Aeronave da Força Aérea dos EUA não pousou no RS, afirma embaixada

 Boatos sobre a falsa operação circularam nas redes sociais

A Embaixada e Consulado dos Estados Unidos no Brasil divulgou uma nota na manhã deste sábado esclarecendo que não houve qualquer operação de aeronave da Força Aérea dos EUA pousando no Rio Grande do Sul com donativos.

O comunicado foi divulgado após boatos sobre a falsa operação circularem pelas redes sociais.

“Esclarecemos que não houve qualquer operação desse tipo realizada no Rio Grande do Sul. Para informações verídicas e oficiais sobre o apoio do governo dos EUA, pedimos que acessem o link oficial. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a veracidade das informações. O apoio dos EUA aos nossos amigos gaúchos continuará.”


Correio do Povo

Viagens curtas são as mais prejudicadas pela crise no setor de agências de turismo devido às chuvas no RS

 Presidente da Abav relata que os primeiros dias têm sido de resgate, remarcações e reembolsos para o setor, que já está sendo duramente afetado pelo fechamento do aeroporto

O setor de agências de viagens do Rio Grande do Sul, assim como praticamente todas as áreas econômicas do Estado, está enfrentando sérias dificuldades devido ao fechamento do Aeroporto Salgado Filho e as restrições colocadas pelo cenário deixado pelas enchentes.

As viagens curtas, que são mais frequentes e demandadas, estão entre as mais prejudicadas até o momento, conforme relata João Augusto Machado, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav RS). “Viagens de curta duração, como um final de semana no Rio de Janeiro, por exemplo, estão sendo canceladas em massa”, relata Machado.

Com o aeroporto fechado, os passageiros precisam se deslocar até Florianópolis ou outras cidades para pegar voos, o que torna essas viagens rápidas inviáveis. “Esse tempo extra de deslocamento acaba tornando a viagem longa demais para o curto período que as pessoas têm”, explica.

Além disso, as remarcações de passagens têm sido um desafio constante para o setor. “Cada companhia aérea tem sua própria política e cronograma para liberar as operações. Isso torna o trabalho de remarcação extremamente complicado”, explicou Machado. Algumas companhias oferecem voos apenas a partir de São Paulo ou Rio de Janeiro, sem cobrir os custos de deslocamento dos passageiros até essas cidades, o que gera insatisfação entre os clientes.

As agências também estão sofrendo com a suspensão das vendas de passagens aéreas a partir de Porto Alegre, determinada nesta semana pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) – mesmo para períodos mais distantes - o que afeta diretamente seu fluxo de caixa. “Precisamos de vendas para gerar capital, pagar impostos e funcionários”, destacou Machado.

Os prejuízos se estendem além das operações de voo. Muitos agentes de viagem tiveram que lidar com a insatisfação dos clientes. “Tivemos casos de clientes que perderam reservas de hotéis, ingressos para parques e locações de carros, sem saber a quem cobrar por esses prejuízos”, contou o presidente da Abav RS. “A cobrança seria para as próprias companhias, mas elas também são afetadas por algo que é alheio à vontade delas”, pontua.

Desta forma, a associação tem trabalhado para mitigar esses problemas, estabelecendo comitês específicos para lidar com as companhias aéreas e coordenando campanhas de doação para ajudar tanto os profissionais do setor quanto as agências afetadas.

A reabertura do Aeroporto Salgado Filho ainda não tem uma data definida, o que é considerado um fator que preocupa ainda mais diante desta situação. “A principal dificuldade é que a Fraport ainda não teve acesso às estruturas do aeroporto para avaliar os danos e começar os reparos”, explicou Machado. A situação com a Base Aérea de Canoas também está sendo tratada, mas depende de ajustes das companhias aéreas sobre as frequências de voo e as rotas que serão operadas.

Os danos materiais para as agências também são significativos. “Muitas agências perderam tudo, desde computadores até todo o escritório. Estamos trabalhando para ajudar essas empresas a se reerguerem”, relatou Machado. A Abav RS tem distribuído formulários para que as agências afetadas possam relatar seus prejuízos e buscar assistência.

