terça-feira, 10 de outubro de 2023

Compras da MindLab pela Smed não contaram com concorrência e partiram de indicação

 Confirmação foi feita pela ex-servidora Michele Acosta em oitiva das CPIS da Educação

A servidora Michele Acosta, coordenava a equipe pedagógica da Capital durante a gestão da secretária Sônia Maria Oliveira da Rosa 

Enquanto a Polícia Civil e o Ministério Público deflagravam uma operação na Secretaria de Educação de Porto Alegre para investigar irregularidades na aquisição de materiais, as CPIs da Educação, da Câmara de Porto Alegre, realizavam mais uma oitiva das comissões criadas com o mesmo objetivo. Em sessão, a ex-servidora do município Michele Acosta, que coordenava a equipe pedagógica na Capital durante a gestão da secretária Sônia Maria Oliveira da Rosa, confirmou que a compra dos materiais da empresa MindLab do Brasil Comércio de Livros partiu de uma sugestão de outra servidora, da equipe de administração, e não teve concorrência. 

A servidora alegou que, apesar de não haver registros das reuniões em que o material foi debatido e estudado, a aquisição foi feita porque a "metodologia que empresa MindLab potencializa que o programa (de ensino da Smed) tenha um efetivo sucesso", além de que nenhum outro material oferecia o que a empresa propunha. A obtenção também não passou por indicação do Conselho de Educação. 

Questionada o porquê os kits ficaram meses armazenados e sem utilização, Michele alegou que o problema, neste caso, foi do departamento de logística – portanto, não ficariam sob sua alçada. 

Michele atuava na coordenação das equipes que avaliavam a eficiência pedagógica de possíveis materiais a serem adquiridos. A servidora não atribuiu nome as escolhas do material da MindLab, afirmando que teriam sido feitas "pelo corpo técnico". Ela negou quaisquer relações com políticos e disse não saber de nenhuma pressão para compra de determinadas empresas. 

A sessão,  comandada pela vereadora Mari Pimentel (Novo), que lidera a comissão de "oposição", contou com poucos momentos de ânimos aflorados, ainda que o líder do governo e presidente da outra CPI, Idenir Cecchim, tenha ficado incomodado com os questionamentos da colega. Cecchim acusou Mari de induzir as respostas da servidora, acusou-a de forçar a venda de materiais por parte de amigos próximos a Smed e afirmou que ela "irá pagar muito caro por isso".  Disse, também, que ela está sendo auditada.

Correio do Povo

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