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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Vice-presidente do Facebook admite que deve "fazer mais" contra a desinformação

 Nick Clegg insistiu, porém, que a empresa dedicou "recursos importantes" para melhorar a situação



"Devemos fazer mais" contra a desinformação em países considerados "em risco", admitiu nesta terça-feira o vice-presidente do Facebook Nick Clegg, após a tempestade desencadeada por uma série de revelações que indicam que a empresa não está dedicando recursos suficientes para conter este problema.

Os "Facebook Papers" – milhares de documentos internos revelados pela ex-funcionária Frances Haugen - mostraram que cerca de 87% do orçamento do Facebook destinado a combater a desinformação se concentra nos Estados Unidos, apesar de a grande maioria de seus usuários estar em outros lugares.

Embora tenha admitido à audiência do Web Summit em Lisboa que surgiram "problemas legítimos" depois dos "Facebook Papers", Clegg insistiu também que a empresa dedicou "recursos importantes" para melhorar a situação.

"Agora temos moderação de conteúdo em mais de 70 países e adicionamos mais constantemente", declarou em um discurso por videoconferência, acrescentando que este ano foram contratados moderadores em 12 novos idiomas.

"Aprendemos claramente algumas lições bastante duras do que aconteceu em Mianmar", acrescentou em referência ao uso do Facebook para incentivar a violência étnica no país.

O papel do Facebook na divulgação de imagens e comentários de ódio na Índia destinados a acentuar os conflitos entre comunidades também foi revelado por meio da divulgação de documentos internos por alguns veículos da imprensa americana.

Essa atitude coincide com as denúncias feitas por Frances Haugen, segundo as quais o Facebook conhece e estuda os problemas, mas escolhe, em grande medida, ignorá-los ou não dedicar recursos suficientes para contê-los.

Liderando a programação inaugural do evento digital em Lisboa, Haugen pediu na segunda-feira ao Facebook para investir em "segurança" antes do "metaverso", a nova prioridade estratégica do grupo, cujo novo nome é Meta.

AFP e Correio do Povo

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