Além disso, a associação está em diálogo com o governo e outros órgãos relevantes para buscar soluções que aliviem o impacto econômico sobre o setor. “Estamos procurando os órgãos do Ministério do Turismo e do governo estadual para ver que medidas podem ser tomadas, como as que foram implementadas durante a pandemia, como a suspensão de contratos de trabalho e medidas de proteção ao turismo”, detalhou Machado.

“Durante a pandemia, tivemos medidas que ajudaram a proteger tanto as agências quanto os clientes, como a transformação de créditos de viagens canceladas. Precisamos de soluções similares agora", complementou.

Internamente, a Abav RS tem mobilizado recursos para campanhas de doação e apoio aos profissionais afetados pelas enchentes. “Estamos engajados em campanhas para ajudar tanto as vítimas das enchentes quanto os profissionais do turismo que foram afetados”, disse Machado. “Distribuímos formulários para que as agências possam relatar seus prejuízos e estamos trabalhando para fornecer a assistência necessária”, detalhou.

Apesar do cenário desafiador, a empatia dos clientes tem sido um fator de alento. “Agradecemos aos passageiros pela compreensão e paciência neste momento difícil”, concluiu Machado.

Associação nacional pede para que viagens não sejam canceladas

Enquanto em nível estadual a Abav está focada em atender os associados e clientes, na esfera nacional a associação também expressa solidariedade ao Rio Grande do Sul e, em especial, ao setor que representa. Visando amenizar as perdas, a entidade está promovendo uma campanha através das redes sociais, pedindo que os clientes não cancelem as viagens ao Estado, mas remarquem.

Confira nota publicada pela Abav:

“A ABAV-RS está solidária com o Rio Grande do Sul neste momento difícil e está comprometida em apoiar os esforços de recuperação e assistência à comunidade local. A ABAV Nacional apoia essa iniciativa e compartilha com todos a chave PIX da ABAV-RS para doações. Qualquer valor é bem-vindo e será integralmente destinado para ações de apoio e recuperação da região.

Vamos nos unir nessa causa! Juntos podemos fazer a diferença. Ao apoiar a recuperação do Rio Grande do Sul, estamos fortalecendo o Turismo e ajudando as pessoas a reconstruírem suas vidas.”


Correio do Povo

Urgente: Tarcísio avisa que vai para o PL e pode mudar tudo na política do Brasil

 

Foto: Reprodução.

O governador paulista, Tarcísio de Freitas, informou a Valdemar Costa Neto, líder do PL, que pretende ingressar no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda este ano. Contudo, a transição de Tarcísio do Republicanos, seu partido atual, não será conturbada. Acredita-se que essa mudança possa facilitar o apoio do Palácio do Planalto a Marcos Pereira, deputado e candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara. As informações são do Estadão.

As eleições para renovar a liderança da Câmara e do Senado só ocorrerão em fevereiro de 2025, mas os partidos já estão se mobilizando. Pereira, que lidera o Republicanos, é um dos candidatos à posição de Lira.

O Planalto não vai se envolver publicamente na disputa, mas está fazendo articulações nos bastidores para evitar que adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenham influência na direção da Câmara e do Senado.

Embora Tarcísio negue que planeja se candidatar ao Planalto em 2026, quando Lula pretende concorrer a um novo mandato, a liderança do PT não acredita nisso. É neste ponto que a disputa nacional se entrelaça com o jogo no Congresso.

Governador é visto como futuro desafiante Convencidos de que o governador de São Paulo assumirá o papel de principal desafiante da direita contra Lula, daqui a dois anos, deputados petistas relutam em apoiar a candidatura de Marcos Pereira, hoje primeiro vice-presidente da Câmara.

Muitos argumentam que o PT não pode estar ao lado do presidente do Republicanos num embate tão importante porque se trata do partido de Tarcísio. O Republicanos controla o ministério de Portos e Aeroportos, mas a escolha de Silvio Costa Filho para a pasta é debitada na “cota pessoal” de Lula.

Aliados de Pereira avaliam que a transferência de Tarcísio para o PL ajuda o deputado a obter aval do Planalto na briga pela presidência da Câmara. Ex-ministro da Indústria e Comércio no governo de Michel Temer, Pereira também é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, e Lula precisa se aproximar do segmento evangélico.

Há, porém, outro fator nesse jogo: o próprio Lira, que não definiu quem apoiará para sua sucessão. “O governo não vai encaminhar um nome para fazer disputa com Lira”, avisou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Até agora, o nome preferido de Lira para comandar a Câmara é o do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), que não desfruta da confiança de Lula. Correm por fora os deputados Antonio Brito (SP) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Líder do PSD, Brito conta com a simpatia do presidente, embora ministros duvidem de sua viabilidade eleitoral.

Em jantar no mês passado com Valdemar Costa Neto e com o líder da sigla no Senado, Rogério Marinho (RN), Tarcísio garantiu que migrará para o partido de Bolsonaro.

Valdemar entendeu que a mudança ocorrerá “lá para junho”. Quando questionado sobre o assunto, porém, o governador desconversa e diz apenas que “por ora” não há essa previsão. Amigos de Tarcísio, na outra ponta, garantem que ele só irá para o PL depois das eleições municipais.

“Tarcísio falou para mim que virá para o nosso partido lá para junho e agora estão todos ansiosos”, disse Valdemar ao Estadão. “Ele está fazendo campanha para candidatos do Republicanos em São Paulo e nós entendemos isso. Faz muito bem. Precisa ajudar o partido que o elegeu. Mas o lugar do Tarcísio é no PL.”

Na avaliação de interlocutores do governador, uma troca de legenda neste momento pode causar impacto em sua base de sustentação no Estado e até no arco de alianças da candidatura do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ao segundo mandato. De qualquer forma, com Bolsonaro inelegível até 2030, a migração de Tarcísio – cotado para herdar o espólio do ex-presidente – dará a ele uma fatia bem mais gorda do Fundo Eleitoral. O PL tem 94 deputados e 13 senadores. O Republicanos conta com 43 e 4, respectivamente.

Estratégia da anistia entra em banho-maria Dirigentes do PL começaram a condicionar o apoio a candidatos ao comando da Câmara e do Senado à aprovação de projetos de lei de anistia a Bolsonaro e também a seguidores dele que se envolveram nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A divulgação da iniciativa, no entanto, criou problemas para Valdemar. Até mesmo a família de Bolsonaro – que já se indispôs com o presidente do PL por discordar do recurso impetrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassar o mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) – reprovou a antecipação da estratégia, hoje em banho-maria. Desde 8 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Tempus Veritati (Tempo da Verdade), Bolsonaro e Valdemar estão proibidos de manter contato por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Não estou trabalhando pela anistia agora. Até as eleições municipais de outubro, vamos todos brigar muito e depois ficar de bem”, argumentou Valdemar. “Além disso, o PL pode ter candidato à presidência da Câmara.”

O nome cogitado é o do líder do PL, Altineu Côrtes (RJ), mas ele próprio admite ter poucas chances nesse páreo. No Senado, o PL já confirmou o apoio a Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a cadeira de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

As últimas pesquisas que mostraram Tarcísio competitivo numa eventual disputa com Lula, em 2026, serviram para animá-lo ainda mais, embora até lá o cenário político possa mudar muito.

Um exemplo de mudança foi citado pelo próprio Valdemar. “Quando Bolsonaro me falou, em 2018, que ia lançar Tarcísio ao governo paulista, eu respondi: ‘Você está louco? Ele não conhece São Paulo’. Agora, quando Bolsonaro fala alguma coisa, eu tenho de pensar”, afirmou Valdemar.

Michelle está mais para Senado, mas é ‘plano B’ de Bolsonaro A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem mais intenções de votos do que Tarcísio e vem sendo tratada como “plano B” do PL, mas sua rejeição é alta. Bolsonaro quer fortalecer a direita no Senado e lançar Michelle para uma vaga na Casa.

Interlocutores do governador de São Paulo observam que a senadora Tereza Cristina (PP-MS) é cotada para ser candidata a vice numa chapa liderada por ele. Tarcísio e Tereza foram ministros do governo Bolsonaro. Ele, de Infraestrutura; ela, da Agricultura.

A senadora é uma das principais representantes do agronegócio no Congresso e já foi sondada para vice pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que está em campanha aberta à sucessão de Lula.

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), é outro nome citado para vice de Tarcísio. “Eu tenho certeza de que, se Bolsonaro continuar inelegível, Tarcísio será candidato a presidente”, observou Ciro. “Ele só não será em duas hipóteses: se houver um milagre econômico no Brasil, porque daí o Lula estará reeleito, ou se Bolsonaro não apoiá-lo. Mas é muito difícil essas duas coisas acontecerem”, emendou o senador, que foi ministro da Casa Civil no governo passado.

Logo que Tarcísio venceu a eleição, em 2022, Ciro lhe deu dois conselhos. O primeiro: não brigar.

Terra Brasil Notícias

Inter viaja para São Paulo nesta segunda-feira

 Colorado vai embarcar para a cidade de Itu, onde seguirá com os treinamentos

Beira-Rio e CT Parque Gigante vão precisar passar por reparos 

O Inter deve viajar para Itu, em São Paulo, nesta segunda-feira, 19, pela Base Aérea de Canoas. A informação foi confirmada pela assessoria do clube neste sábado. O clube não treinará no Complexo Esportivo da PUCRS.

O Colorado confirmou na quinta-feira que seguiria para Itu para realizar uma intertemporada de treinos de cerca de 20 dias. A saída do Rio Grande do Sul, que chegou a ser negada pelos dirigentes, é necessária para compensar a falta do CT Parque Gigante e do Beira-Rio, que foram atingidos e parcialmente destruídos pelas águas do Guaíba.

Em São Paulo, as atividades serão realizadas no Otho Hotel. Algumas delas vão ser abertas para a imprensa nos primeiros minutos, enquanto outras serão completamente fechadas. O calendário exato das atividades deve ser publicado posteriormente.

Despedida

Cerca de 1,3 mil torcedores foram até o Complexo Esportivo da PUC, na tarde da sexta-feira, 17, para assistir ao treino realizado pelo Inter, o penúltimo antes da viagem para Itu. Os torcedores deixaram cerca de 3 toneladas de alimentos, que serão destinados para as vítimas das enchentes.

Correio do Povo

A indecente exploração política da tragédia no RS

 


Conheça o sistema contra cheias de Nova Orleans e as alternativas propostas em Porto Alegre após 1941

 Cidade americana sofreu com inundações após passagem do furacão Katrina, em 2005. Estrutura construída nos EUA tem semelhanças com projetos pensados para Porto Alegre

Estrutura construída Nova Orleans pelo Corpo de Engenharia do Exército Americano após o furacão Katrina possui quilômetros de muros e diques, além de comportas e bombas extravasoras 

Milhões de habitantes sofrendo com uma catástrofe climática extrema. Inundações em larga escala. Bairros inteiros em baixo da água. Pessoas desaparecidas e óbitos. O ano era 2005 e a região Sul do estado americano da Louisiana sofreria com aquela que é, até hoje, uma das maiores calamidades naturais vivenciadas nos Estados Unidos.

No lugar de uma enxurrada que se estendeu por dias, um furacão e o avanço das águas do golfo do México causaram a destruição em diversas cidades, principalmente na matrópole de Nova Orleans. Assim como em Porto Alegre na grande cheia de 1941, um plano precisava ser colocado em prática para evitar novas catástrofes na região.

Depois de uma década em construção e mais de 14 bilhões de dólares investidos – cerca de R$ 70 bilhões – o complexo sistema de proteção foi finalizado em 2015 para proteger a cidade. Em sua base, estão mais de 500 quilômetros de diques, mais de 70 casas de bombas, comportas, canais extravasores e muros com até 8 metros de altura construídos tanto nas áreas mais baixas de Nova Orleans até em meio às águas do rio Mississípi e dos lagos que circundam a capital.

Mapa criado pelo Corpo de Engenharia do Exército Americano mostra detalhes do sistema que circunda a cidade de Nova Orleans Mapa criado pelo Corpo de Engenharia do Exército Americano mostra detalhes do sistema que circunda a cidade de Nova Orleans | Foto: US Army Corps of Engineers/Divulgação/CP

A cidade americana, que fica localizada abaixo do nível do mar, já contava com um sistema quase centenário de diques e casas de bombas em 2005, durante a passagem do Katrina, mas falhas no funcionamento permitiram que cerca de 80% da cidade ficasse em baixo da água, com mais de 1,5 mil mortos.

O moderno sistema foi colocado à prova em agosto de 2021, quando um outro furacão, o Ida, atingiu a região. Desta vez, mesmo com o aumento do nível da água nos lagos que circundam a cidade, os diques reforçados, os muros mais altos e todo o complexo sistema de casas de bombas e extravasores impediram que Nova Orleans ficasse novamente submersa.

O furacão Ida foi o segundo mais intenso a atingir a Louisiana, ficando atrás apenas do Katrina. O número de mortos em 2021 foi de cerca de 30 pessoas, com algumas delas vindo a óbito por consequências do episódio, como a falta de energia e o envenenamento por monóxido de carbono, utilizado para acionar geradores.

Porto Alegre teve outras propostas de proteção contra cheias

Além do atual sistema de prevenção contra as cheias em Porto Alegre, a capital discutiu outras alternativas após a cheia história de 1941. Do aumento da vazão na foz com a Lagoa dos Patos, passando por um muro que atravessaria as ilhas e até mesmo um canal que ligaria o rio Gravataí até o oceano Atlântico, muitas propostas foram discutidas na época em um congresso organizado pela Sociedade de Engenharia do RS, conforme o jornalista e escritor Rafael Guimaraens, autor do livro “A Enchente de 41”. Conheça as propostas:

Canal até o oceano:

Uma das primeiras propostas apresentadas no congresso da Sociedade de Engenharia foi a inversão do fluxo do rio Gravataí, além da construção de um canal de 80km até onde hoje é Balneário Pinhal. Desta forma, em vez do rio desaguar no Guaíba, ele serviria como um braço para escoar água até o oceano. O canal também atingiria o rio dos Sinos, fazendo com que a água do seu leito também escoasse por ali. Segundo o escritor, a proposta foi refutada por ser muito cara e, ao fazer a ligação do Guaíba com o mar, causaria o esvaziamento dos portos de Pelotas e Rio Grande, na região Sul, causando grave desequilíbrio econômico ao RS.

Barragens e vazão na foz:

Outras alternativas discutidas no congresso abordavam a possibilidade da construção de uma série de barragens nos rios que formam a bacia hidrográfica do Guaíba, ajudando a controlar os seus níveis. Ao todo, deságuam em Porto Alegre os rios Jacuí, Caí, Sinos e Gravataí, mas outros afluentes como o Taquari, das Antas, Pardo e Vacaraí também possuem influência na bacia. Além disso, foi aventada a possibilidade de aumentar a vazão na foz do Guaíba junto à lagoa dos Patos, criando canais na região de Itapuã, em Viamão. As propostas necessitavam um estudo maior da bacia para definir a sua viabilidade.

Fortaleza nas ilhas:

Uma das alternativas foi sugerida pelo então reitor da Universidade de Porto Alegre (que viria a ser nomeada de Universidade Federal do Rio Grande do Sul anos depois), o engenheiro Ary de Abreu Lima. Ele propôs a construção de um muro que atravessaria o Guaíba em direção às ilhas, partindo da Usina do Gasômetro, passando pelo meio das águas, atravessando a ilha do Cônsul, a ilha Grande do Marinheiros e a ilha do Pavão, retornando nas proximidades da rua Voluntários da Pátria, no bairro Navegantes. Além disso, um canal cortaria a ilha das Flores e a ilha Grande dos Marinheiros, ajudando a escoar a água dos rios do Sinos e Gravataí para o delta do Jacuí. O muro sobre o Guaíba ainda teria duas comportas para acesso de navios. Segundo Guimaraens, a proposta foi considerada muito onerosa e traria impactos ambientais. O desenho apresentado à época se assemelha muito ao sistema complexo de Nova Orleans.

Diques, muro e bombas:

A proposta que foi aplicada na prática surgiu em um plano apresentado pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS). Nela, estava detalhada toda a proteção que seria feita por diques, sendo dois partindo do Centro Histórico em direção às zonas Norte e Sul, além de uma “muralha” que seria erguida em concreto armado para servir de “cortina de vedação” na região do Cais. Até ser construída de fato, o projeto sofreu alterações, como a construção de aterros. Entretanto, desde o início, já estavam previstas as construções de casas de bombas e de outros diques dentro da capital, como o do Sarandi, do Cristal e da Praia de Belas, além das avenidas e estradas elevadas.

O início das obras deste sistema de proteção iniciou na década de 1950, com a construção do dique da freeway e da avenida Castelo Branco. Na sequência, foram feitos os aterros na orla do Guaíba, nas proximidades do atual Centro Administrativo Fernando Ferrari e do bairro Menino Deus, junto à construção do dique da avenida Edivaldo Pereira Paiva. Entretanto, as obras do Muro da Mauá só começaram depois que Porto Alegre sofreu com mais uma enchente no final da década de 1960.

Um dos projetos previa um canal do rio Gravataí até o oceano Atlântico
Rafael Guimaraens/Arquivo Pessoal/CP
Projeto do então reitor da Ufrgs previa uma muralha ao redor do Centro Histórico e das ilhas
Rafael Guimaraens/Arquivo Pessoal/CP
Projeto escolhido com diques e o Muro da Mauá. Detalhe que, no projeto, ainda não estavam previstas as áreas de aterro do Praia de Belas e Menino Deus
Rafael Guimaraens/Arquivo Pessoal/CP


Correio do Povo 

Escritores se unem em novo livro de poesias sobre as enchentes no RS

 Livro conta com poesias de 59 artistas

Exemplar já estão disponíveis para download 

A editora gaúcha Bestiário está lançando uma antologia de poemas dedicada às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.
O livro de poemas Sob as águas, Sobre a Esperança tem organização de Alexandre Brito, Cleso Gutfreind e Dilan Camargo, e conta com textos de 59 poetas que aderiram à causa.

"A ideia, desde o começo, foi levar alguma poesia para as muitas vítimas das enchentes no RS. Poderia parecer secundário, mas toda prosa lúcida diz que não é. A poesia faltou antes da catástrofe e será necessária depois", escrevem os organizadores, em trecho da apresentação da obra.
A versão digital do livro pode ser conferida aqui: Sob As Águas PDF

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Comporta 3 do muro do Cais Mauá é removida para escoar água do Centro Histórico

 Estrutura deve ser recolocada após o escoamento

Medida é uma tentativa de auxiliar no escoamento da água acumulada no Centro Histórico 

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) retirou a comporta 3 do muro de contenção do Cais Mauá, que estava fechado desde o dia 2 de maio para conter o avanço das águas do lago Guaíba.

A medida é uma tentativa de auxiliar no escoamento da água acumulada no bairro, uma vez que o nível do Guaíba baixou em relação à altura do pavimento do Centro Histórico. Após o escoamento, a comporta deverá ser recolocada.

“Com a diminuição do nível do Guaíba, identificamos uma diferença de 40cm entre a água da avenida Mauá em relação ao Cais, por isso conseguimos retirar a comporta e dar maior vazão ao fluxo", explica o diretor-geral, Mauricio Loss.

A operação de retirada do portão contou com um rebocador de navios, apoio da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e equipes do Dmae. O órgão segue monitorando e avaliando a retirada de outras comportas.

Correio do Povo

Sol predomina no RS neste domingo

 Dia começa frio na Campanha e na fronteira com o Uruguai


O sol aparece com nuvens na maior parte do Rio Grande do Sul neste domingo, mas em parte do estado o dia terá maior nebulosidade. A faixa Leste pode ter instabilidade isolada e passageira por um centro de baixa pressão na costa.

Não se descarta chuva localizada em pontos dos Aparados, Leste da Serra, Litoral e as lagoas e seu entorno.

O dia começa frio com as menores mínimas na Campanha e fronteira com o Uruguai, onde caem abaixo de 5ºC em algumas cidades. A tarde varia entre fria e amena, conforme a cidade.


Correio do Povo

Conheça Ebrahim Raisi, o presidente ultraconservador que lidera o Irã desde 2021

 Raisi está desaparecido neste domingo após um acidente de avião

Raisi está desaparecido neste domingo após um acidente de avião 

Sempre de turbante e veste religiosa preta, o presidente Ebrahim Raisi, cujo paradeiro era desconhecido neste domingo, lidera o Irã desde 2021, em um contexto de tensão internacional e protestos dentro do seu país.

Raisi, um aiatolá de 63 anos, é considerado um ultraconservador e defensor ferrenho da lei e da ordem. Buscas intensas tiveram início hoje para encontrar o helicóptero em que ele viajava, que sofreu um acidente, segundo autoridades e a imprensa oficial.

O presidente iraniano, que se apresentou como um defensor das classes menos favorecidas e do combate à corrupção, foi eleito em primeiro turno em 18 de junho de 2021, numa votação marcada por uma abstenção recorde e sem um rival de peso.

Raisi sucedeu o moderado Hassan Rouhani, que o havia derrotado nas eleições presidenciais de 2017 e que, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.

Raisi saiu fortalecido das legislativas de março, as primeiras eleições em nível nacional desde os protestos que eclodiram em 2022 após a morte de Mahsa Amini, presa por não respeitar o código de vestimenta do país.

O parlamento que tomará posse no próximo dia 27 será controlado em grande parte pelos setores conservadores e ultraconservadores que apoiam o governo de Raisi.

Adversário firme de Israel

Nos últimos meses, Raisi mostrou-se um adversário firme de Israel, apoiando o Hamas desde 7 de outubro, quando começou o conflito na Faixa de Gaza entre o Estado hebreu e o movimento islamita palestino.

No mês passado, o Irã lançou um ataque inédito a Israel, com 350 drones e mísseis, a maioria deles interceptados com a ajuda dos Estados Unidos e de outros países.

Raisi consta da lista americana de líderes iranianos sancionados por “cumplicidade em violações graves dos direitos humanos”, acusações que as autoridades de Teerã negam.

Nascido em novembro de 1960, na cidade sagrada de Mashad, Raisi foi nomeado procurador-geral de Karaj aos 20 anos de idade, após a vitória da Revolução Islâmica de 1979.

O presidente iraniano fez parte do sistema de justiça por mais de três décadas: foi procurador-geral de Teerã de 1989 a 1994 e chefe adjunto da Autoridade Judicial de 2004 a 2014, ano em que foi nomeado procurador-geral do país.

Em 2016, o líder supremo Ali Khamenei colocou Raisi à frente da poderosa fundação Astan Quds Razavi, que gerencia o santuário do Imã Reza em Mashhad, além de um grande patrimônio industrial e imobiliário.

Pouco carismático, Raisi frequentou as aulas de religião e jurisprudência islâmica do aiatolá Khamenei. Casado com Jamileh Alamolhoda, professora de ciência da educação na Universidade Shahid-Beheshti, em Teerã, com quem teve duas filhas, Raisi é genro de Ahmad Alamolhoda, imã da oração e representante provincial do líder supremo em Mashad, segunda maior cidade do país.

Durante a campanha eleitoral de 2021, Raisi prometeu defender a liberdade de expressão e os “direitos fundamentais de todos os cidadãos iranianos”.

AFP e Correio do Povo