Cerimônia encerrou na tarde deste domingo, no Angelus Memorial e Crematório, onde também houve a cremação
Encerrou-se na tarde deste domingo, no Angelus Memorial e Crematório, em Porto Alegre, o velório da comissária de bordo Débora Soper Ávila, uma das 62 vítimas fatais da queda da aeronave da empresa Voepass, no último dia 9, em Vinhedo (SP). A cerimônia foi acompanhada por cerca de 300 pessoas, entre amigos, familiares, professores da escola de aviação onde Débora se formou, comandantes, aeronautas, colegas e representantes da empresa, segundo o irmão de Débora, Luigi Soper. A cremação ocorreu em seguida.
“Débora, de comissária, agora foi promovida para anjo”, disse Luigi. “Sempre no céu, mas nunca deixando de ser o nosso chão”. De acordo com ele, a cerimônia, iniciada às 6h30min, foi “linda e emocionante”. Formada em Recursos Humanos, ela tinha 28 anos de idade e trabalhava desde março de 2023 na Voepass. A jovem tinha histórico de aviadores na família, já que o avô paterno dela havia sido paraquedista do exército polonês durante a Segunda Guerra Mundial, e após o confronto, veio como refugiado ao Rio Grande do Sul.
Além dela, outros gaúchos que morreram na queda do avião, procedente de Cascavel (PR), foram André Armindo Michel, de 52 anos, natural de Campo Bom; Diogo Ávila, 42, nascido em Pelotas; e Daniela Schulz Fodra, 30 anos, de Santa Rosa. Daniela foi sepultada no Paraná junto ao marido, Hiales Carpine Fodra. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou na última sexta-feira que trata com a Voepass sobre as providências a serem adotadas para “garantir a normalidade das operações depois do acidente”.
O objetivo é intensificar o monitoramento na companhia, a fim de “manter a prestação do serviço da Voepass em condições adequadas”. Na última quinta-feira, um problema elétrico fez com que outro avião da empresa, procedente de Rio Verde (GO) e com destino em Guarulhos (SP), fizesse pouso técnico no aeroporto de Uberlândia (MG). A Anac afirmou que esta ocorrência não se trata de uma pane. A tragédia de Vinhedo foi a maior registrada no país desde 2007.
O Instituto-Médico Legal de São Paulo já identificou todas as 62 vítimas da queda da aeronave PS-VPB, modelo ATR 72-500. Segundo o meteorologista Humberto Barbosa, do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas, as condições meteorológicas no momento do voo eram “caóticas”. Conforme ele, a aeronave “enfrentou uma zona meteorológica crítica, por quase 10 minutos, entre 13h10min e 13h19min. Nesse período, a aeronave reduziu a velocidade e atravessou nuvens supercongeladas de até -40 °C”, disse.
Correio do Povo
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