Apesar das altas taxas de perdas e da eficácia das defesas ucranianas, a Força Aérea Russa continua utilizando drones e mísseis de longo alcance para manter seu poder aéreo.
A guerra na Ucrânia trouxe à tona um cenário aéreo inesperado, onde a superioridade numérica e tecnológica da Força Aérea Russa não conseguiu dominar os céus ucranianos como muitos previam. Desde o início do conflito, a Rússia tem enfrentado grandes desafios no ar, com perdas significativas de aeronaves e pilotos. No entanto, apesar das dificuldades, os ataques aéreos russos continuam, em grande parte devido a adaptações estratégicas que incluem o uso massivo de drones e munições de longo alcance.
Com o apoio de drones iranianos do modelo Shahed, a Rússia conseguiu aliviar o impacto das defesas aéreas ucranianas, que têm se mostrado bastante eficazes na derrubada de aviões russos. A aposta em drones, mais numerosos e menos sofisticados, visa sobrecarregar as capacidades defensivas da Ucrânia, permitindo que os ataques russos continuem sem comprometer ainda mais sua frota de aeronaves, que já sofre com o desgaste.
A escassez de mísseis de precisão mais avançados também forçou a Rússia a buscar alternativas. Armamentos menos sofisticados e antigos estão sendo empregados para manter a pressão sobre as defesas ucranianas. Alguns desses armamentos foram adquiridos da Coreia do Norte, o que reflete o esforço russo em garantir que suas operações aéreas não parem, mesmo com as restrições impostas pelo conflito prolongado.
A Força Aérea Russa, que conta com uma frota significativa de aeronaves da era soviética, está vendo essas máquinas envelhecerem rapidamente devido ao uso intenso e à manutenção precária. Isso tem levado a uma diminuição do número de operações em áreas contestadas, mas isso não significa que os russos estejam perdendo a guerra aérea. Pelo contrário, eles têm se adaptado à situação e encontrado formas de continuar lutando de maneira eficaz.
A estratégia russa tem sido preservar suas aeronaves mais avançadas, como os caças Su-35, limitando o número de missões em áreas onde as defesas ucranianas são mais fortes. Ao invés de arriscar esses aviões em combates diretos, a Rússia tem optado por usar mísseis de longo alcance, que podem ser disparados de fora do alcance dos sistemas antiaéreos ucranianos.
Um dos fatores que também está complicando a operação da Força Aérea Russa é a necessidade de redirecionar parte de seu pessoal para atuar como infantaria, uma medida tomada para reforçar as tropas no campo de batalha. Isso reduziu a capacidade operacional da força aérea em alguns momentos cruciais do conflito.
Apesar dos avanços ucranianos na defesa aérea, impulsionados pelo fornecimento de sistemas ocidentais, como os mísseis fornecidos pela OTAN, as forças russas têm conseguido destruir uma quantidade considerável desses sistemas com o uso de mísseis de longo alcance. A falta de reposição rápida desses equipamentos pelo Ocidente tem se tornado uma preocupação crescente para Kiev.
Enquanto a Ucrânia se prepara para receber caças F-16 fornecidos por nações ocidentais, há dúvidas sobre a capacidade dos pilotos ucranianos de operarem essas aeronaves com eficácia imediata. A Rússia, por sua vez, continua apostando na durabilidade de sua estratégia de guerra de atrito, na qual a destruição gradual das defesas ucranianas deve, em sua visão, enfraquecer Kiev com o tempo.
Com uma base industrial de defesa que superou as expectativas, a Rússia continua a produzir e reabastecer suas forças de maneira consistente. Isso contrasta com as dificuldades que a indústria de defesa ocidental tem enfrentado para acompanhar o ritmo das necessidades ucranianas.
A guerra aérea na Ucrânia, longe de estar decidida, parece estar se tornando cada vez mais uma questão de resistência e adaptação. A Rússia, apesar de suas perdas, continua a se manter relevante nos céus, enquanto a Ucrânia luta para manter suas defesas em pé diante de um inimigo que se adapta constantemente às adversidades.
Com informações de: Nationalinterest
Revista Soeidade Militar
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