segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Lagoa do Peixe retoma pesca de camarão quase um ano após seca histórica

 Conforme pescadores locais, maioria dos camarões ainda estão pequenos e que a reta final da safra promete ser melhor

Em Tavares, o pescador Gilmar Brum, o Alemão, prepara as redes para mais um dia de pesca de camarão na Lagoa do Peixe 

Em fevereiro de 2023, a Lagoa do Peixe passou por um de seus momentos mais marcantes, com uma seca histórica que, além de transformar a realidade do espaço, também resultou na morte de muitos animais que vivem na região. Passados quase um ano, marcado por chuvas volumosas em todo o Rio Grande do Sul, a lagoa voltou a encher e permitiu a retomada da pesca de camarão, uma das principais fontes de renda dos pescadores de Mostardas e Tavares, no litoral gaúcho.

De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores Z11, Jair Lucrécio, a lagoa segue se recuperando aos poucos. "Ela é baixa, mas está se mantendo bem. Não morreu camarão nenhum. Só que ainda tem pouco, por conta da seca do ano passado. Mas lá por março ou abril, no final da safra, vai ter muito camarão, pois ainda tem muito miúdo na lagoa", destacou o presidente da colônia, que conta com mais de 200 pescadores de Mostardas e Tavares.

Um destes pescadores é Gilmar Copelo Brum, o Alemão. Ele conta que a água subiu bastante nos últimos meses, mas que os camarões ainda são pequenos. De 15kg pescados em média, ele tira 1kg do tipo pistola, que pode chegar a 15cm. E média, os camarões estão com 8cm de comprimento. "A safra está boa, mas não está 100%. Estamos pescando cerca de meio quilo de camarão por rede que a gente joga, mas está dando para vender. Acredito que para o final do verão vai melhorar bastante a produção", avaliou o pescador.

Alemão conta que vai todos os dias no início da manhã para a ponta sul da Lagoa do Peixe retirar as 30 redes de camarão jogadas no dia anterior. Neste ano, a safra foi retomada no dia 15 de janeiro de 2023. "No ano passado, se não fosse a seca, seria uma super safra. Mas aqui (na ponta sul da lagoa) estava tudo torrado. Não tinha uma gota de água", lamentou Gilmar.


Dois anos de secas históricas

A Lagoa do Peixe sofreu por dois anos seguidos com secas histórica. Em 2022, cerca de 50% da água secou. Já em 2023, foram mais de 90% de estiagem na lagoa. Recentemente, o Instituto Chico Mendes de Conservação de Bio diversidade (ICMBio), que administra o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, destacou um esforço conjunto para lidar com situações críticas e buscar soluções para minimizar os danos da seca. "O Parque conta com o apoio de universidades e dos Centros de Pesquisa do próprio ICMBio para desenvolver ações efetivas voltadas a possíveis emergências ambientais. Além disso, foi criado um grupo de trabalho para definir critérios técnicos, buscando amenizar os efeitos de uma futura estiagem", citou em nota.

Correio do Povo

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