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quarta-feira, 23 de março de 2022

Capitão gaúcha do Exército é uma das pioneiras em missão humanitária da ONU no Sudão do Sul

 Com 38 anos, Adriana Hartmann é professora de Matemática e natural de Santo Cristo, na região Noroeste do Estado


capitão do Exército Adriana Hartmann, do Colégio Militar de Porto Alegre, embarca na noite desta terça-feira para uma missão de um ano no Sudão do Sul, país da África Subsaariana. Com 38 anos, ela faz parte do primeiro grupo de mulheres do Exército Brasileiro a participar de missões individuais apoiadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). De malas quase prontas, no apartamento em que mora sozinha, no bairro São Geraldo, Adriana contou à reportagem como está a expectativa para ser uma das pioneiras neste tipo de trabalho no Exterior.

“Para mim, é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, e uma forma de eu aplicar conhecimentos adquiridos ao longo de minha carreira militar, bem como ajudar pessoas que tanto precisam do nosso auxílio”, disse ela, que é professora de Matemática e natural de Santo Cristo, na região Noroeste do Estado. Adriana conta que ingressou no Exército como tenente temporária em 2006, servindo no Colégio Militar de Santa Maria. Depois, foi aprovada na Escola de Administração do Exército, atual Escola de Formação Complementar do Exército, em Salvador, onde ficou por um ano. Passou ainda pelo Colégio Militar de Brasília e por último, Porto Alegre.

O Sudão do Sul tem um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos do mundo e vive um clima de convulsão política e social, o que poderá significar dificuldades para a missão. A capitão acredita, porém, poder realizá-la da melhor maneira, já que sua função no país será como observadora militar, junto a outros três brasileiros. “Vou relatar o que estou vendo para a ONU, para que ela, por intermédio de suas agências de ajuda humanitária, possa intervir. Meu papel será conversar, basicamente, com mulheres e crianças, para saber da realidade delas. No Exército, somos bastante estimulados a trabalhar autoconfiança, comunicabilidade e liderança”, diz ela.

Adriana ainda se diz “encantada” pela possibilidade da troca de experiências. “Realmente estou muito feliz de desenvolver esse papel, de poder conversar com mulheres, de conhecer realidades diferentes. Vou encontrar também pessoas do mundo inteiro trabalhando em prol do mesmo objetivo. Acho que vai ser uma experiência muito enriquecedora. É um orgulho representar o Exército e o Quadro Complementar de Oficiais (QCO)”, comentou ela, com um sorriso radiante no rosto. A ideia da ONU é ampliar a participação feminina entre os observadores, especialmente em uma região do planeta que sofre com diferentes formas de abusos contra as mulheres.

A chegada de Adriana a Juba, capital do Sudão do Sul, está prevista para a próxima quinta-feira à tarde. Do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, ela faz conexões em Guarulhos, depois Doha, no Catar, Nairóbi, no Quênia, e dali para a nação onde vai se estabelecer. Por lá, ela vai substituir um militar brasileiro, e quando retornar, outra integrante do Comando Militar do Sul (CMS) deverá permanecer em seu lugar: a major Juliana Bertol, atualmente assessora jurídica no quartel-general do Comando. Sem filhos, o companheiro atual de Adriana no apartamento é o vira-lata Spike, que ficará aos cuidados da mãe dela, Vera Maria Hartmann. Durante a missão, a militar pretende manter um diário sempre por perto, para registrar suas impressões e poder compartilhá-las ao final de tudo.

Adriana ingressou no Exército como tenente temporária em 2006 / Foto: Matheus Piccini


Correio do Povo

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