária" para "retomar o rumo das mudanças". "Não se trata de concordar ou não com o governo, mas de combater um golpe de estado, uma violação constitucional, que poderá mergulhar o Brasil em um doloroso processo de instabilidade e insegurança [...] Mas somente o respeito à ordem democrática pode assegurar a reunificação nacional".
Agradecendo manifestações em "defesa da democracia", mesmo dos que são críticos do governo, Dilma defendeu que o Brasil tem condições de sair da crise e reencontrar a "paz necessária" para "retomar o rumo das mudanças". "Não se trata de concordar ou não com o governo, mas de combater um golpe de estado, uma violação constitucional, que poderá mergulhar o Brasil em um doloroso processo de instabilidade e insegurança [...] Mas somente o respeito à ordem democrática pode assegurar a reunificação nacional".
Além de repetir que não cometeu crime de responsabilidade, a presidenta disse que "jamais" impediu investigações, que não possui o nome em "nenhuma lista de propina" e que não é suspeita "de qualquer delito contra o bem comum".
"Antes de tudo, o que move os golpistas são os nossos acertos. Eles querem derrotar, a qualquer custo, o que represento: o projeto de desenvolvimento e inclusão social pelo qual estamos trabalhando todos os dias nos ultimos 13 anos. Para alcançar seus objetivos, estão dispostos a violentar a democracia e a rasgar a Constituição Federal, espalhando intolerância, ódio e violência entre nós. Estão dispostos a humilhar o Brasil perante a comunidade internacional, como se fôssemos uma republiqueta qualquer e não uma das maiores democracias do mundo", disse.
Redes sociais
O pronunciamento foi divulgado nos perfis do PT no Facebook e no Twitter, e também veiculou no aplicativo WattsApp. A gravação inicialmente estava prevista para ir ao ar em rede nacional de rádio e televisão na noite dessa sexta-feira (15). Após o PSDB e o partido Solidariedade entrarem com pedidos na Justiça para impedir a veiculação do vídeo, alegando desvio de finalidade no uso da prerrogativa presidencial de convocar a rede, o Planalto decidiu cancelar a exibição nas emissoras.
Depois de confirmado o cancelamento, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que a equipe de Dilma decidiu que o alcance da mensagem seria mais amplo pela internet. O vídeo foi publicado também na conta do PT no Youtube, cujos comentários de internautas são desativados.
Governo e oposição fazem mútuas acusações de uso da máquina pública
Governo e oposição fizeram hoje (16) acusações mútuas sobre o uso da máquina pública com o objetivo de obter apoio político para a votação que decidirá amanhã (17) a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Enquanto DEM e PSDB disseram ter entrado com uma notícia crime na Justiça pelo uso de estruturas de governo para obter votos dos deputados do Amapá – por meio de um decreto de concessão de terras federais ao governo daquele estado –, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) disse que fará “um alerta ao STF”, de que, no Palácio do Jaburu, o vice-presidente Michel Temer tem dito a “vários deputados” que, em função das boas relações com aquele tribunal, tem melhores condições para “aliviar” a situação dos parlamentares “complicados na Lava Jato”.
Segundo o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), a notícia crime apresentada pela oposição acusa, além de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diversos ministros por “estarem utilizando a Presidência para tratar uma questão que há muitos anos é reivindicada pelo governo e pelo povo do Amapá”, disse ele referindo-se a um decreto pelo qual o governo federal concede terras federais ao governo do Amapá. “Fazer isso a menos de 24 horas do pedido de impeachment ser apreciado pelo plenário é uso de máquina pública”, acrescentou.
Outro ponto questionado pelo líder do Democratas foram as nomeações feitas pelo governo federal, publicadas em edição especial do Diário Oficial da União. “Não importa se isso reverte ou não os votos dos deputados [do Amapá]. Isso é fato”, disse.
O deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) informou que duas outras medidas foram adotadas pela oposição. “Solicitamos a abertura de inquérito na Polícia Federal [PF] com relação à obstrução de rodovias federais pelo MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], estimulado pelo Planalto. Além disso fizemos uma representação no MPF [Ministério Público Federal], na qual fazemos uma denúncia de atividades não republicanas dentro do hotel onde Lula está instalado. Pedimos, inclusive, que sejam feitas busca e apreensão já que é por lá que estão sendo feitas ofertas de cargos e de emendas orçamentárias”, disse o deputado tucano.
Já o deputado Sílvio Costa, a oposição está inventando “fatos pitorescos” em relação ao decreto do Amapá. “Eles esquecem que Dilma está em pleno exercício de seu mandato e que ontem, sexta-feira, era dia útil. Não há nada irregular nisso. O que a oposição quer é fazer interferências administrativas no governo. Só que a Dilma continuará administrando o país”. Em seguida, o deputado da base aliada anunciou que faria “um alerta grave ao STF”, de que Temer, junto com seus coordenadores, estão dizendo a vários deputados, que, ao contrário de Dilma, ele tem “relações com o STF”. E que, por isso, “talvez seja mais possível para ele aliviar aqueles que estão complicados na Lava Jato”.
“Custei a acreditar nisso. Mas vários deputados vieram me informar que é isso o que está sendo feito no Palácio do Jaburu”, disse o deputado, sem citar os nomes dos parlamentares. “Não cito porque não sou delator. Mas a imprensa é investigativa e terá facilmente condições de confirmar tudo. Temer simplesmente rasgou sua história”, acrescentou.
Sobre os cargos que têm sido oferecidos pelo governo, Silvio Costa diz que se trata de uma “repactuação do espaço político deixado para trás por outros partidos”.

Nenhum comentário:
Postar um comentário