domingo, 25 de agosto de 2024

Agroindústria temperada com inovação

 Em 2024, quando comemora 25 anos de existência, a Feira de Agricultura Familiar da Expointer bate recorde de empreendimentos no Parque de Exposições Assis Brasil e traz novidades em alimentos de produção artesanal

Casa do Sabor: Anélio, Raquel e Arlete Pellegrini 

Além de bater novo recorde no número de expositores, os 25 anos do Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF) na Expointer serão realçados por uma nova leva de produtos inovadores. Mais uma vez, a liderança de mulheres e jovens poderá ser vista em 341 dos 413 empreendimentos. O espaço terá representantes da agricultura familiar de 181 municípios gaúchos, com produtos artesanais diversos de origem vegetal e animal, artesanato, rural e indígena, orgânicos plantas e flores. Este ano, o pavilhão será palco para a estreia de 73 agroindústrias familiares.

As agroindústrias participantes da Expointer integram o Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural. A organização do pavilhão é conjunta, com uma comissão formada por SDR, Emater/RS-Ascar, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf/RS), Via Campesina e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Conheça a seguir algumas das novidades que poderão ser degustadas e compradas no pavilhão:

Geleias de queijo e bacon

Em sua 14 ª participação na Expointer, a Casa do Sabor vai incrementar seu portfólio de mais de 80 itens artesanais, que valorizam o sabor autêntico dos ingredientes sem uso aditivos artificiais. O empreendimento de Paraí, na Serra, é comandado pela engenheira de alimentos Raquel Pellegrini e pelos pais, Anélio e Arlete Pellegrini, com auxílio de outros familiares. As inovações deste ano são geleias de queijo, que promete sabor surpreendente de queijo com toque cítrico e levemente picante, e de bacon, combinando a intensidade do bacon e a doçura sutil da geleia.
“A inspiração para este produto veio da nossa paixão por geleias e do desejo de inovar em um segmento tão diversificado. Decidimos combinar ingredientes amados por todos e apresentá-los de uma maneira nova e deliciosa”, diz Raquel. A família acredita em mais um evento de sucesso. “Mesmo com os desafios que nosso Estado ainda enfrenta, a lealdade do público consumidor da agricultura familiar continua forte. Estamos confiantes de que eles estarão presentes no nosso pavilhão, aproveitando a oportunidade para descobrir e levar para casa o melhor que cada produtor preparou com tanto carinho e dedicação para este evento tão especial”, projeta Raquel.

Espumante da liberdade

Sítio Rosa do Vale: Miriam, Irani e Dandara Krindges Sítio Rosa do Vale: Miriam, Irani e Dandara Krindges | Foto: Arquivo pessoal / CP

O Sítio Rosa do Vale, de Poço das Antas, vai resgatar na Expointer a história da Revolta dos Búzios (1798-1799), também conhecida como Conjuração Baiana e Revolta dos Alfaiates, que mobilizou o povo negro na busca pelos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. A família Krindges criou um espumante sur lie, que mantém as leveduras dentro da garrafa mesmo após o término da segunda fermentação. A propriedade trabalha com fruticultura e produz vinhos e sucos, com a liderança do casal Miriam e Irani Krindges, a filha, Dandara, e a mãe de Irani, Maria.

A propriedade trabalha com afroturismo na propriedade e oferece o “Samba da Uva”, em que é feita a pisa da uva em uma roda de samba. O espumante a ser lançado na Expointer é único. “A gente fez a bebida a mão, são só 500 garrafas numeradas. O rótulo tem formato de búzio, traz o rosto dos líderes estampado, e a garrafa é envolvida em um jornal que conta sobre a revolta, com cópia de um dos manifestos com caligrafia e palavras originais e vai dentro de uma caixinha de madeira numerada, feita por um artesão de Poço das Antas. É uma bebida de guarda muito exclusiva”, garante Miriam, paulistana de nascimento e com ascendência baiana.

O espumante foi feito com a mesma base da champanhe, com corte das uvas Chardonnay e Pinot Noir. “Como eu queria um espumante rosé, a gente acrescentou Tannat”, diz Miriam. Por manter as leveduras dentro da garrafa, o espumante continuará em evolução até a última gota. “Beber é uma experiência única, da primeira à última taça com em sabor, aroma e cor diferentes”, explica.

Queijo com erva-mate

Laticínio Pipo: Natal Comin mostra novidades Laticínio Pipo: Natal Comin mostra novidades | Foto: Arquivo pessoal / CP

A agroindústria trabalha com a segunda geração da família e mantém o legado dos fundadores, Jorge e Joreci Comin. Além de Fernando, o negócio é gerenciado por Natal Comin (foto), Fernanda Manara e Jorge Comin Filho. O queijo com erva-mate se soma a uma linha de queijos tradicionais e temperados com salame, orégano, tomate seco, pimenta, alho e chimichurri, além de queijo ao vinho, queijo de coalho e ricota fresca. A novidade deste ano anima os produtores. “A expectativa de aceitação para a Expointer é das melhores possíveis, pois o produto está com um aroma espetacular”, diz Fernanda.

O renascimento do hidromel

Agroindústria Himmel Bier:  Douglas Jacó Sulzbach apresenta o hidromel Agroindústria Himmel Bier: Douglas Jacó Sulzbach apresenta o hidromel | Foto: Arquivo Pessoal / CP

A agroindústria Himmel Bier, de Estrela, vai lançar na Expointer deste ano sua versão para uma das bebidas alcoólicas mais antigas do mundo, o hidromel. “Apesar de ter perdido um pouco de sua popularidade ao longo dos séculos, o hidromel está vivenciando um renascimento nos últimos anos”, justifica Douglas Jacó Sulzbach, da Agroindústria Himmel Bier. Sulzbach conduz uma propriedade familiar no município de Estrela, que mantinha produção agrícola e leiteira, que virou cervejaria artesanal recentemente. “O hidromel veio numa ideia de diversificar a produção e otimizar nossa fábrica e entra como opção no nosso portfólio de produtos, onde o forte hoje é a cerveja”, explica.

A Himmel Bier oferece dois estilos da bebida, o Traditionell Suave e o Cyser Suave (bebida alcoólica mista). “O Cyser recebe essa classificação devido à legislação brasileira não permitir hidromel com teor alcoólico acima de 14% v/v e não permitir outra fonte de açúcar, a não ser o mel”, diz. O produto recebe o suco de seis espécies de maçãs. Já o Traditionell leva apenas mel. Sulzbach diz que as duas bebidas são fermentadas com leveduras específicas, água potável, nutriente e estabilizante.

Caldas de frutas nativas para drinques

PC’S Sobucki: Eli desenvolveu calda de butiá PC’S Sobucki: Eli desenvolveu calda de butiá | Foto: Arquivo pessoal / CP


Com uma tradição de 24 anos na produção de conservas e sucos naturais de diversos sabores, a agroindústria PC’S Sobucki vai lançar na Expointer um produto que dialoga com a terra gaúcha. O mais novo produto do empreendimento sediado em Sete de Setembro, na Região das Missões, é a Calda de Butiá para Drinks. Na propriedade de 3,5 hectares, a família cultiva frutas nativas e tradicionais, produzindo caldas para adoçar e aromatizar drinques. A novidade com butiá veio do pensamento de Eli. No processo de produção da polpa de butiá, refletiu como inovar no mercado e desenvolveu uma amostra da calda, logo aprovada pela família. “Motivados pelo entusiasmo, expandimos a ideia e desenvolvemos uma variedade de sabores para agradar a diferentes paladares”, afirma Eli.

Os empreendedores estão otimistas com a aceitação da novidade na feira. Eli sustenta que a inovação facilita o dia a dia, com caldas que oferecem sabores intensos e autênticos. “Nossas caldas são a inspiração ideal para criação de drinques memoráveis, além de serem uma solução prática e rápida para quem deseja preparar bebidas saborosas”, aposta Eli.

Correio do Povo

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