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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Melo volta a defender a liberação do uso de máscaras em ambientes abertos em Porto Alegre

 Prefeito alega que capital possui bons indicadores para abolição do item de proteção



Com avanço da vacinação contra a Covid-19 em Porto Alegre e a estabilização das internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), o prefeito Sebastião Melo vem defendendo desde a semana passada a liberação do uso de máscaras em ambientes ao ar livre. De acordo com o vacinômetro da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 991.321 pessoas estão com esquema vacinal concluído. Em encontro na semana passada com o governador Eduardo Leite, Melo abordou a possibilidade do fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes ao ar livre.

Nesta quarta-feira, Melo voltou a tratar do tema e destacou que Porto Alegre é uma das capitais que mais vacinaram no país, com 81% da população acima de 12 anos com imunização completa. "De cada 10 pessoas, 8 estão imunizadas, por isso tenho defendido que ao ar livre, em espaços públicos, está na hora de facultarmos o uso da máscara", afirma Melo. O prefeito ressalta que a decisão, no entanto ainda depende de modificação de uma lei federal e do Estado do RS fazer mudanças no seu decreto. "Estamos preparados que tão logo isso seja resolvido, aqui em Porto Alegre essa decisão vai ser tomada", frisa.

No país, algumas cidades, como Rio de Janeiro, já liberaram o uso de máscaras ao ar livre. Na semana passada, a prefeitura da capital carioca publicou decreto que determina o fim da obrigatoriedade de máscara de proteção contra a Covid-19 em locais abertos, justificando que a medida decorre da vacinação de 65% da população com o esquema vacinal completo. Hoje, o Comitê Científico de São Paulo anunciou que o fim do uso de máscara em todo o Estado deve ocorrer no mês de dezembro. O órgão informa que a liberação do uso de máscara vai levar em consideração alguns indicadores da saúde do Estado, como número de casos e de mortes, internações, taxa de transmissão e percentual de vacinação.

"Qualquer flexibilização neste momento pode ser precipitada", alerta epidemiologista

Na avaliação do epidemiologista Paulo Petry, qualquer flexibilização neste momento pode ser precipitada, uma vez que o vírus segue circulando e os casos novos de Covid-19 se mantêm 'em patamar bem expressivo'. Professor de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Petry destaca o exemplo do Rio de Janeiro - que determinou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras na semana passada - e critica a possibilidade de Porto Alegre seguir pelo mesmo caminho.

"Seria um erro, uma precipitação. A gente avalia dois aspectos, a taxa de contágio e o percentual de vacinados com duas doses. E nós ainda estamos numa situação de alerta, não dá para pensar que a pandemia terminou", avalia.

Segundo Petry, um levantamento do Imperial College de Londres indica que a pandemia no Brasil desacelerou. E destaca que a taxa de transmissão (Rt) do Sars-CoV2 atingiu índice de 0,60. "A pandemia não tem acelerado, pelo contrário. Ainda na semana passada, aquela taxa de contágio, que chamamos de RT, bateu em 0,60. Isso quer dizer que cada 100 pessoas transmitem para 60. Quando é abaixo de 1, isso indica uma desaceleração da pandemia. Ela desacelerou, mas não desapareceu", observa.

No Rio Grande do Sul, o epidemiologista explica que o aumento dos casos confirmados para a doença em outubro serve de alerta. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), no mês passado foram 26.156 diagnósticos positivos, ou seja, 1.318 casos a mais que setembro.

Por outro lado, o epidemiologista reforça que em função do avanço da vacinação, não há uma explosão de internações ou elevação do número de mortes. "O aumento de contágio dá um sinal de alerta, ainda que estatisticamente de 24,8 mil para 26,1 mil seja pouco. Mas parou de desacelerar, parou de cair, e isso preocupa. Quando começa parar de cair, pode subir de novo. A gente não sabe o que vai acontecer", afirma. Petry reforça a necessidade de manter a cautela neste momento e destaca o cenário da pandemia em março e abril, quando houve explosão de casos da doença no Estado logo após o fim do veraneio. "É importante ressaltar que o vírus não desapareceu, porque a gente vê um certo relaxamento generalizado", completa.  

Apesar de reforçar o apelo para que a população mantenha o uso de máscaras e evite aglomerações, principalmente em ambientes fechados, Petry explica que Porto Alegre tem mais de 80% da população acima de 12 anos vacinada, o que indica que a cidade está no caminho correto. "A vacinação avançou, a taxa de contágio desacelerou, mas como o vírus não desapareceu e segue circulando, a situação ainda é de cautela. E essas precipitações vão ser perigosas, sem dúvida", avalia.

Conforme Petry, para o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, é preciso a cooperação da população. "Se houver cuidado adequado da população, o que já estou pondo em dúvida, nós estamos próximos de abolir máscaras pelo menos em ambientes abertos, talvez daqui um mês. Talvez possamos ter um Natal mais tranquilo", assinala.

"As pessoas estão se aglomerando nos estádios", afirma

Coordenador a Comissão de Medicina e Saúde da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Petry afirma que outras medidas anunciadas por governos estaduais, como aumento da presença de público em estádios, causam perplexidade por conta das cenas de aglomeração registradas nesses locais. "A gente faz os protocolos de estádios e estamos apavorados com o rumo que está tomando. As pessoas estão se aglomerando, estão tirando as máscaras, quando o protocolo recomenda um certo afastamento e o uso de máscaras. As pessoas já não estão mais obedecendo a isso, e isso preocupa porque o vírus segue circulando", frisa.

"Pedimos um pouquinho mais de cuidado, como não aglomerar e usar máscaras, e tentar evitar locais fechados. E uso correto de máscaras, porque eu vejo muita gente com máscara no queixo, abaixo do nariz, daí não adianta nada", completa.

Correio do Povo


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