Fachada da sede do Supremo Tribunal Federal.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
O que começou como a disputa por uma pensão por morte pode se transformar na legalização da bigamia no Brasil. O Supremo Tribunal Federal (STF) tirou da pauta desta quarta-feira (2 de dezembro) a continuação de um julgamento iniciado em 2019; no entanto, mais cedo ou mais tarde, os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Nunes Marques terão de dar seus votos no caso do parceiro homossexual de um homem falecido que mantinha união estável com uma mulher no estado de Sergipe. Se o STF decidir pela divisão da pensão, estará, na prática, reconhecendo que podem existir duas uniões estáveis simultâneas. Esse reconhecimento não é pouca coisa: ele simplesmente desmonta a base do direito de família brasileiro, que é a união monogâmica, seja no casamento ou na união estável. A aceitação da bigamia por um tribunal superior seria o ato final de um processo denunciado em nosso mais recente editorial sobre o tema : o Judiciário vem reescrevendo, sem mandato legal para tanto, o ordenamento jurídico sobre o tema. No caso de Sergipe, a mulher desconhecia o caso extraconjugal do parceiro, mas há várias outras situações em que três ou mais pessoas querem ver reconhecida sua união consensual, sob o eufemismo do “poliamor”. |
Gazeta do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário