quarta-feira, 3 de julho de 2024

Após a enchente, bairro Lami ainda apresenta as marcas da destruição em Porto Alegre

 O movimento no bairro reduziu e prejudicou o comércio na região

Empreendedor do Lami enfrenta dificuldades para reabrir estabelecimento 

Dois meses após a enchente que devastou Porto Alegre, o bairro Lami, localizado no extremo Sul da Capital, ainda exibe as dolorosas marcas da destruição.

João Carlos Neves, de 69 anos, um morador e empresário local, expressa preocupação com o futuro da Orla, que ele conhece bem após 25 anos de comércio na área. Segundo ele, a reconstrução será um processo demorado. "Eu acredito na recuperação do Lami, mas reconstruir o calçadão vai levar tempo", pondera.

Neves recorda com saudade os tempos em que centenas de pessoas frequentavam a Orla do Lami. Ao longo dos anos, segundo ele, testemunhou uma significativa redução no movimento, e agora, depois da enchente a situação está pior. "Aqui está uma cidade fantasma, não passa nem cachorro à noite”.

Além dos danos materiais, Neves enfrenta desafios com a escassez de mão de obra para reconstruir seu estabelecimento e as casas que aluga. Ele revela que seus inquilinos abandonaram as residências depois da enchente e que perdeu o contato com muitos. Assim como seus vizinhos que estão deixando o bairro e colocando as casas para vender.

O empresário espera restaurar suas propriedades danificadas em breve para poder alugá-las novamente, mas reconhece a incerteza sobre a disposição das pessoas em retornar ao local. "Depois de arrumar e pintar vou poder alugar. Mas o problema é alguém querer ficar aqui. Aqui do lado não voltaram mais, outra foi embora e diz que vai ficar com a casa só para o verão”.

“Eu achei que nunca iria ver uma coisa dessas, mas aconteceu uma vez e aconteceu de novo, logo em seguida. Vai acontecer de novo. Na primeira a água entrou até a canela, dessa vez entrou 1,20 metros”, disse chocado com a repetição dos eventos catastróficos. Ele ainda não calculou os prejuízos totais, mas descreve os estragos como perdas significativas. "Tem as camas, os colchões, as geladeiras, nada disso se aproveita. Eu tinha 800 copos de vidro aqui, só sobrou oito”, disse.



Correio do Povo

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