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quarta-feira, 27 de abril de 2022

Veja detalhes de como será a requalificação de nove ruas do Centro Histórico de Porto Alegre

 Canteiro de obras será montado nesta quinta-feira na Av. Borges de Medeiros e trabalhos iniciam na sexta



Um grande projeto de revitalização e reurbanização de parte do Centro Histórico de Porto Alegre começa a tomar forma. Nove ruas do chamado Quadrilátero Central vão receber obras, dentro do projeto Centro+, que incluem ampliação de calçadas, qualificação de travessias, redução de barreiras de acessibilidade, melhorias na pavimentação e iluminação pública, ampliação do videomonitoramento e novas redes de abastecimento de água, por meio do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).

Nesta quinta-feira, o prefeito Sebastião Melo assina a ordem de início das obras, que começam em si na sexta e têm previsão de encerramento para daqui a 18 meses. Ao todo, serão R$ 16 milhões em investimentos tomados a partir de um financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) destinado ao programa Orla POA. O projeto executivo foi elaborado pela ENCOP Engenharia e as ruas que recebem as intervenções são General Vitorino, Dr. Flores, Vigário José Inácio, Marechal Floriano, Andradas, Otávio Rocha, Voluntários da Pátria e Borges de Medeiros – nesta última ficará o canteiro de obras. A montagem dele durará em torno de 30 dias.

O secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE), Urbano Schmitt, a arquiteta da SMPAE, Isabel Haifuch, e o diretor-presidente do Dmae, Alexandre Garcia, estiveram ontem no Correio do Povo. Eles apresentaram com exclusividade ao presidente Sidney Costa, o diretor comercial João Müller, além dos diretores da Rádio Guaíba, Jefferson Torres e Guilherme Baumhardt, como será a execução dos trabalhos, que têm o objetivo de qualificar os espaços urbanos, privilegiar a circulação de pedestres e preservar o caráter histórico da região do Centro Histórico.

Nela, segundo eles, circulam cerca de 300 mil pessoas todos os dias. A intenção é que o projeto de requalificação, feito com o apoio de diversas secretarias, não abra mão da modernidade e permita a continuidade da circulação habitual, bem como o funcionamento do comércio e serviços. “Este é um projeto fechado e já trabalhado há muitos anos, e desejado há décadas, mas que nunca era possível. É uma obra muito complexa e que mexe com a vida das pessoas. Sabemos o impacto e vamos ter uma cidade diferente depois disto”, salientou Schmitt.


Durante os trabalhos em si, haverá mudanças desde a circulação de veículos em geral, inclusive em vias próximas, em razão dos desvios necessários, até o recolhimento de lixo. A Administração projeta haver mais de uma frente de obras ao mesmo tempo. Primeiro, o Dmae executará sua parte, trocando as atuais tubulações de ferro fundido, instaladas nos anos 1970, por redes de polietileno de alta densidade (PEAD), considerado mais leve e flexível. Ao todo, conforme o órgão, 4,5 km de tubulação serão substituídos. Depois, haverá a intervenção no chamado leito carroçável – junção da pista e acostamentos.

Depois da substituição dos canos, é preciso limpá-los. Por isso, o Dmae alerta que eventuais vazamentos ou desperdícios nestes pontos percebidos pelos moradores deverão ser tratados com parcimônia, pois podem ser reflexos desta limpeza. Outra dificuldade do projeto é que, no subterrâneo de algumas ruas há fiações de telefonia, energia elétrica, fibra óptica, além das redes de água, esgoto e drenagem. Por isso, a Administração trata da possibilidade de interrupção momentânea de alguns serviços enquanto acontecem as modificações.

Duas das ruas serão revitalizadas, e sete, urbanizadas. No aspecto técnico, há poucas diferenças entre ambos os projetos, mas é mais fácil compreender quando se analisa as obras que cada via receberá: a Andradas e a Uruguai, por exemplo, terão a reforma completa do calçadão de pedestres, e a Andradas, em especial, terá os paralelepípedos retirados e o desenho original recomposto. Já a urbanização nas demais vias priorizará a troca dos pavimentos existentes hoje nas ruas, bem como modificações nos passeios públicos.

Todo o projeto gira em torno da valorização de quem anda a pé pelo Centro. “A ideia é que o Centro se torne aprazível. Em alguns pontos, o veículo poderá passar, mas o pedestre também tem o conforto de transitar por ali em segurança”, diz Isabel. Algumas vias, como a mesma Andradas, junto à Praça da Alfândega, e a Vigário José Inácio, terão a calçada e a rua em níveis iguais. O passeio público, nestes casos, será em concreto, e a rua, de blocos de concreto. Na Otávio Rocha, as tradicionais bancas de jornais serão retiradas provisoriamente e recolocadas ao final. A Esquina Democrática, na Andradas com a Borges, também será requalificada.

O caráter social é mais um aspecto levado em consideração no grande projeto que envolve o Quadrilátero Central. A Prefeitura afirma que dialogou com diversos setores da sociedade, e conversa com os vendedores ambulantes sobre o projeto desde, pelo menos, novembro de 2021. Os informais serão realocados a outros pontos da mesma forma como foi feito no Largo Glênio Peres, no começo deste ano, e oferece ações como acesso a microcrédito, possibilidade de ocupação de salas no Centro POP, entre outras medidas. Ao todo, 225 pessoas já foram incluídas no banco de dados da Administração.

O Quadrilátero Central é uma das primeiras áreas de ocupação de Porto Alegre e seu entorno é o ponto de maior circulação da Capital, conforme a Prefeitura. As intervenções, deixaram claro os representantes do Executivo, não vão acontecer em todas as vias ao mesmo tempo, mas uma ou duas por vez, para não prejudicar os estabelecimentos presentes nelas, nem seus moradores.







Correio do Povo

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