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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Velório de Pelé é marcado por lágrimas e homenagens de fãs anônimos e autoridades internacionais

 Como desejou em vida, Rei do Futebol está sendo velado na Vila Belmiro



Milhares de pessoas compareceram, nesta segunda-feira, ao velório de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que é realizado no Estádio Urbano Caldeira, na Vila Belmiro, em Santos. Muitas delas aproveitaram a oportunidade de dar um último adeus ao ídolo trazendo, nas mãos ou no próprio corpo, lembranças do Rei do Futebol.

O aposentado Célio Pegoraro morava em Cascavel (PR) quando o filho e a nora (que era conhecida de Edinho, filho de Pelé) conseguiram o autógrafo do Atleta do Século em uma camisa. Há quatro anos morando em Santos, Célio foi com a relíquia ao funeral.

"Ganhei a camisa de presente de aniversário, fiquei muito feliz. O Pelé representa tudo para mim, em termos de futebol. Comecei a torcer pelo Santos nos anos 1960 graças ao Pelé. O pessoal da escola só falava em Pelé, Coutinho, Pepe, todo aquele esquadrão. Essa camisa vou guardar até o resto dos meus dias. Usei muito pouco, mas não teria uma data melhor para usar do que hoje", disse o aposentado à Agência Brasil.

O professor de Educação Física Fábio Bianco trouxe consigo de São Paulo, onde mora, um exemplar do jornal Folha de São Paulo, de 20 de novembro de 1969, alusivo ao milésimo gol de Pelé, anotado um dia antes, contra o Vasco, no Maracanã, no Rio de Janeiro. A publicação traz estatísticas e fotos do Rei do Futebol nos gramados e também com a família.

"Eu tinha um acervo sobre futebol e sempre ia ao centro de São Paulo fazer uma espécie de garimpagem. Achei essa raridade em 2001 ou 2002. Não estava em um estado muito bom, porque não estava guardada com plástico, então tem muita marca de traça, mas a matéria está completa. É uma raridade de aproximadamente 53 anos, com oito a dez páginas. Ela não pertence só a mim, mas a todos nós, pois, assim como o Pelé, é um patrimônio do povo brasileiro", destacou Bianco, que também é guia de turismo.

Estádios com nome de Pelé pelo mundo

Gianni Infantino, presidente da Fifa, foi à Vila Belmiro, em Santos, para se despedir do Rei do Futebol. Antes de entrar no estádio, o dirigente afirmou que fará um pedido para que todos os países-membros da entidade prestem homenagens a Pelé e nomeiem ao menos um estádio com o nome do ex-jogador. 

"Como Fifa, vamos homenagear o Rei, e pedimos para que o mundo inteiro respeite um minuto de silêncio. Vamos pedir para que todos os países tenham pelo menos um estádio com o nome de Pelé, para que as crianças saibam a importância dele", afirmou para a imprensa no portão de entrada.

Além de Infantino, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, foram ao estádio do Peixe. Rodrigues relembrou a primeira vez que viu o maior atleta do século em campo.

O ex-jogador Clodoaldo Tavares Santana, campeão mundial pela seleção brasileira ao lado de Pelé em 1970, foi um dos antigos companheiros a marcar presença no velório do Rei do Futebol. O ex-volante, de 73 anos, lamentou a morte do amigo, mas agradeceu por ter tido a oportunidade de atuar ao lado dele, vestindo tanto a camisa do Brasil como a do Santos, por quase dez anos.

"A gente se despedir do nosso Rei Pelé é sofrido, mas tem a lembrança de tudo que ele deixou como legado. Sempre tive alegria de conviver, então só tenho a agradecer, por tudo que ele representou ao futebol do Brasil e do mundo", disse Clodoaldo, que ainda recordou a convivência com o Rei do Futebol.

O velório

O corpo de Pelé foi transportado do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, à Vila Belmiro durante a madrugada desta segunda. O caixão está no centro do gramado do estádio. O acesso do público ao velório, que teve início às 10h (horário de Brasília), acontece pelos portões 2 e 3 (Rua Dom Pedro), enquanto o de autoridades se dá pelos portões 10 e 15 (Rua Princesa Isabel).

Foram erguidas duas tendas no gramado. Uma delas, onde está o caixão, é destinada a familiares, ídolos históricos do Santos e convidados. A outra é voltada a demais autoridades. O público caminha por um tablado, passando à esquerda da primeira tenda, em fila indiana.

Após o velório, que termina às 10h de terça-feira, será realizado um cortejo pelas ruas de Santos, que passará pela Avenida Coronel Joaquim Montenegro (Canal 6), onde vive a mãe de Pelé, Celeste Arantes. De lá, o corpo será levado ao Memorial Necrópole Ecumênica, para sepultamento às 12h, em cerimônia restrita a familiares.

Agência Brasil e Correio do Povo

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