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quarta-feira, 27 de abril de 2022

Audiência pública debate falta de infraestrutura no bairro Aberta dos Morros

 Ausência saneamento, irregularidade fundiária e de energia são problemas enfrentados por parte dos moradores


Uso de fossas, adversidades na distribuição de luz e situação irregular sobre a posse da área ocupada são problemas enfrentados por moradores das ruas Omar Pereira, Sete Povos e Acesso 7 no bairro Aberta dos Morros, zona Sul de Porto Alegre. Eles foram tema da audiência pública que aconteceu terça-feira de noite na comunidade. A proposição  foi do vereador Alvoni Medina, que  reuniu lideranças e  integrantes da comunidade para encontrar formas de resolver os apuros vividos pela população local. 

Medina explicou que essa demanda partiu da comunidade, que o procurou via representação comunitária. “Eu estive aqui durante o dia, caminhei pelas ruas e vi os detritos escoando pelas ruas”, descreveu. Além disso, Medina entende que a questão da energia elétrica coloca em risco a população. “Precisa ser organizada para que cada um pague a sua conta e regularize a forma de abastecimento a fim de evitar acidentes ou incêndios de maior proporção”,relatou. A regularização fundiária também é um ponto importante, já que muitos não têm posse do local  ocupado. “Boa parte dos moradores já estão regulamentando a sua situação por meio de uma empresa privada, medida que deve ser adotada pelos demais”, disse.

O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE), Alexandre Garcia, ressaltou que a falta de saneamento é uma realidade porque  essa é uma área de ocupação desordenada, o que significa que as pessoas foram morar no espaço antes de ser urbanizado e passar pelo processo de regularização fundiária. “Eles vivem numa situação de irregularidade perante o município e a lei, não foi um loteamento planejado e agora precisa correr atrás para se tornar legal e depois agir e levar essa infraestrutura”, salientou. Garcia enfatizou que o local não tem pavimentação e tem vias com areia, o que inviabiliza o sistema de drenagem por tubulação, já que o volume de areia causaria o entupimento dos canos e,  consequentemente, um transtorno maior do que o atual. “O sistema que funcionaria seria de escoamento por declive, o que necessitaria de uma via pavimentada e isso não tem no local”, explicou. O gestor ainda  realçou que o esgotamento sanitário precisa de um mínimo de estrutura para oferecer melhorias para essa população.

O líder comunitário da comunidade Costa da Gama, Jader Porto, afirmou que a comunidade está há mais de 20 anos sem saneamento básico. Além disso,  reforçou que  os postes de luz foram instalados há dois anos, mas que não atingem todos os moradores da região, cerca de 900 pessoas. “O Acesso Quatro não tem nenhum poste de luz”, destacou. Porto ainda acrescentou que em torno de 50 famílias não pagam a conta de luz,  situação que os moradores querem padronizar”, disse, mencionando  que várias vezes buscou apoio junto ao poder público, mas que não houve êxito.

A cuidadora Laura Cristina Henrique foi a primeira moradora da rua Omar Pereira. Ela reiterou que o saneamento precisa melhorar,  mas assinalou que já foi pior. “ Vemos as fezes nas ruas pela falta de saneamento, situação que piora quando chove”, contou, somando a falta de luz também se torna um problema maior em dias de precipitação.

O vereador Alvoni Medina disse que esse primeiro passo foi promover esse encontro para que se inicie de forma conjunta e regular as melhorias solicitadas pelos moradores da região. 


Correio do Povo

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