Manifestação ocorre por causa do decreto que determina redução de horário de atendimento ao público
Cerca de 100 representantes do comércio, bares e restaurantes protestaram nesta quarta-feira em frente ao Palácio Piratini. A manifestação começou a partir das 15h e terminou por volta das 16h30. Com faixas e gritos de ordem, o grupo se posicionava contra o decreto estadual nº 55.610, publicado no dia 30 de novembro, no Diário Oficial do Estado (DOE), que reduziu o horário de atendimento ao público até às 20h para lojas e até as 22h para bares, lancherias e restaurantes, entre outras medidas. O decreto tem vigência de 1º até 14 de dezembro.
Uma das organizadoras, a jornalista, mestre em cientista política e recém eleita vereadora do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Fernanda Barth, exigiu embasamento científico do governo para esclarecer o motivo dessas restrições que ela classifica como criminosas. “Os comerciantes estão endividados, fizeram demissões massivas e agora que estavam começando a se reerguer, vem esse novo pacote para quebrar que não quebrou”, afirma. Ela ainda cobra que as decisões devem partir do governo e não do comércio que está novamente “pagando uma conta que não é deles”.
Demissão
O proprietário do restaurante Via Imperatore e Bar do Joaquim, ambos no bairro Cidade Baixa, Moacir Biasibetti, afirma que teve que demitir 70% dos funcionários dos dois estabelecimentos, além de contabilizar um prejuízo de R$ 300 mil no restaurante e R$ 250 mil no bar. “Durante novembro, mês em que o funcionamento foi até meia- noite e conseguimos pelo menos pagar as contas, o que não vai acontecer se continuar com as novas restrições”, explica.
Biasibetti salienta que sempre cumpriu todas as normas de distanciamento e conta que o restaurante teve três contratos de eventos cancelados devido ao decreto recente. “ Não somos os culpados, queremos nossa liberdade para trabalhar”, reforça.
Dono de duas lojas de eletrônicos no Shoping Total e um dos organizadores da manifestação, Charles da Luz, enfatiza que demitiu 60% dos colaboradores e briga para manter as lojas abertas por mais tempo. “Do meio-dia às 20h vai aglomerar as pessoas, queremos ter um horário maior”, reclama.
O representante dos motoristas de aplicativos, Jorge Alexandre, alega que o movimento caiu 50% desde março. “Precisamos que as pessoas saiam para a gente trabalhar”, esclarece e destaca que está tomando medicações para conter a ansiedade desencadeada pela incerteza do momento.
Fernanda Barths ressalta que não nega a gravidade da doença tanto que outro pleito é para aumentar o número de médicos e de profissionais da área da saúde, via contratação emergencial, e de equipamentos de proteção individual (EPI's) para postos públicos no interior do Estado, que segundo ela, ainda não foram distribuídos para esses locais.
Segundo o governo do Estado, 19 das 21 regiões passaram para a bandeira vermelha (alto risco de contágio), o que gerou o estabelecimento do novo decreto. As medidas visam conter o avanço do novo coronavírus, já que dados do governo indicam um esgotamento da rede de saúde.
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário