Medição por satélite compara níveis de outubro de 2024, quando nível estava em 2,75 metros, com esta semana, com medição de 1,41 metro
O calor intenso dos últimos dias fez aumentar a área visível das recentes ilhas de areia no rio Guaíba, segundo o pesquisador Sérgio Volkmer, que analisa mapeamentos a partir de imagens do satélite Sentinel-2, do Programa Copernicus, da Agência Espacial Europeia (ESA), por meio da plataforma Soar. De acordo com ele, medições apontam que, desde outubro de 2024, quando o principal curso d’água de Porto Alegre estava em 2,75 metros, marcando um dos picos de medição depois das enchentes de maio, e o último dia 10 de fevereiro, com marca de 1,41 metro, o principal banco formado pelas históricas inundações do ano passado, junto a Ilha das Balseiras, no sentido oeste a partir do bairro Menino Deus, aumentou em 950 mil metros quadrados.
O número pode ser ainda maior, em razão da baixa mais considerável do nível. A área exposta é equivalente a 133 campos de futebol, considerando uma dimensão de 7,1 mil metros quadrados. Outras ilhas também apresentaram aumento, segundo as imagens do satélite. A Ilha do Chico Inglês, próximo à Estação Rodoviária, está mais exposta em 8,2 hectares, e na entrada do Canal do Humaitá, um hectare a mais. As extensões totais, de acordo com Volkmer, são mais difíceis de mensurar. Em novembro do ano passado, a área da principal “nova ilha” era de 25 hectares, similar à do Parque Chico Mendes, na zona Norte de Porto Alegre.
Apesar do assoreamento, como as ilhas estão longe de canais de navegação não há problemas para a navegação, conforme as autoridades portuárias. O nível do rio Guaíba, nesta quarta-feira, alcançou 1,38 metro devido às chuvas das horas anteriores, depois de ter descido a 1,24 metro na terça, auge da passada onda de calor e antes das precipitações. As áreas expostas agora não necessariamente são compostas somente de areia, como também de vegetação e juncos, surgindo acima da linha da superfície conforme o volume de chuvas e o nível da água.
Mesmo com as precipitações, os níveis dos rios Gravataí e dos Sinos, monitorados pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), continuavam com a captação suspensa para usos que não o abastecimento humano, devido a não terem atingido a metragem para tal. Conforme a medição da Sema, a marca do rio Gravataí na Estação de Tratamento de Água (ETA) Alvorada estava em 1,11 metro, reduzindo mais ainda em relação à marca da terça-feira.
No município de Gravataí, a régua do Passo dos Negros mediu apenas 36 centímetros de água, enquanto no Passo das Canoas, a aferição foi de 1,05 metro. A quarta-feira é o oitavo dia seguido de nível crítico no Gravataí. Já no rio dos Sinos, a cota da Corsan em Campo Bom atingiu 1,07 metro nesta quarta, aumento consistente sobre o dia anterior, enquanto em Novo Hamburgo, a Comusa aferiu 1,42 metro, queda de cerca de um centímetro por dia, e em São Leopoldo, a régua mediu 70 centímetros. A condição é de alerta pelo sétimo dia seguido.
Correio do Povo


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