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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Credencial cardíaca: estudo da Ufrgs identifica pacientes pelos batimentos do coração

 Trabalho em conjunto com o Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas explora batimentos cardíacos como forma de maior segurança de dados em hospitais


A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e o Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) fazem um ambicioso estudo que parece brotar de um filme de ficção científica. A pesquisa avança no futuro da segurança de dados, com identificações que vão além das tradicionais biometria facial e digital. O trabalho desenvolvido propõe o reconhecimento através dos sinais emitidos pelo coração - cada pessoa tem uma marca única detectada por eletrocardiograma. A proposta é dar maior segurança, especialmente, aos ambientes hospitalares e instituições de saúde que sofrem com ataques digitais para o roubo de dados de pacientes e outras informações sigilosas.

"A biometria é uma credencial. A lógica que o estudo propõe é de aproveitar os momentos em que as pessoas já precisarão passar por revisões médicas, sejam check-ups ou exames de rotina, em que o eletrocardiograma é usado, e passar a identificar o sujeito por esse sinal, que é único e cada um de nós tem um", explica o membro do IEEE, Jéferson Nobre. O projeto busca se apoiar no conceito da Internet das Coisas e de Machine Learning. "É nossa principal particularidade. A base é a privacidade dos usuários", acrescentou.

Conforme o pesquisador, o processo do "cadastro" do batimento cardíaco aconteceria em situações rotineiras dos hospitais e não seria preciso que nomes e demais informações fossem divulgados, garantindo o sigilo dos dados. Eles só voltariam a ser observados quando a batida cardíaca fosse novamente identificada. "A ideia é que, no momento dessa coleta do sinal do coração, já se identifique a biometria cardíaca e a assinatura da pessoa", reiterou. "Por exemplo, por alguma razão, o paciente precisa ir ao hospital. Quando houver o monitoramento cardíaco, o sistema cadastra esse indivíduo e passa a registrar suas ações no hospital através disso. Quando ele retornar, os dados estarão lá e ele será reconhecido".

Nobre avalia que as biometrias têm vantagens e desvantagens. No caso da cardíaca, ela aproveita uma situação que já está acontecendo - a avaliação do paciente - e protege de forma mais ampla esses dados. "Outro ponto, é que no caso do polegar, as digitais perdem força com o tempo e na ocular, em uma situação que se está desacordado, isso seria mais difícil", pontuou.

Busca por maior segurança

A proposta da pesquisa surgiu com o intuito de proteger melhor as informações em instituições hospitalares ou de saúde. "Nosso objetivo é a segurança da informação. Guardar com segurança tudo que é compartilhado entre paciente e instituição. Em última instância, queremos evitar o uso malicioso desses dados. Esses ambientes tem grande lacuna em proteção cibernética e são muito visados por atacantes digitais. Com a biometria pelo coração, fechamos a porta para possíveis ataques". O IEEE é maior organização científica mundial que trabalha tecnologia visando os avanços da sociedade.

O membro do IEEE admite que as dificuldades de implementação do serviço esbarram em condições financeiras para sua ativação. O dilema é que as técnicas precisam ser adaptadas para ambientes com restrições em tecnologia, em computadores com menor capacidade de processamento, por exemplo. "Esse é o nó que estamos trabalhando para desatar. Tudo precisa ser feito de uma forma muito simples, em computadores com 'pouco poder' para que o objeto tenha capacidade de processamento", avaliou. "Tudo deve ser de baixo custo. Se imaginamos seu uso em larga escala. Temos de multiplicar isso pelo tamanho do SUS".

Para driblar obstáculos e avançar na pesquisa, o grupo de pesquisadores planeja a construção de um protótipo que não usaria grandes recursos computacionais e teria somente pequenos sensores. A intenção é finalizar essa etapa até o final do ano que vem. "Ele está sendo desenvolvido para ser barato e eficiente. Vamos utilizar ele em campo, de forma experimentada ou simulada, mas em campo e com parceria da UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre", projetou.


Correio do Povo


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