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quarta-feira, 8 de junho de 2022

Paládio - História virtual

 Aparência branco prateado metálico


Cristal de paládio

 O paládio é um elemento químico de símbolo Pd e de número atómico igual a 46 (46 prótons e 46 elétrons). À temperatura ambiente, o paládio encontra-se no estado sólido

  1. Características principais

    O paládio é um metal branco prateado parecido com a platina, não se oxida com o ar, e é o elemento do grupo da platina de menor densidade e menor ponto de fusão. É macio e dúctil quando aquecido, aumentando consideravelmente sua dureza e resistência quando trabalhado a frio. Pode dissolver-se em ácido sulfúrico, H2SO4, e em ácido nítrico, HNO3. Também pode ser dissolvido, mesmo que lentamente, em ácido clorídrico (HCl) em presença de cloro ou oxigênio.

    O Paládio é utilizado frequentemente na odontologia.

    Este elemento pode absorver grandes quantidades de hidrogênio molecular, H2, à temperatura ambiente (até 900 vezes de seu volume), o que é usado para purificá-lo. Acredita-se que o processo forme Pd2H.

    Os estados de oxidação mais comuns do paládio são +2 e +4 e sua massa atômica de 106,4.

    Aplicações

    Aplica-se na indústria elétrica, na fabricação de contatos em sistemas eletromecânicos, como por exemplo relés. Na indústria química e farmacêutica usa-se como catalisador de reações de hidrogenação e na indústria petrolífera, o paládio é importante na catálise de fracções de petróleo destilado. O elemento também se aplica em algumas ligas metálicas usadas em medicina dentária ou odontologia. Em joalheria, o paládio é endurecido com uma pequena fracção de rutênio ou ródio, ou pode ser usado como descolorizante do ouro, dando origem ao chamado "ouro branco".

    História

    William Hyde Wollaston registrou a descoberta de um novo metal nobre em julho de 1802 em seu caderno de laboratório e o nomeou paládio em agosto do mesmo ano. Wollaston purificou o suficiente do material e o ofereceu, sem o ter nomeado, em uma pequena loja do Soho em abril de 1803. Após uma crítica dura de Richard Chenevix de que o paládio seria uma liga de platina e mercúrio, Wollaston ofereceu uma recompensa anônima de 20 libra esterlinas por 20 grão da "liga" de paládio sintético.[1] Chenevix recebeu a Medalha Copley em 1803 após publicar seus experimentos com o paládio. Wollaston publicou a descoberta do ródio em 1804 e menciona parte de seu trabalho com o paládio.[2][3] Ele revelou que era o descobridor do paládio em uma publicação de 1805.[1][4]

    O elemento foi nomeado por Wollaston em 1802 em homenagem ao asteróide 2 Pallas, que havia sido descoberto dois meses antes.[5] Wollaston encontrou o paládio em um minério de platina bruto da América do sul, pela dissolução do minério em água régia e neutralizando a solução com hidróxido de sódio. Ele precipitou a platina como hexacloroplatinato de amônia após adicionar cloreto de amônia. Ele então adicionou cianeto de mercúrio para formar o composto cianeto de paládio, que foi aquecido para extrair o metal.[2]

    O cloreto de paládio já foi prescrito como um tratamento para a tuberculose a uma concentração de 0,065 g por dia (aproximadamente um miligrama por quilo do corpo). Este tratamento tinha muitos efeitos adversos e foi posteriormente substituído por drogas mais eficientes.[6]

    Por volta do ano 2000, o suprimento russo de paládio para o mercado global foi repetidamente atrasado e interrompido[7] porque a cota de exportação não era garantida na época, por razões políticas. O subsequente pânico do mercado levou o preço a aumentar até o valor recorde de $1100 por troy ounce em janeiro de 2001.[8] Por volta desta época, a Ford Motor Company, temendo uma interrupção na produção de veículos devido a falta do paládio, armazenou grandes quantidades do metal adquiridos ao preço máximo. Quando os preços caíram no início de 2001, a Ford perdeu quase um bilhão de dólares.[9] A demanda mundial pelo elemento aumentou de 100 toneladas em 1990 para quase 300 toneladas em 2000. A produção global de paládio a partir de minas era de 222 toneladas em 2006 de acordo com o United States Geological Survey.[10] A maior parte do paládio é usada em conversores catalíticos na indústria automobilística.[11] Atualmente o preço do paládio já atingiu um preço record de $1800 por troy ounce em Outubro de 2019, tornando-se o material precioso mais caro do grupo dos 4 metais mais preciosos.[12]

    Na atualidade, existem preocupações sobre o suprimento contínuo de paládio devido aos conflitos na Ucrânia, em função de eventuais sanções que a Rússia poderia sofrer que reduziria a exportação do elemento levando a um déficit no mercado mundial.[13]

    Na ficção

    No filme Homem de Ferro o paládio é o metal usado por Tony Stark para manter fragmentos de metal longe de seu coração, após um ataque sofrido por terroristas, acompanhado de um eletroímã em seu peito. O paládio é o componente central do reator Arc, uma pequena estrutura que agia como fonte de energia para o eletroímã e para as armaduras do Homem de Ferro. No filme Homem de Ferro 2 Stark substituiu o paládio por um novo elemento químico sintetizado por ele, para evitar a intoxicação gerada pelo paládio em seu corpo.

    Cloreto de Paladio

    Cloreto de paládio (II), ou cloreto paladioso, também conhecido como dicloreto de paládio, é o composto químico com a fórmula PdCl2. PdCl2 é um material comum de partida para a química do paládio - catálises baseadas em paládio são de particular valor em síntese orgânica. É preparado pela cloração do paládio.

    Compostos

    Referências


  2. Usselman, Melvyn (1978). «The Wollaston/Chenevix controversy over the elemental nature of palladium: A curious episode in the history of chemistry». Annals of Science. 35 (6): 551–579. doi:10.1080/00033797800200431

  3. Griffith, W. P. (2003). «Rhodium and Palladium – Events Surrounding Its Discovery». Platinum Metals Review. 47 (4): 175–183

  4. Wollaston, W. H. (1804). «On a New Metal, Found in Crude Platina». Philosophical Transactions of the Royal Society of London. 94: 419–430. doi:10.1098/rstl.1804.0019

  5. Wollaston, W. H. (1805). «On the Discovery of Palladium; With Observations on Other Substances Found with Platina». Philosophical Transactions of the Royal Society of London. 95: 316–330. doi:10.1098/rstl.1805.0024

  6. Hammond, C. R. (2004). «The Elements». Handbook of Chemistry and Physics 81st ed. [S.l.]: CRC press. ISBN 0-8493-0485-7

  7. Garrett, Christine E.; Prasad, Kapa (2004). «The Art of Meeting Palladium Specifications in Active Pharmaceutical Ingredients Produced by Pd-Catalyzed Reactions». Advanced Synthesis & Catalysis. 346 (8): 889–900. doi:10.1002/adsc.200404071

  8. Williamson, Alan. «Russian PGM Stocks» (PDF). The LBMA Precious Metals Conference 2003. The London Bullion Market Association. Consultado em 2 de outubro de 2010

  9. «Historical Palladium Prices and Price Chart». InvestmentMine. Consultado em 27 de janeiro de 2015

  10. «Ford fears first loss in a decade». BBC News. 16 de janeiro de 2002. Consultado em 19 de setembro de 2008

  11. United States Geological Survey, ed. (Janeiro 2007). «Platinum-Group Metals» (PDF). Mineral Commodity Summaries

  12. Kielhorn, Janet; Melber, Christine; Keller, Detlef; Mangelsdorf, Inge (2002). «Palladium – A review of exposure and effects to human health». International Journal of Hygiene and Environmental Health. 205 (6). pp. 417–32. PMID 12455264. doi:10.1078/1438-4639-00180

  13. van der Walt/Pakiam, Eddie / Ranjeetha (28 de Outubro de 2019). «Why Palladium is suddenly the most precious metal». Blomberg. Consultado em 30 de Outubro de 2019

  14. «Why A Palladium Fund Has Launched In South Africa». Investing.com

 

Wikipédia

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