Evento se estende até o dia 1º de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio
Às 8h deste sábado, 24, os portões do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, serão abertos para a realização da 47ª Expointer, uma das mais importantes feiras da agropecuária da América do Sul. O evento tem encerramento previsto para o dia 1º de setembro.
A solenidade, junto ao portão 2 do parque, será acompanhada pelo secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, pela subsecretária do parque, Elizabeth Cirne-Lima, e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, além dos dirigentes das entidades copromotoras da feira. A programação inclui um café de cambona e apresentações junto ao palco, ao lado das esferas que caracterizam a paisagem do local.
Com o próprio escritório instalado no parque desde segunda-feira, Kuhn disse, na manhã desta sexta-feira, 23, estar confiante de que o visitante da Expointer ficará satisfeito com a estrutura e serviços preparados para a 47ª Expointer.
“A grande maioria dos serviços que estava para ser finalizada já está concluída. Vamos ter condições de receber nossos visitantes muito bem, com o parque mais bonito, revitalizado, uma estrutura muito boa dentro do que a gente esperava poder entregar”, afirmou o secretário, referindo-se às dúvidas surgidas sobre as condições do parque abrigar a feira, depois de a área permanecer mais de um mês submersa sob as águas do Rio do Sinos, com as enchentes ocorridas no outono.
Somente em meados de junho, o governador Eduardo Leite confirmou a realização da Expointer, dando início a uma corrida contra o tempo para conclusão das obras de recuperação e preparativos tradicionais do evento.
“A Expointer não quer bater recordes de publico e vendas, mas mostrar que, com toda a enchente que tivemos, é a casa de todos gaúchos. Aqui está nosso melhor produto, nossa genética, nosso trabalho e nossa resiliência", acrescentou o secretário.
Corrida para acertar os últimos detalhes
Nesta sexta-feira, o ambiente no parque era de muito movimento, mas, ao mesmo tempo, tranquilidade. Nas ruas que ficam tomadas por milhares de pessoas, prevaleciam os veículos, principalmente caminhonetes de estâncias e fazendas e de empresas e entidades com estandes ou casas institucionais no local.
Boa parte dos veículos, assim como pequenos caminhões, carregavam mobiliário para substituir peças destruídas pelas águas. Parte da área enfrentava falta de energia elétrica, mas isso não chegava a incomodar os que se dedicavam ao trabalho constante.
A inauguração do Hub Agro, espaço de inovação implantado pela Universidade Feevale e pela prefeitura de Esteio, por exemplo, foi realizada sob a luz da manhã chuvosa, que ingressava no saguão do prédio recém-construído por amplas vidraças.
Algumas centenas de metros mais adiante, no Boulevard, a rua das associações de produtores, os restaurantes estavam abertos, com mesas com serviço de coberta já disposto, à espera dos clientes, ainda poucos. O Restaurante da Associação Brasileira de Angus, por exemplo, iniciou o atendimento já na quinta-feira, 22, inclusive com apresentação de um trio de violonistas contratado no Paraná. Os artistas estão encarregados de levar maior animação ao ambiente que se torna bastante movimentado durante a Expointer.
Do outro lado da rua, Michele de Oliveira, gerente da loja Constanzia, sorvia chimarrão enquanto aguardava a chegada da clientela. O espaço de 60 m² encontrava-se perfeitamente organizado, com mercadorias lotando araras e prateleiras, tudo bem iluminado, limpo e com aroma agradável. Nada indicava que, há dois meses, mais de 1,5 metro de água dominava o ambiente. Marca de uma fábrica de roupas de couro de Três Coroas, a Constanzia participa da Expointer desde 2016. “É sempre surpreendente e gratificante. Temos clientes que vêm todos os anos”, afirma.
No galpão dos ovinos, o chimarrão também era consumido pelo cabanheiro Paulo Freitas, 24 anos, natural de Triunfo. Freitas chegou quinta-feira ao Parque de Exposições, responsável pela guarda e cuidados de sete ovelhas da Cabanha Três Coxilhas, de Porto Alegre.
À tarde, os animais seriam levados para a admissão zootécnica, para comprovar sua qualificação para participação em julgamentos. Nas três edições anteriores da Expointer, Freitas atuou cuidando de cavalos. “É minha primeira vez com ovelhas. A rotina é a mesma, comida e água. O trabalho é igual”, disse.
Correio do Povo
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